O corpo é responsável por 55% da mensagem, o tom de voz por 38% e as palavras por apenas 7% - reportagem da revista Men's Health "Sim, você pode ler...
Se o nosso corpo é responsável por 55% da mensagem, por que então as pessoas não valorizam esse ponto durante uma conversa?
Nos dias atuais passamos a valorizar a comunicação virtual, o que segundo o texto da revista indica que apenas 7% da mensagem é transmitida dessa forma. Talvez por essa razão, tenhamos tantas dúvidas no que lemos no msn, nos chats, no google talk, watssap, Instagram ou qualquer outro tipo de programa de mensagem instantânea.
Passando a nos comunicar dessa forma, estamos a dar a liberdade para o lobo frontal do cérebro fazer diversas suposições sobre o que foi lido. Afinal, você pode estar a brincar ao escrever determinada mensagem, mas a pessoa que vai ler não verá a sua expressão facial para saber disso e, se levar a sério a brincadeira, as consequências podem ser desastrosas.
Tenho colegas que se iludiram em conversas via computador pensando que a outra pessoa estava apaixonada e na verdade não havia sentimento nenhum, apenas interpretações equivocadas.
Por outras vezes, pensa-se que alguém está com raiva, quando na verdade também não existe tal sentimento. Tudo culpa da falta da expressão facial, o que possibilita o lobo frontal de entrar em ação novamente.
Não sou contra esse tipo de mecanismo de comunicação, afinal, essas tecnologias são muito úteis também, principalmente para unir pessoas que estão longe, mas devemos saber limitar o seu uso a um patamar que não atropele a relação humana.
É impressionante como as pessoas estão a fugir do olho no olho durante suas conversas. Casais discutem sem se olharem nos olhos. Profissionais atendem pacientes sem nem mesmo olhar sua fisionomia. Para mim, esse tipo de atitude demonstra a frieza com que as pessoas estão a se acostumar.
Gritando em favor da individualidade, na verdade, estão a regredir como pessoas, como seres humanos.
Por mais fantástica que a tecnologia possa ser, ela nunca vai reproduzir os sentimentos que podemos perceber ao vivo, pessoalmente, durante uma conversa.
Antes, eu não reparava tanto nas expressões faciais nem procurava enxergar um significado para cada uma delas. Atualmente, procuro observar as feições das pessoas.
Surpreendo-me cada vez que consigo ler uma informação antes de a pessoa deixá-la clara com sua fala. Isso tem feito com que eu fique a observar mais, em vez de tomar qualquer outra atitude. Talvez essa dificuldade de reparar tenha a ver com o fato de estarmos a deixar as coisas simples de lado.
A pressa está a nos consumir cada vez mais. Estou em um momento de parar um pouco, de deixar as coisas simples acontecerem e reparar cada detalhe desta simplicidade. Repensar é necessário, assim como saber parar. Esse sou EU hoje: parado, a reparar na sua expressão corporal.
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NARRADOR
Non-FictionEu sempre disse que seria mais feliz sozinho. Teria meu trabalho. Meus amigos. Mas ter mais alguém na sua vida o tempo todo? São mais problemas que o necessário. Ao que parece, estou nesta situação. [...] Há um motivo para dizer que eu seria mais fe...