Brooke
Cheguei na escola e logo na entrada já vi algo que acabou com meu dia antes mesmo de começar. Passei direto e fingir que aquilo não me afetou. Vi meu grupo (Jazz, Alice, Thiago e Jaxon) de longe mas passei direto indo pra sala. Me sentei em uma cadeira do fundo e deitei meu rosto em cima da mesa.
Não estava nem um pouco afim de conversar e devido a noitada estava com muito sono e sem paciência. Alice e Thiago apareceram e sentaram ao meu lado. Eles perguntaram o que tinha acontecido e eu desconversei já que não queria falar nada até pelo menos saber o que ia fazer.
As aulas foram se passando e eu até que era boa aluna. Gostava realmente de estudar, me fazia pensar em um futuro longe da minha família e sem depender do dinheiro deles. Era a hora do intervalo e eu me virei para minha bolsa pegando minha carteira.
Alice tinha ido ao banheiro e Thiago ficou na porta me esperando. Peguei meu celular e segui com ele para cantina. Ficamos na fila e logo o resto do pessoal apareceu. Peguei meu celular após o barulho de uma nova mensagem e mordi o lábio pensando no que ia fazer. Era uma mensagem da minha mãe confirmando o almoço. Meu pai viria me buscar com ela e de lá íamos almoçar.
Desviei o olhar para o lado vendo meus irmãos e revirei os olhos. Eles se aproximaram e comprimentaram o pessoal, felizmente foram com seu grupinho para o fim da fila. Um menino que fazia aviãozinho passou do meu lado e eu pedi para o Thiago comprar pra mim que eu já voltava.
Comprei dois cigarros de maconha na mão dele e ele sempre gastava com minha cara já que ele pegava a droga com um dos vendedores do meu pai. Paguei e guardei os cigarros entre meus seios. Sai dali indo para a mesa e dei um beijo na bochecha do Thi em agradecimento e comi.
Ficamos conversando e zuando um com o outro como de costume até que a Ester passou com o grupinho dela e dentre eles estava o carinha de mais cedo. Ela piscou pra mim e eu desviei o rosto. Pelo canto do olho a vi se sentar e pegar o celular. Provavelmente foi pra me mandar mensagem já que meu celular novamente deu sinal de vida.
Travei o celular e ajeitei meus óculos escuros. Deitei minha cabeça no ombro da Jazz e fiquei pensando no que ia falar aos meus pais. O sinal tocou e voltamos pra sala. No meio do caminho, ou melhor na porta da minha sala, Ester e seu grupinho estava lá.
Passei direto já que não estava com ânimo pra brigar e fui até minha cadeira. Peguei meu celular e mandei mensagem para minha mãe cancelando o almoço e avisando que o que ia falar não ia rolar mais.
Ela perguntou o que era e eu disse que explicaria em casa e ela entendeu. Voltei minha atenção para a aula e até que me ajudava a esquecer um pouco das coisas. Eu precisava pensar no que iria fazer com a Ester e isso eu precisaria de tempo.
No fim da manhã, fomos liberados e convidei Alice para ir lá pra casa mas ela tinha médico. Ao sair da escola vi alguns amigos entrarem no carro que trazia meus irmãos e revirei os olhos. Fui até meu carro e deitei no fundo tirando meu fone de ouvido e me permitindo ficar em silêncio.
Fui direto para o meu quarto passando pelos dois amigos do meu irmão que estavam na sala com ele. Eu sabia que eles tinham uma queda por mim, aliás a maioria da escola tinha. Eu não julgava eles, mas se eles se aproximaram do Derek pra tentar algo, erraram feio.
Na escada, minha irmã e duas amigas dela estavam descendo e eu passei direto da mesma forma. Entrei em meu quarto e me deitei na cama olhando para o teto e pensando no que iria fazer. Ouvi batidas na porta d em seguida meu pai entrou. Ele se deitou em meu lado e ficou olhando o teto comigo.
- O que você ia me contar no almoço cancelado? - meu pai sempre ia direto ao ponto quando ele se sentia ameaçado. E pelo que eu conheço dele, ele espera algo como "relacionamento" em resposta
- Era só um projeto meu que felizmente não foi pra frente, porém já estou pensando em como resolver
- tudo bem, qualquer coisa só me avisar - ele deu um beijo em minha cabeça e minutos depois escutamos um barulho de coisa quebrando no corredor.
Nos olhamos e fomos correndo pra lá, Marina tinha deixado o copo cair em seu pé e pelo rastro do vidro e do sangue, ela tinha provocado. Quando você deixa alguma coisa cair sobre seu pé, o sangue fica por baixo e os movimentos dos pedaços de vidro são uniformes.
O dela o sangue estava por cima e tinha alguns cacos de vidro que não faziam sentido. Como eu sei? Muito filme e série que assisto. Coisas desse tipo me atrai e posso até dizer que está no meu sangue. Fora que ela sempre fazia alguma dessas artes para tirar a atenção do pai e da mãe de mim pra ela.
-----
Já se passavam das quatro quando eu finalmente cheguei a uma conclusão. Não ia deixar a Ester ficar por cima. Mandei uma mensagem pra ela pedindo pra ela ir ao nosso lugar de sempre e me levantei indo me arrumar.
Fui ao closet escolher uma roupa e a coloquei na cama. Eu sempre fazia isso quando ia me arrumar. Escutei o barulho da notificação da Ester e abri a mensagem. Ela tinha me enviado uma foto no espelho do nosso lugar.
Basicamente, nós tínhamos um apartamento juntas. Nossos pais tem tanto dinheiro que as vezes nem se dão conta se alguns deles sumiram. Era o nosso canto, lugar onde podíamos ser nós mesmas.
Deixei o celular de lado e fui ao banheiro tomar uma ducha. Saí de lá minutos depois e me arrumei. Conferi se tava tudo certo e saí do quarto o trancando. Encontrei tio Chaz e meu pai na sala e avisei que estava indo dar uma volta pra distrair. Sai antes que ele pudesse dizer algo e entrei no taxi que eu já tinha chamado.
Ao chegar no prédio, fui direto para o elevador e tirei uma foto encaminhando para a mesma. O elevador já dava no nosso apartamento então nem me preocupei em pegar chave.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A batida do meu coração
Ficção Adolescenteo anjinho que virou rebelde e decidiu viver a vida a sua maneira. Livro da Brooke Cooper Miller Segunda temporada de 'Porque eu?'