O canalha do Córmaco. ❤️

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19:45pm - Salão Comunal dos Monitores-Chefe

Narração Hermione.

"Os olhos daquela ingrata às vezes me castigam às vezes me consolam, mas sua boca nunca me beija."

Assim que a Gina foi embora, senti o peso da solidão em meus ombros. Enquanto ela me fazia companhia, eu acabei me distraindo com as conversas dela. Mas agora que eu me encontrava sozinha novamente, não conseguia parar de pensar no canalha do Córmaco. E como se isso não bastasse, ele veio até o meu quarto de surpresa.

- Por que você não foi as aulas hoje? Também não te vi em lugar algum... - quis saber, aproximou-se da minha cama, tirando seu cachecol. - Você está doentinha, não é? Seu rosto estão tão inchado... Faço questão de te acompanhar até a enfermaria. A cada palavra que saia de sua boca, eu sentia meu corpo incendiando e o ódio me consumindo por inteira. Eu estava estática e não conseguia nem olhar nos seus olhos. Ele me encarava com todo aquele cinismo e seu sorriso sonso. Quando quis tocar em meu rosto, afastei sua mão bruscamente.

- Córmaco, eu estive pensando e, acho melhor rompermos. Eu conheci outra pessoa e com você não vai rolar mais. - inventei, lutando contra a vontade de contá-lo que eu sabia toda a verdade. Não quero dar a ele uma chance de inventar mais mentiras e desculpas. Córmaco me olha desacreditado e levanta de repente.

- Você está me zoando, certo? Você esteve me traindo esse tempo todo? Que tipo de brincadeira é essa? - gritou bravo, seu rosto estava púrpura de raiva e seus olhos transtornados.

- Não te traí! Eu conheci outra pessoa e não quero mais nada com você! - exclamei, levantando da cama e indo em direção a porta, fiz um aceno para que ele saísse. Ele levantou e levou as mãos à cabeça, gritando coisas como "você estragou tudo" "você não presta". Nesse momento, o ódio me consumiu e eu senti o ar escapando dos meus pulmões.

- Estraguei o que? Me diga o que eu estraguei! - desafiei transtornada, lágrimas de fúria jorrando dos meus olhos. Naturalmente, eu sabia do que ele se referia.

- Eu estava gostando de você, queria um relacionamento sério com você e você me troca por outro - vociferou.

- Eu não me importo, Córmaco. Agora saia antes que eu te lance uma azaração! - avisei, meus olhos já estavam esbugalhados e meu peito ofegante. Nesse momento, ele berrou de raiva e veio para cima de mim. Me encolhi temerosa, minha varinha estava na escrivaninha. Quando ele estava prestes a acenar com a varinha, é puxado para trás bruscamente. Ele é acertado com um soco na orelha direita por Malfoy e cai esfarrapado no chão, Draco vai para cima dele e o esmurra descontroladamente.

- O que você estava pensando que ia fazer com ela, hein? Seu saco de bosta infeliz! - Malfoy gritava enquanto esmurrava Córmaco, eu estava horrorizada.

- Malfoy, para com isso! Você vai acabar matando ele! - Um segundo depois, um monte de besouros grandes e gosmentos saem do nariz de Córmaco. Olho a cena assombrada, mas também sinto um alívio por Malfoy ter cessado no momento certo. Córmaco sai correndo dali, deixando um rastro de besouros rastejando pelo chão.
Eu ainda estava atônita, tudo o que fiz foi olhar confusa para Malfoy, minha mente não conseguia formular uma palavra sequer. Vou até a escrivaninha e pego minha varinha, limpando o sangue da orelha de Córmaco do chão. Malfoy, que já havia retirado as larvas, me olhava atentamente. Já até imagino as histórias mirabolantes que ele vai contar para seus amigos.

- Está bem? - ele pergunta ofegante, suas mãos tremendos e as veias da sua testa saltadas. Ele exalava agressividade e adrenalina. - Ah, Granger... Se aquele dragão desdentado tocasse em um fio de cabelo seu, ele não sairia vivo daqui...

- Ele quase não saiu, não é? Você é pirado? - perguntei, minha respiração voltando ao normal, Malfoy esboçava um sorriso divertido. Claro que para ele isso tudo foi muito engraçado, ele devia de estar achando um motivo para azarar Córmaco desde o início do ano. Malfoy se sentou na cama ao meu lado, ele estava com um brilho diferente nos olhos e parecia estar orgulhoso de si mesmo. Ele está totalmente pirado mesmo.

- Você me ajudou quando eu precisei, deixando toda sua rivalidade de lado, não foi? - perguntou. - Estou só retribuindo o favor, Granger.

Narração Draco.

Depois de ter ouvido tudo o que a Granger contava para a Weasley fêmea, eu voltei para o meu quarto para não ser descoberto. Depois de uns minutos boquiaberto e pensando em diversas azarações para punir aquele saco de bosta, havia até esquecido dos meus próprios problemas. Snape estava na minha cola, enchendo o saco e eu estava afundando no desespero. Uma barulheira vindo do quarto da Granger me despertou, fui até a sacada e o quarto da Granger estava aberto, ela e o McLaggen estavam tendo um discussão séria. Também pudera, ele aprontou uma sujeirada dessas com ela. Meu subconsciente me lembrou de que isso era uma das palhaçadas que eu faria, mas eu afastei esse pensamento traidor rapidamente.
Meus olhos não acreditavam no que via, e meu peito chamuscava de ira. Como ele ousa? Sai correndo em direção ao quarto dela, com o meu furor me cegando, foi só quando ouvi Granger pedindo para parar que cai em mim. Segurava McLaggen pelo colarinho e seu rosto estava coberto de sangue, seu nariz quebrado. Não satisfeito, lancei uma boa azaração naquele canalha.
Depois de toda aquela confusão, voltei para minha cama agitado. O barulho da chuva que caia lá fora era o único que se ouvia. Me pergunto se a Granger ainda está chorando por aquele retardado, mesmo a Granger sendo uma menina irritante sabe-tudo, ela não merecia o que ele fez. Só de pensar nisso, já fico irritado.
Após uma longa noite acompanhado apenas de fantasias em que a Granger pulava em meus braços quando a salvei, e outras em que ela era uma menina sangue puro e que odiasse Potter e Weasley ao meu lado, adormeci com a constatação de que queria fazer bem mais por ela do que eu admitia para mim mesmo.

Ojesed - Dramione (EDITANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora