Capítulo 6

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As almas interligadas demonstravam o conforto de estarem ali, os corações conectados, batiam em um ritmo calmo para que não aumentasse a ansiedade. Sentia-se calmo em ter aquelas mãos fazendo-o carinho enquanto tentava acalmo-se, aquele sorriso já era o suficiente para deixar seu corpo relaxado e alcançar a mais bela paz.

Estavam sentados em uma cama de casal, que segundo o loiro foi preparada somente para eles. Finalmente tinha colocado os pés para fora daquele escola, o ar puro foi o motivo para que sua ansiedade o batesse, deixando-o sensível, mas os braços ao seu redor e a voz suave do seu parceiro foi o suficiente para tirar da sua mente a sensação de morte.

Sasori havia conhecido um casal que inicialmente achou estranho, eram simpáticos, mas não costumava confiar nas pessoas tão facilmente. Havia uma mulher de cabelos roxos, que continha um ar sério, por mais que seu sorriso fosse motivo para deixar seu namorado tão abobado. O homem era um ruivo, com os cabelos mais claros que o seu, chamava-se Nagato, por mais que pedisse para o chamarem de Pain.

Deidara parecia feliz perto deles, foi bonito vê-lo confortável na presença de outras pessoas e ainda tentar o deixar calmo diante daquela situação, já fazia um ano que não saia da escola e que não conhecia nenhuma outra pessoa. O quarto que estavam tinha ar condicionado, era um lugar confortável, bem organizado e limpo.

─ Está bem, amor? ─ Viu Deidara sorrir.

─ Estou. ─ Corou.

─ Você irá gostar daqui.

Tinham saído da escola pela sexta a noite, não demoraram para chegar na casa de Konan, o loiro fez questão de pagar um táxi para que fossem o mais rápido possível. Não estava confortável, portanto, concordava que precisava sair um pouco, nem que fosse para passar três segundos no portão e depois voltar. Portanto, já era uma manhã de sábado, não teve oportunidade de conversar com as pessoas da casa por causa do cansaço que ambos estavam, porém não se importava.

─ Eu quero dormir. ─ Sasori sussurrou manhoso.

─ Aguente um pouco. ─ Acariciou os cabelos ruivos. ─ Daqui a pouco irá chegar os outros.

─ Como assim outros? ─ Sasori arregalou os olhos, nervoso. ─ Você não me disse que iria ter mais gente.

─ Sasori... ─ Chamou-o calmamente.

─ Você sabe que eu odeio conhecer novas pessoas dessa maneira.

─ Sasori.

─ Não fale comigo.

Deidara suspirou, costumava ser uma pessoa totalmente explosiva, a qual não tinha paciência para nada, usava suas obras para aliviar o estresse constante que sofria. Mas desde que conheceu o ruivo aprendeu a ser mais paciente com as coisas ao seu redor, mania que adquiriu do próprio.

─ Sasori, eu estou fazendo de tudo para que não fique mal, custa você se arriscar uma vez?

Em um ato ignorante, não houve reposta, o ruivo apenas virou de costas para si, não respondendo nada que do falará. Respirou fundo, levantando-se e caminhando para fora do quarto.

Deidara poderia não demonstrar o quão machucado ficava com cada palavra escutada, era uma pessoa que aprendeu a se fechar para o mundo, assim como o ruivo. Mas sentia-se em um parque de diversões com defeito, por mais que tivesse seus momentos bons, por mais que sentisse a brisa alegre bater em seu rosto, tinha medo de um dia se machucar, e além de acabar ferindo a si mesmo, machucar aos outros.

Sasori mostrou-o outro mundo, onde ultrapassava de brinquedos enferrujados e pessoas ignorantes, mas tinha que admitir, a dor de ser machucado pelo ruivo ainda era pior que uma simples raladura ao cair no chão.

Sentou-se na mesa da cozinha, onde Konan mexia em alguma coisa. Apoiou o rosto em uma das mãos, suspirando, o que acabou chamando atenção da mais velha para si.

─ Cadê seu namorado?

─ Dormindo. ─ Ignorou o fato dela ter chamado Sasori de "seu namorado"

Era um desejo seu, mas ele não era.

Mexeu em um copo com um líquido transparente, sem pensar duas vezes, engoliu, fazendo uma careta ao sentir algo descendo rasgando pela sua garganta. Colocou a mão na boca, em uma tentativa de disfarçar, o que não deu certo já que a mulher olhava-o enquanto ria de sua cara.

─ Isso não é água.

─ É, acho que notei.

─ Não saia bebendo assim, seu namorado não tem cara de quem gosta de carregar bêbados.

Ela riu, fazendo com que soltasse algumas risadas também. Levantou-se da cadeira, despedindo da mesma e dizendo que iria voltar para seu quarto. Sasori continuava no mesmo estado, deitado de frente para a parede, julgando-se mentalmente por ser sido tão rude novamente. Mas não lidava bem com pessoas, era uma das únicas coisas que Deidara sabia.

Escutou a presença do mesmo no quarto, fazendo-o paralisar. O loiro parou perto da cama, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça, olhava-o com um olhar autoritário.

─ Iremos sair hoje a noite, e não quero que você saía de perto de mim.

A voz de Deidara ecoou autoritária, sentiu seu corpo tremer, virou-se para o mesmo, o encontrando com um sorrisinho sacana no seu rosto. Revirou os olhos, sentando-se na cama.

─ Se você ousar sair de perto de mim, terá que aguentar as consequências depois.

Deidara caminhou até a porta do quarto, trancando a mesma. Voltou a andar para perto de Sasori, que ainda estava parado olhando-o.

─ Você enlouqueceu, Deidara?

Dessa vez foi a vez do loiro não o responder, viu ele subir na cama lentamente, logo subindo em cima de mim. Sentia seus pulsos sendo segurados levemente, apenas observou o mais alto, analisando o que faria a seguir. Aos poucos, o sorriso de Deidara sumiu, sendo trocada por outra expressão.

─ Sasori.

Olhou-o com preocupação, o seu loiro já não parecia o mesmo de minutos atrás e esse pensamento fazia com que seu peito desse pontadas, infernizando-o, sabia que poderia ter sido efeito do que tinha dito. Recebeu um carinho leve em seu rosto, que o fez se acalmar um pouco.

Deidara apenas deitou-em em cima de si, não falou mais nada, apenas continuou assim.

─ Sasori, você tem que se decidir.

─ Decidir o que?

Se quer me fazer seu.

[...]

Eu vou comer vidro.

Até que a arte nos separe;; SasodeiOnde histórias criam vida. Descubra agora