"Somos poucos os que temos valentia suficiente para nos apaixonarmos completamente se a outra parte não nos encoraja." (Jane Austen - Orgulho e Preconceito)
Meredith PoV
A chegada em Seattle foi agitada e cheia de correria. Eram tantas caixas, tantas malas e livros que foi preciso pedir ajuda a um serviço de transportadora para nos ajudar. Fora a agitação da cidade que já foi perceptível desde o momento em que descemos na rodoviária.
Depois que chegamos em Seattle passamos os três primeiros dias nos acomodando. Conseguimos alugar um apartamento em um prédio bem localizado, bem próximo à Universidade. Se não fosse meu pai ser um grande amigo do dono do prédio, talvez não conseguíssemos morar aqui. Ele reduziu muito o aluguel e as despesas em geral e o apartamento já vinha praticamente mobiliado. Era um achado, uma grande mão do destino nos ajudando. E eu estava muito grata por isso.
Aos poucos, eu e Maggie fomos organizando nossas coisas e nos ambientando à cidade. Descobrimos um bom supermercado perto do nosso prédio, acesso fácil à metrô e transportes em geral. Não seria tão difícil nos acostumar, apesar do barulho e da movimentação intensa da cidade, uma realidade extremamente oposta a que vivemos durante toda a nossa vida. Era como se até ali nós tivéssemos vivido em outra realidade, outro mundo, completamente esquecido do restante do universo.
Com relação à Universidade, um dos nossos planos era conseguir algumas bolsas de monitoria para ajudar a pagar as nossas despesas diárias e não sobrecarregar nossos pais, assim, poderíamos pagar as despesas do dia a dia e deixar para mexer na poupança que nosso pai fizera somente nas emergências. As bolsas de monitoria ofertadas pela Universidade eram muito boas e, além disso, permitiam alguns acessos a importantes serviços do hospital como observação privilegiada de cirurgias, acesso à professores requisitados e acompanhamento desde o início do curso a procedimentos mais elaborados. E eu iria lutar muito para conseguir isso.
Quase no fim da tarde, percebi que Maggie lutava para transportar uma das nossas caixas mais pesadas que estavam na garagem. Era uma das poucas caixas que ainda não havíamos aberto e senti que ela estava demorando demais para trazê-la e resolvi ir atrás quando me deparei com ela parada no corredor conversando com um homem.
Eles estavam parados frente a frente, as mãos dos dois segurando a mesma caixa e pareciam visivelmente embaraçados.- Maggie? Está tudo bem? - perguntei sem entender.
- Oh, Mer - ela virou-se para mim como se estivesse recobrando do susto - Sim, está...eu...bem, eu estava com dificuldades para carregar essa caixa e o senhor...
- Não, por favor. Me chame de Jackson - interrompeu o jovem bonito e elegante, abrindo um sorriso.
- Jackson, isso - disse Maggie retribuindo o sorriso, sem tirar os olhos dele - Jackson me ofereceu ajuda.
- Oh - eu disse meio surpresa - Então, muito prazer, Jackson. Meu nome é Meredith. Sou irmã da Maggie.
Jackson me estendeu a mão para cumprimentar, sorrindo, mas sem desviar os olhos de Maggie. Hum. Interessante. Parece que temos algo rolando aqui.
- Eu estava falando para o Jackson que nós acabamos de nos mudar... - disse Maggie meio gaguejando.
- É, eu...eu moro aqui em frente. - respondeu Jackson meio desconcertado - Se precisarem de ajuda, contem comigo.
- Obrigada, Jackson. - respondi simpática.
Nesse momento, o celular de Jackson tocou e ele pareceu acordar de um transe. Conversou sério e rapidamente desligou.
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QUANDO FALA O CORAÇÃO
Fiksi PenggemarMeredith e Maggie são duas irmãs que se mudam para a cidade grande para realizar um sonho: cursar Medicina em uma das maiores Universidades do país. Elas sempre foram criadas na pequena e pacata comunidade de Meryton, um vilarejo que parece ter para...