Capítulo 12

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Pessoas costumam serem torturadas por passados imundos, onde os xingamentos mais dolorosos se fazem presente. Onde as cicatrizes costumavam se abrir com mais frequência, sangrando em um ciclo sem fim. Com Sasori não era diferente, carregava um fardo de ser um adolescente sem pais, onde precisou ir para uma escola para se livrar das dores que carregava em suas costas.

Quase sempre acordava desespero em lágrimas ao lembrar da cena em que seus pais foram mortos, bem de frente aos seus olhos. Depois disso, não havia ninguém em quem pudesse confiar, passou a morar com sua avó, a qual era a única que se arriscava a dizer as coisas, a falar o que sentia dentro de si.

Seus sentimentos eram ocultos, porém as pessoas achavam que ele não tinha aquele aglomerado de sensações que o faziam surtar internamente. Por um momento, realmente desejou não sentir aquela dor agonizante que o quebrava aos poucos, ou então não ser mais um ser vivo.

Invejava suas marionetes, que não tinham um coração que bombeava sangue, da mesma forma que não tinham aquela maldita caixa de sistema límbico, que controlava suas emoções e as processava pelo seu cérebro. Desejava tanto ser apenas um fantoche sem vida, por mais que sua falta de expressões fizessem com que ele parecesse um.

Suas lágrimas insistiam em cair, estava tendo novamente aquele pesadelo. Seu corpo se demonstrava trêmulo, apertava os olhos com força tentando puxar sua respiração. Sentiu aquele calor confortável o puxar com força para o banheiro, em um ato desajeitado de o ajudar. Quando menos esperou, seu corpo foi segurado enquanto se abaixava, vomitando no vaso, sentia tudo em si doer. Maldito pesadelo.

Seu namorado ainda o segurava, até ter a total certeza que nenhum líquido sairia mais de si. Teve o corpo arrastado até o chuveiro, e como já estava nu, teve uma água morna caindo levemente, o molhando completamente. Deidara passava a mão lentamente por seu rosto, o auxiliando naquele momento.

Seu banho foi lento, sua visão não estava 100%, mas sentia-se seguro por seu namorado estar lá consigo, mais uma vez, estava recebendo apoio em mais uma crise que sofrerá. Notou que o mesmo também se molhava, enquanto observava seu rosto.

─ Está melhor, danna?

Apenas assentiu com a cabeça, sua voz parecia estar presa na garganta, impedindo-o de falar. Apenas abraçou o corpo do mais alto, que fazia-o carinho enquanto lavava seu corpo. Suas crises chegavam silenciosamente em forma de pesadelo, quando via, já estava acordado gritando e chorando desesperadamente. Elas o sufocavam até não aguentar mais, tirando da sua vida a mínima paz que ainda tinha guardada dentro de si.

Deidara cuidou de si, colocando-o na cama e o enchendo de roupas quentinhas e confortáveis. Era apenas uma da madrugada, mas já estava recebendo toda a atenção que não merecia naquele momento. Observou o rapaz o olhar carinhosamente, mais ainda um pouco sonolento, deveria ter o assustado quando acordou assim.

─ Desculpa. ─ Murmurou baixinho, com culpa.

O loiro o olhou assustado, deitando ao seu lado e o puxando para mais pertinho. Beijou sua testa, que tinha alguns fios ruivos colados na mesma e sorriu calmamente.

─ Você não tem culpa, amor. ─ Tentou o confortar. ─ Não temos como controlar as crises.

Akasuna apenas se aconchegou nos braços do mais alto, recebendo vários beijinhos, seus músculos ainda estavam tensos, seu corpo ainda doía assim como sua garganta. Sua mente ainda se acalmava, tirando aquelas lembranças lentamente, fazendo-o sofrer um pouco menos. Tentava sorrir como agradecimento para seu namorado, mas o cansaço físico e mental tomava conta do seu corpo, deixando-o embriagado de exaustão.

─ Deidara, por que se preocupa comigo? ─ Disse em um fio de voz.

─ Porque eu te amo, me importo com você. ─ Sorriu fraco, entrelaçando ambos dedos. ─ Você é minha arte.

Sasori sorriu mesmo que fraco, sentindo o cheiro confortável que o rapaz exalava, o loiro começou a cantarolar baixinho, fazendo-o rir um pouco e relaxar.

─ Deidara?

─ O que houve, meu bem?

─ Eu te amo.

O loiro paralisou por alguns segundos, apenas o olhando e depois sorriu largamente na mais pura felicidade. Beijou calmamente, espalhando os beijos por todo seu rosto e rindo fraco.

Ambos ficaram calmos depois do leve susto, se abraçaram como se nunca tivessem feito isso na vida, encostaram ambas testas, suspirando fraquinhos. Deidara amava-o como nunca amou ninguém, seus sentimentos eram focados em si, o ruivo parece que tinha um imã, que fazia com que ele tivesse somente olhos para sus pessoa.

Era como se fosse uma onda de magnetismo, que puxava-o para perto. Quando se colavam, era quase impossível de se soltarem novamente, foram feitos unicamente para ficarem juntos, se completando mesmo que já fossem completos por si só. Os lábios se encaixavam assim como os corpos, tinham em mente o quão maravilhosa era a sensação de se beijarem.

Quão perfeita era o sentimento de saberem que tinham um ao outro. Quando estava na presença do loiro, Sasori esquecia de seus traumas, esquecia que uma vez desejou se tornar um brinquedo sem sentimentos, quando na realidade, se em todas as reencarnações pudesse estar ao lado de Deidara, com certeza iria querer ter todos os sentimentos do mundo, só para sentir quando o visse ao seu lado, fazendo-o feliz.

Se pudesse, passaria a vida toda ao seu lado, demonstrando o quanto o amava, o quanto estava feliz de o ter na sua vida. Por mais que passassem mais tempo juntos, teria uma hora que teriam que se separar, seja em vida ou seja na morte. Sasori estava decidido a aproveitar cada momento que tinha ao lado de seu namorado, mesmo que custasse a dor.

Iria passar o tempo que precisasse enquanto aquele sentimento durasse, poderiam passar anos juntos assim como também poderia passar meses, ele não estava se importando, por mais que tivesse uma cabeleira loira consigo, fazendo cada lembrava sua se tornar uma pétala de flor, que voava quando o vento passava, levando para outro lugar, até pousar em um lindo jardim.

Acima de tudo, queria aproveitar o sentimento de ser amado de verdade.

Até que a arte nos separe;; SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora