5 - The Pact!

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Kara's POV

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Não, não e não. Eu simplesmente não conseguia contar. Mas porra, eu também não conseguiria mentir, não para a Lena. Não que eu fosse tão apegada fortemente a ela, mas, ela me ajudou, e mesmo sendo uma estranha que definitivamente é a maior aberração que ela já viu, ela dividiu seu apartamento comigo e me arranjou um emprego. Certo, Lena Luthor me deu uma segunda vida, e eu nem sequer conseguia contar minha esquisita e nojenta história de vida pra ela.

Não era falta de confiança, até porque como eu posso não confiar em alguém que fez tudo isso por mim? Era só... Insegurança. Eu me propus a contar tudo sobre mim, e eu ia fazer até olhar naqueles malditos olhos verdes lindos.

Lena foi de longe a pessoa que me olhou com mais... Carinho desde que eu nasci. Ela não me olhava com repulsa, nojo, ou como se eu fosse algum tipo exótico de demônio. E honestamente, eu não queria que isso mudasse, não enquanto estivermos perto uma da outra todos os dias por semana.

Mas era inevitável não era? A parte de que eu era submetida a testes, e que modificaram meu DNA, ela já sabia, e tinha reagido de um modo bem normal a qualquer pessoa que soubesse que a outra havia virado uma mutação reagiria. Mas Lena era tão... Certa. Como ela reagiria sobre a parte da boate? Qual seria o jeito que ela iria me olhar ao saber que a pessoa que ela deixou morar no apartamento dela era uma prostituta? E se ela me expulsar daqui? Droga Kara, sua curta temporada de felicidade terminou.

— Kara? – Lena perguntou, me fazendo voltar ao foco e encarar seu rosto com uma expressão curiosa com sobrancelhas arqueadas – Você está bem? Parece preocupada demais – Lena parecia confusa ao ver minha preocupação em contar mais coisas para ela.

Assenti levemente, passando a língua entre os lábios, algo que eu fazia quando estava nervosa e respirei fundo, me virando mais de frente evitando olhar para Lena. Ela ainda estava meio de lado no sofá, me observando atentamente e parecendo querer falar algo.

— Olha, me perdoa ok? – ela disse e eu continuei olhando para frente, sem coragem de falar algo – Eu não deveria estar te pressionando para falar isso, você pode levar o tempo que quiser para falar sobre isso, gatinha... – e novamente o apelido, meu coração novamente dando sinal de que estava gostando. Suspirei, essa pode ser a última vez que você ouça esse apelido Kara, guarde na memória.

— Eu fugi de uma boate – comecei, parando pra olhar para Lena ao meu lado, que arregalou os olhos levemente, abrindo a boca para começar a falar – Eu fui levada pra essa boate, pela faixa dos quatro anos, Lena – a interrompi e ela me olhava atônita, assentindo então para que eu continuasse. Virei-me, olhando para frente de novo – Minha mãe me deixou lá, e eu nunca vou saber o por quê. Minha mãe me deixou no colo de uma mulher, com roupas brancas, enfim, ela parecia uma médica, eu pensei que ia fazer um exame ou algo do tipo e que ela viria me buscar depois então não me preocupei. E ela nem se despediu ou demonstrou tristeza – engoli em seco, eu lembrava exatamente de qualquer detalhe daquele dia, mesmo que eu fosse tão nova – E bom, naquele dia mesmo essa mulher me levou para a sala de testes. E tudo doía, eu lembro exatamente de que ela fez uma quantidade enorme de testes em mim. Ela pedia desculpas enquanto eu chorava, mas ela não parou. E então, ela avisou que seria o último teste e que depois eu ia para o quarto. E ela aplicou uma injeção que foi bem mais dolorida que todas as outras juntas, e enquanto aquilo doía eu fui perdendo os sentidos. Quando eu acordei estava num quarto e essa moça me olhava e então eu percebi, minha cauda. E conforme ela ia me explicando o que eu era eu ficava cada vez mais animada, claro, eu tinha quatro anos, aquilo era surreal. Era como... Entrar numa das histórias que minha mãe me contava à noite – ri ironicamente e neguei com a cabeça, bufando em seguida – Lógico que a adoração não durou para sempre não é?

My Little Cat! | Supercorp (G!P) | AU  • ©HuffeverOnde histórias criam vida. Descubra agora