Capítulo 2

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As mãos deslizaram pela pele macia, em um carinho morno, seus dedos apertavam levemente as costas do ruivo, que dormia tranquilamente ao seu lado. Já era domingo, conseguia ouvir o barulho da chuva forte que caia por toda cidade, suspirou fraco, beijando a nuca de Sasori, que continuou dormindo tranquilamente.

Escutou batidas na porta, fazendo que seu olhar fosse automaticamente para o relógio, ainda era sete horas e não estava com vontade de levantar-se da cama quentinha e nem se soltar do abraço caloroso que estava com o seu ruivo. Indignou ao escutar as batidas aumentarem, levantou-se contra sua vontade, indo em direção à porta. Observou da cabeça aos pés a figura feminina que se fazia presente ali, suspirou, a mulher de cabelos rosados parece animada e já sabia o motivo de ter vindo tão cedo.

─ Sasori está? ─ Disse tentando ver atrás de Deidara.

─ Ele está dormindo, Sakura.

Sua voz demonstrava a preguiça e cansaço que estava naquele momento, não queria ter levantando naquele momento. Sabia que a Haruno sempre estava perseguindo o ruivo, em uma tentativa de fazer com que saísse com ela, isso acontecia pontualmente, nos domingos pelas manhãs e na semana, quando não estava com o loiro, o que acontecia raramente.

─ Diga a ele para ir me ver hoje. ─ Sorriu animada.

─ Irei dizer, bom dia. ─ Fechou a porta antes que a mesma respondesse.

Era um saco ter que receber Sakura todos os domingos, a mesma não entendia que era contra as regras da escola ir para algum dormitório antes das nove, isso nos finais de semana. Aproveitou que já estava ali, não demorando para caminhar em direção ao banheiro. Sentia ciúmes do ruivo, isso não tinha como negar, porém como não mantinham uma relação, não reclamava. Portanto nunca viu Sasori se interessando por meninas, e muito menos por meninos, era o único cara que ficava, não sabia se era por algum motivo especial, mas não tinha isso em mente.

Sasori podia vê-lo de todas as formas, mas nunca como algo especial, esse fato fazia seu coração doer. Nunca poderia se assumir com o ruivo. Suspirou fraco, gostava daquele garoto como nunca tinha gostado na vida, brigavam, claro, mas amava quando as brigas terminavam em beijos, a forma em que viviam grudados pela escola, às vezes trocando apelidos carinhosos quando estavam escondidos ou sozinhos. A personalidade do ruivo chamava sua atenção, seu jeito calmo e entediado deixava-o mais bonito, mas quando aquele carinha sorria, era de perfurar o coração de um.

Seria o segundo anos que estavam naquilo, entre beijos, amassos as escondidas, Deidara não queria mais deixar no sigilo, assim como não queria ser um simples ficante. Poderia até mesmo abandonar sua arte para ficar com Sasori.

Talvez estivesse louco.

Saiu do banheiro um pouco mais relaxado, seus cabelos estavam amarrados, já que achou eles bagunçados demais. Usava uma bermuda azul qualquer que tinha achando em seu armário. Sem pestanejar, deitou novamente ao lado do ruivo, que moveu-se e abriu seus lindos olhos castanhos levemente, demonstrando a sonolência em seu corpo. Sorriu sem perceber, vendo o outro deitar a cabeça em seu peito, para que pudesse receber carinho.

─ O que faz acordado uma hora dessas? ─ Sasori falava baixinho, voltando a fechar os olhos.

─ Sakura estava batendo na porta novamente. ─ A frustação era notável em sua voz, o que atiçou a atenção do ruivo.

Riu fraco, relaxando ao receber um beijo na testa. O loiro parecia estressado por ter acordado tão cedo, mesmo tendo a impressão que ele já estivesse acordado antes dela chegar. Não sabia os motivos da Haruno correr tanto atrás de si, já demonstrou que não queria nada com ninguém, dizendo que estava focado nos estudos para garantir um bom futuro. A rosada não parecia entender isso, ela continuava indo em sua direção, tentando o arrastar para encontros que nunca dariam certo.

─ Ignore ela. ─ Foi somente o que disse.

─ Você poderia dá logo um basta nisso não?

Sasori suspirou, sabia do que esse assunto se tratava e não queria discutir com o seu loiro. Não podiam dá mais um passo, tanto pela sua insegurança quanto pela de Deidara.

─ Sabe que não podemos.

Disse calmo, observou Deidara fechar a cara por completo, demonstrando seu semblante totalmente irritado. Aquilo afetava seu coração, odiava ver ele mal, sabia que isso era sofrido para ele. Entraram em um acordo de nunca deixarem de ficar com alguém, já que nem eram namorados, porém se mantinham tão satisfeitos que nunca se importaram de ficar com outro alguém.

Arrastou-se para fora da cama, deixando o loiro ainda sério para trás. Se fosse para conversar, que fosse limpo e com bom hálito. Seu coração doía por ver Deidara mal por sua causa, queria ter coragem de dá aquele passo, mas não tinha. Seus sentimentos estavam entregues em uma bandeja, mas o medo que rodeava-lhe era o suficiente para a pegar e esconder nos confins de sua alma.

Quando saiu do lugar, encontrou Deidara deitado, colocando qualquer coisa na televisão que tinham no quarto, suspirou, arrastando-se para perto do maior, que tentava ignorar sua presença.

─ Amor. ─ Chamou-o calmamente.

Deidara sentia vontade de revirar os olhos, o ruivo o conhecia tão bem que sabia que uma simples palavra era o suficiente para que toda raiva fosse embora. Estava machucado, isso era fato, mas não conseguia ficar muito tempo brigado com o ruivo. Com isso, olhou para o mesmo, que abraçava-o, aproveitando do calor do seu corpo.

─ Nós ainda iremos ter nosso dia, uh?

Ah, os domingos! Os famosos dias em que passavam trancados no dormitório, trocando carícias e assistindo coisas aleatórias, era o único dia que não levantavam-se para fazer suas obras, era como se fosse um descanso para ambos. Olhando assim, realmente pareciam namorados.

Suspirou, envolvendo o ruivo em um beijo calmo, enquanto acariciava o rosto do mesmo. Era um beijo calmo, um selar romântico que demonstrava o fim da discussão, os corpos colaram-se, e logo Deidara tomou o mais baixo totalmente para si. Sasori não demorou para o abraçar forte, querendo demonstrar um carinho que nunca faria por ninguém.

─ Eu queria que tivéssemos algo a mais. ─ Deidara sussurrou, enconstando sua testa na do outro. ─ Mesmo que não fôssemos assumidos, poderíamos passar tempos juntos sem ter dificuldades.

Sasori sentiu como se tivesse facas afiadas entrando em seu peito, o loiro estava ali, desabafando consigo, dizendo que queria bem mais que aqueles beijos, mesmo que demorassem para assumir o relacionamento. Sentiu seus olhos lacrimejarem, um olhar preocupante sobre si e lágrimas descendo do seu rosto. Braços o abraçaram fortemente, querendo o acalmar de todo o choro.

─ Desculpe, querido. ─ A voz do loiro carregava culpa.

Continuou chorando, se apertando no loiro, sabia que o mesmo não tinha culpa de nada, não era culpa de ninguém por aquilo estar acontecendo. Não queria que Deidara se culpasse, não era somente um problema seu.

Desculpe Danna, por favor, esqueça meus sentimentos.

Até que a arte nos separe;; SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora