Capítulo 3

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Às vezes, perguntava o que fazia de tão errado. Suas artes misturavam-se trazendo indiferenças, seus olhos buscavam algo para que pudessem consertar. A tensão artística sempre rolava solta em seus corações, sabiam que não estavam assim por causa da diferença entre suas obras. Seus sentimentos buscavam compressão de tudo, eram como tintas que quando misturavam acabavam virando outras, uma mesclagem incompreendida, insatisfeitos com os próprios pensamentos.

Sasori estava sendo novamente sendo seguido pela Haruno, que o enchia de questões desnecessárias, as quais ele não tinha o menor interesse em responder, seus pensamentos estavam no loiro que ignorava-o depois do acontecimento anterior, sentia o pesar de não ter mais recebido seu carinho depois de alguns dias, não queria que acabasse naquilo. Talvez Deidara só quisesse pensar um pouco sobre o que vivam conversando, mas uma energia preocupante fazia questão de amarrar seu corpo.

Quando acordou, o rapaz de olhos azuis já não estava lá, o que era de se estranhar. Lembrou dele se culpando, dizendo para esquecer seus sentimentos, não queria esquecer dos toques leves que recebia, da atenção que tinha totalmente para si quando estava triste ou doente, Deidara tinha causado em si uma grande bolha de amor, que poderia explodir a qualquer momento, mas o outro também estava sofrendo com isso.

─ Sakura, eu sei que você gosta de mim, mas eu já tenho uma pessoa.

Soltou sem pensar, estava tão perdido pensando em Deidara que não tinha dado conta do que acabou falando. A rosada parou onde estava, sua expressão demonstrava o choque que estava por receber essa informação assim, suspirou fraco, forçando um sorriso amigável. Parece que não tinha sorte no amor mesmo.

─ Oh! Eu não sabia. ─ Deu pequenos passos para trás. ─ Desculpe então.

Saiu correndo para longe de Sasori antes mesmo que ele tivesse alguma reação. O mesmo suspirou irritado, por mais que soubesse que tinha machucado a garota, não podia ficar dando falsas esperanças, ainda mais sendo homossexual e tendo seus pensamentos em outra pessoa. Entrou dentro da sala, encontrando Deidara jogado na sua carteira, assim como faziam muitas coisas juntos, dividir a mesa não era diferente.

Caminhou em direção à mesa, observando o loiro que tinha sua cabeça abaixada, provavelmente tirando um cochilo. A sala estava vazia, sempre eram os primeiros a chegar, então não ficava surpreso toda vez que entravam na mesma. Ousou colocar as mãos no cabelo de Deidara, que olhou-o levemente.

Sem falar nada, o loiro ficou o encarando, passando seus dedos de leve próximo aos lábios de Sasori, que ficou parado, calmamente, recebeu um beijo carinhoso, os dedos finos adentraram suas madeixas ruivas, puxando-as levemente. Não negou o ato, trazendo Deidara para mais perto de si, não entendeu o motivo de ter o beijado depois de alguns dias sem falar nada, mas depois iria descobrir.

─ Irei ter que sair hoje. ─ Deidara falava acariciando seu rosto. ─ Não me espere, voltarei tarde.

Deu-o outro beijo, estava mais calmo que antes, Sasori o abraçou em pura tristeza, sabia que o mais alto tinha que sair algumas vezes para resolver assuntos da família, mas odiava ter que dormir sozinho. Escutaram passos se aproximando e afastando-se depois, se separaram rapidamente, repondo a postura.

─ Vai fazer o que? ─ Perguntou curioso.

─ Minha amiga está com problemas, vou ajudá-la.

Sasori fechou a cara quando escutou a palavra "amiga", mas tentou ignorar. Depois de um tempo, alunos chegavam, sempre com um ar de superioridade, o que deixava-o irritado, cruzou os braços enquanto escutava as palavras do professor, enquanto ignorava os olhares que Sakura mandava para si.

Deidara olhava-o de vez enquanto, passando os dedos na coxa do mais novo, em uma tentativa de o acalmar, sabia que o ruivo não estava gostando da ideia que não voltaria tão cedo para a escola. Sairia no intervalo, esperava que se resolvesse logo para poder voltar o mais rápido possível. Suspirou, o sinal tocava irritando seus ouvidos, muitos começaram a levantar-se, indo em direção a cantina.

─ Vai conseguir dormir sozinho hoje, ruivinho? ─ Aproximou as mãos no rosto do rapaz, que as empurrou bruscamente.

Deidara estranhou, vendo o outro levantar-se irritado e indo em direção à porta.

Não preciso de você para nada, loirinho.

[...]

O restante do dia tinha sido cansativo, seus olhos pesavam em pura triste, tinha deixado Deidara para trás enquanto soltava aquela frase tão pesada, não esperou que o outro respondesse, mas também não esperava que ele fosse sair tão cedo, apenas avistou as madeixas loiras atravessarem o portão, deixando-o sozinho.

Sentiu um vazio que nunca sentirá na vida, um gosto amargo atingiu seu paladar, seus olhos pareciam bem mais cansados que antes, não deveria ter sido tão rude com o loiro, mas apenas deixou as palavras saírem enquanto caminhava para longe dele. As cores separaram-se nesse momento, deixando a intriga que nunca iriam misturar-se novamente. A argila jogada em um canto da dormitório foi o suficiente para fazer seu coração afundar, caindo no mais longo precipício.

Era uma madrugada fria, não tinha conseguido dormir depois de ter falado palavras tão cortantes, sentiu-se culpado até mesmo pela Haruno não ter o seguido pelo restante do dia. Sentia falta dos abraços quentes que recebia em uma madrugada como aquela, revirou-se pela cama, mas não tinha conseguido dormir.

Escutou a porta ser aberta, mas não fez questão de mover um músculo para olhar quem era, já sabia. Fingiu estar dormindo enquanto o loiro passava direto de sua cama para ir ao banheiro, ficou tenso ao ver que ele realmente tinha demorado tanto tempo para chegar. Não entendia como um problema podia demorar tanto para ser resolvido.

Deidara não iria mais querer olhar na sua cara, talvez nem falasse mais consigo, eram acostumados a brigar, mas não era por causa daquele maldito sentimento que os apertava, que os faziam sofrer um pelo o outro. Sentiu um peso na sua cama, denunciando que o loiro estava deitando consigo.

O calor do corpo do outro automaticamente o fez relaxar, um beijo em sua nuca foi depositado e ele sorriu, mesmo que não pudesse ver sua satisfação. Deidara abraçou-o, puxando-o para mais perto e o enrolando corretamente. Nesse momento sentiu como se seu coração fosse embora do seu peito, estava nervoso.

─ Eu voltei, Danna. ─ Sussurrou, beijando a testa do ruivo.

Aconchegou-se, sentindo o carinho que estava recebendo, se surpreendeu por ganhar beijos invés ao invés de ser ignorado novamente. Estava sendo duro com o outro, e isso fazia-o pensar que não o merecia verdadeiramente. O loiro acariciava seu cabelo, sabendo que era um dos pontos fracos que fazia o mesmo relaxar, queria poder virar-se e o beijar, mas sua coragem foi embora, achava-se um covarde.

Pode dormir em paz, eu estou aqui ao seu lado.

Até que a arte nos separe;; SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora