Até que a arte nos separe;; Sasodei

Capítulo 14

As semanas se passaram normalmente, mesmo com os artistas se entregando a um mar de dúvidas, fazendo-os que se questionarem sobre suas artes. Claramente, a semana de artes estava se aproximando, isso deixava-os nervosos. Sasori não parava quieto no quarto, preparando seu projeto que retratava marionetes e como elas se poderiam ser comparadas com humanos que eram controlados a favor da sociedade, já seu namorado, encontrou um lugar espaçoso para fazer suas esculturas, porém nunca deixava-o entrar na sala por algum motivo.

─ Meu útero dói. ─ Hinata falava, enquanto andava com os rapazes pela escola.

Para a surpresa de muitas, ela acabou se tornando amiga dos meninos, assim como suas suas namoradas, que passaram a conversar e andar em grupo. Claro que os namorados ainda mantinham contato com as pessoas de fora, Konan estava indo os visitar e levava Hidan junto, que fazia questão de fazer brincadeiras com a cara de ambos. Esperavam o momento de passar mais tempo com eles.

─ Sim, o meu também dói. ─ Deidara falou, recebendo um tapa de seu namorado. ─ Aí!

Sasori apenas riu da cara que seu namorado fazia, puxando-o para um banco. Sentou-se ao lado dele, enquanto Hinata sentava do outro esperando suas namoradas chegarem, estava tudo calmo, os alunos pareciam mais quietos, porém isso que era assustador, os olhos deles moviam-se em pura curiosidade, tentando captar alguma coisa.

─ Por que estão assim? ─ Sasori perguntava, com curiosidade misturada com medo.

─ Estão tentando adivinhar quem é o garoto transgênero que chegou na escola. ─ Hinata disse calmamente.

Era impressionante como ela sempre estava calma.

─ Você o conhece? ─ Assentiu. ─ Quem é?

─ Sasuke Uchiha. ─ Olhou para os meninos. ─ Ele chegou um dia desses com seu namorado. ─ Deidara a olhou se questionando como ela sabia disso tudo. ─ Eles são conhecidos meus.

─ Um Uchiha né? ─ Deidara começou a falar. ─ Se não me engano eu conheço um com esse nome, acho que é irmão do Itachi.

Sasori ficou quieto escutando, lembrou de quando acabou dançando com o citado anteriormente e ainda se perguntava como o loiro sequer abriu a boca para falar sobre o assunto. Talvez não se importasse tanto em vê-lo se divertindo com outras pessoas, por mais que continuasse ao seu lado.

A morena ao lado, sorriu largamente ao ver suas namoradas se aproximarem, beijando-as uma de cada vez, logo sentando ao seu lado no banco. Elas sorriram fracamente como forma de cumprimentar os meninos, sendo retribuidas depois.

─ Vocês viram o menino novo? ─ Sakura perguntou. ─ Ele é bonito.

─ Nenhuma beleza existente chega aos pés da beleza do meu ruivinho.

Deidara disse, beijando seu namorado que apenas riu e o abraçou. As meninas riram logo em seguida, não poderiam mentir que achavam o casal fofo, claramente foram feitos um para o outro.

─ Você é muito bobo. ─ Ino respondeu, rindo fraco enquanto encostava sua cabeça no ombro de Haruno.

─ Sou mesmo.

Riram em conjunto, não demorando para voltarem a andar pela escola. O Intervalo seria longo já que o professor havia faltado, poderiam passar o tempo andando por mais que não tentassem atrapalhar as outras turmas.

─ Vocês irão participar da semana de artes? ─ Assentiram. ─ O que irão apresentar?

─ Sasori vai apresentar as novas marionetes que fez. ─ Deidara dizia, beijando a bochecha de seu namorado. ─ A minha será surpresa, não é Hinata?

Concordou, recebendo um olhar desconfiado do seu ruivo e das namoradas da menina. Sasori não sabia o que Deidara iria aprontar, porém estava sentindo que seria algo bom, tinha uma sensação boa sobre isso. Então, apenas decidiu que iria esperar que seu namorado o fizesse, para no final, descobrir qual era o seu projeto.

Claro que ficava um pouco mal por não saber, mas o mesmo o dizia que envolvia o relacionamento de ambos e que iria gostar de ver. Isso fazia com que ele sentisse um misto de emoções, entra felicidade e ansiedade, aliás, os dias passavam voando e era isso que o deixava mais nervoso.

Andando pelos corredores, encontraram um dos novatos, um jovem artista chamado Sai, que disse que também participaria da semana de Artes, onde iria mostrar suas pinturas e o que elas representavam para si, principalmente nos momentos de sua vida, que era especificamente quando se assumiu gênero fluido para sua família, onde teve várias confusões até que aceitassem, ou pelo menos, aproveitavam de seus variados pronomes para disfarçar que sua identidade de gênero não existia.

─ Você tem preferência em algum pronome? ─ Deidara perguntava.

Sai começou a os acompanhar, enquanto tinha uma expressão plena em seu rosto, segurando nas mãos uma pequena caixa de tinta, que provavelmente seria para suas obras.

─ Sim, prefiro que me tratem no feminino. ─ Sorriu. ─ Mas minha família ignora essa parte e sempre me tratam no masculino.

─ Bom, já que seremos boas amigas. ─ Ino falava calmamente. ─ Não precisa se preocupar, iremos sempre te respeitar.

Um sorriso sincero saiu de seus lábios, andaram em grupo por toda escola, conversando sobre diversas coisas, estavam ansiosos por causa do momento de apresentação, a semana de artes era uma única oportunidade que eles poderiam ser si mesmos, sem se importar de alguém os julgando por serem o que eram. Podiam desabafar criando histórias, contos, alguma coisa que poderia ser utilizava para expressar seus sentimentos.

Deidara e Sasori entraram no dormitório, agora já sozinhos e despreocupados. O loiro abraçava a cintura do seu namorado, enquanto o mesmo mostrava sua marionete, mas o mesmo se virou para si, beijando-o rapidamente.

─ Irá falar sobre sua pansexualidade? ─ Perguntou ao loiro.

─ Quase. ─ Sorriu calmo. ─ Não quero falar somente sobre isso.

─ E o que seria?

─ Irá descobrir na hora e espero que não me mate depois.

─ Estou ficando assustado com isso, loirinho.

Apenas o beijou de novo, rindo fraco em seguida. Deidara bagunçou seus cabelos, sorrindo alegremente para si. Estavam felizes. O loiro começou a o balançar enquanto mantinha seus braços ao redor de sua cintura, cantando uma música qualquer. Ambos sorriam e dançavam pelo quarto mesmo tendo como música, as palavras estranhas e desconexas que saia dos lábios de Deidara.

─ Vai ser uma coisa que vai me fazer feliz?

─ Tão feliz quanto três orgasmos durante um dia. ─ Recebeu outro tapa. ─ Para com isso, Sasori. Irá ficar sem orgasmos por um bom tempo agora.