REDAÇÃO PARA ENEM E VESTIBULARES

Redação 4: Crime e classe social

Madri, Espanha. Oito ladrões entram na Casa da Moeda com macacões vermelhos e máscaras de Dali, com o plano de imprimir dinheiro e sustentar suas miseráveis vidas e planos ambiciosos. Essa é a trama da célebre série da Netflix "La Casa de Papel", de 2017, que retrata ficcionalmente uma das consequências da desigualdade entre classes e a crise especulativa: o sentimento de subversão do sistema e a tendência à criminalidade. De forma análoga, no Brasil contemporâneo observa-se o aumento nas taxas de violência perpetuada, principalmente, nas localidades onde a massa de classe social baixa está presente. Sendo assim, é necessário analisar a causa, que remetente à baixa educação desses locais, e os impactos sociais e econômicos que a violência vem a gerar no nosso país.

Primeiramente, é de compreensão mútua a falta de interesse de órgãos públicos no que diz respeito a promoção de políticas educativas nas periferias brasileiras, onde notamos segregação urbana e socioespacial. Dados de indicadores sociais e violência publicados na página do G1 mostram que 11,8% da população em locais com saneamento básico inadequado e em situação de extrema pobreza tendem à práticas mais violentas. Lê-se como nocivo um estado que, oficialmente preocupado com promulgação dos direitos humanos da ONU, pouco se mobilize a tratar dessa situação.

Em segunda análise, a criminalidade gera graves impactos na economia brasileira, uma vez que boa parte dos gastos públicos são redirecionados a serviços de segurança, como a criação e manejo de penitenciárias e contratação extensiva no policiamento. Consoante ao ditado popular "arrancar o mal pela raiz", vê-se uma negligente contradição a essa especulativa: temos, no país, grandes medidas de proteção, mas poucas de prevenção.

Infere-se, portanto, a solidificação de subterfúgios a fim de resolver essa inercial problemática. O governo deve, por intermédio de ações educativas, promover a realização de programas de treinamento em habilidades para melhorar a inclusão nas periferias urbanas, além de não poupar investimentos na educação, fator primordial para a obtenção de um país evoluído com baixos índices criminais, e na infraestrutura local. Dessa forma, espera-se uma melhora social.