Qual seria a arte de um coração partido?
As mãos nervosas numa profunda ansiedade, os olhos inquietos assim como o corpo, procurando um calor para apoiar-se. Sentimentos mais fragilizados que vidro, caindo aos pedaços e perdendo-se na pior solidão. Afastando-se dos pensamentos que um dia já foram tão belos, mudando visão que tinha sobre o que já foi considerado a melhor paixão.
Haruno nunca foi a melhor pessoa em demonstrar seus sentimentos, tinha uma mania estranha de chegar na pessoa e simplesmente insistir, até que levasse um baita fora, o que já se tornará comum em sua vida. Mas suas emoções sempre estavam brincando consigo, apaixonou-se por um ruivo, fã de arte, que vivia acompanhando por um loiro exibido. Com isso, certa que o amor estaria ao seu lado, arriscando conversas que nunca houveram respostas.
Não sabia como chegou ao ponto de ir atrás de Sasori, isso quando ele não estava acompanhando do loiro, sentia algo estranho nele, sempre mantendo-se afastada quando podia. Insistia, como se fosse a única coisa da vida que sabia fazer, mas teve suas esperanças quebradas como se fossem nada. O ruivo finalmente tinha falado consigo, mas não do jeito que queria, não com as palavras que desejava.
Como se fosse uma criança com medo, correu para longe, para onde pudesse chorar em paz. Ele tinha outra pessoa e não era ela. Seu mundo desabou aos poucos, ainda mais quando descobriu que essa pessoa não era nada mais que Deidara. Seus sentimentos queimaram-se, tornando-se uma máquina de raiva e ódio, não aceitava.
Seu corpo inquieto pedia para que agisse contra isso, sua mente perturbava-a para que enfim arrumasse algum modo de os separar, mas foi impedida. Após vê-los se beijando e depois escutar uma série de gemidos vindo do dormitório, conversou com sua amiga, que como o esperado, mandou ela superar e crescer ao invés de querer destruir a vida alheia.
A arte que envolvia ambos não era para si, não conseguiria andar na mesma sincronia, seus sentimentos não chegariam aos pés daquele que um dia sentiu ciúmes. Era incompreendida, mas também não queria deixar de compreender os outros. Agora sabia porque Sasori não se importava com sua presença, porque ignorava todos que tinham interesse em si.
Ele havia encontrado uma pessoa a qual era igual a si, mesmo com concepções diferentes. A paixão que envolvia-os era maior que o mundo, mas não sabiam disso.
Sakura não encaixava-se nesse meio, talvez fosse por gostar da pessoa errada. Portanto, por mais que seu corpo implorasse para suprir sua raiva, ignorou a obra vermelha que fazia-a entrar em combustão, mesmo que a cor abraçava-lhe, julgando completamente, magoando-a mais ainda. Por mais que houvesse fios tentando a controlar para que fizesse o errado, manteve-se quieta, chorando no seu próprio mundo. Tinha entendido.
Não havia encontrando sua arte ainda.
[...]
─ O que você foi fazer no dia em que saiu da escola?
Seus olhos eram focados nas marionetes, seus cabelos ruivos caiam levemente sobre seu rosto, deixando-o mais charmoso. Olhava para Deidara, afim de notar alguma reação estranha ou raiva pelo o que havia dito naquele dia, ainda estava mal.
─ Fui ajudar uma amiga. ─ Deidara mexia na argila calmamente. ─ Irei voltar para lá no final de semana.
Sasori aquietou-se, seu interior não aceitava que talvez ficasse sozinho novamente. Não era costumeiro de sair para qualquer lugar, mas estava triste, o loiro nunca saia nos finais de semana. Apenas suspirou como resposta, deveria ter ficado quieto.
─ E você vai comigo.
A frase saiu dos lábios do loiro sem peso algum, ele sorria calmamente, com uma tranquilidade que assustou-o. Largou as marionetes, olhando-o diretamente para ver se não estava brincando, ele parecia calmo demais para esse tipo de coisa, seus olhos castanhos capturaram o rosto do loiro, que encarou-o, como se estivesse dizendo que não adiantaria negar.
─ Não me encare desse jeito, ruivo. ─ Deidara suspirou. ─ Precisamos sair daqui um pouco, esses dias você estava ficando doente de tanto ficar preso nessa escola.
Suspirou, lembrando-se do dia em que acabou ficando semanas exausto, com a aparência horrível e febre alta, pensou que não era nada demais, porém sua mania de ficar trancado acabou trazendo as piores consequências. A diretora permitiu que Deidara e ele saísse às vezes, já que sofriam mais pressão que a maioria dos alunos, o loiro ainda ia tomar um ar fora daquele lugar, já ele, continuava evitando pisar fora da escola.
─ Qual o nome dela? ─ Perguntou desinteressado.
─ É Konan, ela mora junto com o namorado.
Sasori assentiu em concordância, por algum motivo ficou aliviado ao saber que a menina tinha namorado. Ele e Deidara nunca foram de conversar sobre a vida pessoal, quando falavam era em um momento aleatório, nunca pararam para se conhecer realmente. Mas ainda era surpreendente como mesmo com pouca informação um do outro, sabiam as manias, os modos, sabiam quando estavam precisando de carinho e de apoio, o ruivo achava que foi um hábito adquirido de tanto conviverem juntos.
O loiro sabia quando estava com problemas, sempre o mimando da melhor forma, às vezes sentia-se um pouco culpado de gostar tanto mesmo que não tenham nada oficial. Viu que o mesmo tinha voltado a dá atenção a suas argilas, não entendia como uma pessoa como ele poderia gostar de si. Não tinha nada de especial.
─ O que você foi fazer lá na última vez?
Perguntou curioso, nunca sabia o que o loiro fazia quando saía da escola, ele somente avisava para onde ia e qual horário voltaria, não se importava muito com isso, mas sempre teve as dúvidas do que seu loirinho fazia quando estava longe de si.
─ Ela teve alguns problemas com a família. ─ Respondeu calmamente. ─ E também porque estava organizando nossa ida até lá. ─ Sorriu sem olhá-lo. ─ Mas fique calmo, Konan tem casa própria então não vamos aturar os casos de família.
Disse, tentando tirar uma risada do mais baixo, que foi conseguida facilmente. Sasori sorriu, sentindo seu corpo relaxar mais, a presença do loiro conseguia tirar toda a tensão existente em si.
Deidara chegou perto do seu corpo, com as mãos sujar para trás, depositando um beijo no topo de sua cabeça. Sorriu ainda mais, olhando-o.
─ Eu quero te ver bem de todas as formas.
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Até que a arte nos separe;; Sasodei
FanfictionApós inúmeras brigas e discussões fúteis, Sasori e Deidara carregam o legado de serem os melhores e únicos artistas da escola, assim causando confusões pelas diferentes maneiras de pensar. Portanto, em meio a tantas reclamações, precisavam lidar co...