Capítulo 9

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Qual seria a arte dos apaixonados?

A calmaria corria pelos fios, deixando-os bagunçados. É quando se perceber os olhares intensos e cativantes que trocam entre si, é quando tudo ao seu redor deixa de existir por um momento, focando em uma única cena que insisti em passar lentamente ao seus olhos.

A sensação aflora a cada segundo, querendo-os mais próximos, querendo-os ali para se completarem, como boas almas gêmeas que anseiam para encontrar sua outra metade. Os cuidados aumentam de forma carinhosa, trazendo consigo sensações desconhecidas, mas que de alguma forma, fazem bem até mesmo para aquele que nunca amou.

Tudo girava apenas em torno de ambos, a inspiração que dividiam era fruto de um amor que estava preso em uma caixa, sufocado e agora estava liberto, podendo respirar melhor enquanto aproveitava a bela sensação de estarem finalmente livres. Por mais que quase ninguém soubesse, já era o começo de uma história a qual passou muito tempo guardada, empoeirada em uma estante.

─ Danna, venha tomar seus remédios.

A voz era leve, fazendo-o acordar de seus pensamentos, andou em passos calmos até o homem que o esperava ali, com um sorriso no rosto e um copo na mão. Primeiro, recebeu um beijo em sua testa e em segundo, uma pequena vítima que teria que tomar todos os olhos, pelo acontecimento já citado anteriormente. O horário de seus remédios eram controlados pelo seu próprio namorado, que cuidava de si com todo o amor possível.

A relação dos dois melhoraram, por mais que apenas os amigos de fora soubessem, tentavam não causar desconfiança ao estarem na escola, porém, era quase impossível quando uma chama de fogo acendia entre eles.

Deidara beijou a ponta do seu nariz, trazendo-o para perto e o aconchegando em seu peito. O ruivo mantia-se quieto enquanto suas expressões eram analisadas e recebida um carinho fraco em seu cintura, não fazia tanto tempo que estavam juntos, mas amava-o e ficava feliz em saber que era retribuído.

─ Você está sem dormir de novo, Sasori? ─ Engoliu a seco.

─ Só foi somente um dia.

O loiro suspirou, desde que voltaram, Sasori andava inquieto com a semana de artes que se aproximava. Não poderia negar que também estava nervoso, aliás, valeria nota máxima e iriam precisar se quiserem passar para a próxima etapa. A escola inteira estavam contando com eles para terem as melhores apresentações, e no final, ganharem os melhores elogios.

─ Meu bem, sei que está preocupado, mas se você não dormir, não vai aguentar ficar em pé.

─ Você também estar inquieto com isso, amor.

─ Eu sei, mas ainda estou na rotina, já você está querendo ignorar suas necessidades.

Sasori suspirou, novamente o loiro estava sendo certo em alguma coisa. Apenas fechou os olhos aproveitando o carinho que recebia, realmente era o único que tinha deixado sua rotina de lado, se não fosse Deidara o ajudou, já estaria acabado de tanto cansaço e pressão.

─ Você é tão idiota, Deidara.

Resmungou quando o outro se deitou na cama, puxando-o para perto e o abraçando. Sorriu quando falou a frase, vendo o outro rir fraco e fechar os olhos.

─ E pelo visto você ama esse idiota aqui, não é?

Riu mais ainda, arrancando um sorriso bobo do ruivo. Beijaram-se lentamente, em um ato simples de carinho, Sasori pousou suas mãos na nuca do rapaz, passando as unhas levemente por ali.

─ Vamos sair um pouco. ─ Deidara sussurrou, desfazendo o beijo.

─ Não quero.

─ Vamos para o jardim, deixe de ser teimoso.

Sasori suspirou frustado, sorrindo em seguida, o loiro levou-o para uma parte do jardim isolada, onde o movimento de pessoas costumavam ser mais lento e menos agitado. Sentaram-se perto do tronco de uma árvore grande, que os escondia perfeitamente. Ficou no meio das pernas de Deidara, que não demorou para o puxar para outro beijo.

─ Nós podemos ser pegos, amor. ─ Tentou falar.

─ Estou aproveitando que não tem ninguém. ─ O loiro voltou a o beijar.

Dessa vez ele retribuiu, sendo puxado para mais perto. Em sintonia, entraram no mais belo mundo onde só existia eles dois, a perfeição que os rodeavam, trazia consigo lembranças das lutas internas que acabaram virando amor.

Sentimentos que um dia guardaram, era soltos lentamente, deixando algum rastro que estavam juntos. Se beijavam constantemente quando estavam sozinhos, mas se seguravam o suficiente para não fazer isso em público. Os olhares denunciavam aos poucos que ninguém deveria se meter ali, as emoções corriam da cabeça aos pés.

Discretos.

Mas que quando estavam juntos emanavam uma aura calma a quem passasse por eles, já era o suficiente para saber que os mundos entraram em harmonia, deixando de lutar para impedir que as palavras tão esperadas saíssem. Continuaram ali, se beijando enquanto descansavam, aproveitando a brisa leve que passava e arrancava um sorriso de ambos rostos.

O vazio daquele lugar era um ponto positivo, observaram o sol se pôr através dos muros da escola, se beijaram de novo e de novo, inúmeras vezes e nunca se cansavam de fazer isso e muito menos de sentir o calor dos corpos que sempre o traziam conforto.

Com as mentes ligadas em uma só, mantinham os olhos atentos, por mais que a maioria das vezes fossem em olhares trocados entre si, entre um ritmo apaixonado, sorriam, se abraçavam, não queriam que aquele momento acabasse nunca.

A pressão que tanto sofriam era diminuída quando estavam juntos, se esqueciam de todos os problemas. A fé que colocavam em si era deixada de lado quando se beijavam, quando tinham um ao outro. Orgulhavam-se de suas artes, assim como passaram a se orgulhar dos "eu te amo trocados", em um sussurro que denunciava o medo mas ao mesmo tempo o carinho.

Riam levemente, tocavam-se, sendo puxados por aquela sensação maravilhosa de finalmente estarem juntos. Era a primeira vez que faziam isso estando juntos, e parecia ficar melhor a cada segundo, sentiam-se envolvidos demais para se preocupar com os outros.

Mas a sensação duraria pouca, mesmo que fosse por minutos ou horas. O medo chegava, e da mesma forma, era esquecido segundos depois que voltavam a prestar atenção nos sorrisos, trazendo uma paz plena e felicidade que era de estarem na presença um do outro.

Aliás, qual mal faria demonstrar amor em lugares que não fossem no dormitório?

Até que a arte nos separe;; SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora