Brooke
Olhei o relógio em meu pulso e já fazia cinco minutos que nós estávamos parados na porta tomando coragem para entrar. Respirei fundo e olhei pra ele que sorrio de lado fraco pra mim. Abri a porta e entrei seguindo para a escada.
Olhei por cima do ombro para sala e notei que todos estavam ali e conversavam animadamente sobre, provavelmente, alguma coisa do Derek. Fui para meu quarto e deixei minha bolsa na cadeira. Thiago entrou um tempo depois, já que ele foi falar com o povo, e se jogou na minha cama ligando o ar.
- Saudades de transar com você - ele disse me olhando e deu de ombros - era um sexo livre e muito gostoso. Diferente dos que eu ando tendo por aí
- Ah, qualé?. Vai me dizer que o sexo com a Duda não é bom? Ela parece saber o que fazer nessas horas - disse e fui em direção ao closet. Peguei uma roupa e fui em direção ao banheiro deixando a porta encostada. Tirei rapidamente minha roupa e já entrei no box ligando o chuveiro.
- É, mas ela sempre estraga o clima depois com aquele papo de ficar mais sério e namoro
- Não consigo imaginar você namorando. Nem comigo você quis - disse enquanto passava sabão em meu corpo e em seguida da tirava - você faz o estilo livre e desapegado
- Eu não quis Boo? Vai meter o louco mesmo? Você sabe que quem arregou aqui não fui eu - revirei os olhos e terminei meu banho. Peguei minha toalha e me enrolei - Aliás, acho que nossas mães ainda torcem pra que isso aconteça
- Com toda certeza desse mundo. Lembra como a tia Jess ficava com a menor possibilidade da gente estar junto? - sai do banheiro e tranquei a porta. Fui até a cama tirando a toalha e começando a me vestir. Eu não tinha vergonha de ficar pelada na frente do Thiaho, afinal já éramos bastante íntimos.
- Meu Deus, nem me lembra - ele disse rindo
_________________________2 mês depois
Minha vida mudou bastante. Passava mais tempo no apartamento com a Ester. Para ser realmente minha casa, só faltava levar todas as coisas das casas do meu pai.
De uns dias pra cá minha relação com a Ester passou por várias provações. A família dela super apoiou a filha e gostaram de mim, diferente da dona Kate. Estava evitando o máximo encontrar com ela em casa o que facilitou ainda mais que eu ficasse no apartamento.
Já fazia uma semana que minha relação com a Ester estava um pouco estranha. Acho que nunca ficamos tanto tempo juntas, morado juntas, vivendo uma vida de casadas. Claro que por nossas posições, a homofóbia diminui bastante mas não ficou na porcentagem 0.
Muitos caras nos chamavam pra fazer ménage ou até mesmo pra apenas observar a gente transando. E pode apostar que o senhor Miller não gostou nada disso. Assim como a família da Ester que reforçou a segurança da filha.
Era sexta e tínhamos marcado de sair pra jantar com a galera. Eu estava na casa dos meus pais pois minha Vó chegou de viagem e fez um almoço para a família. Minha vó sempre soube, ela sempre soube de tudo. Ela é tipo meu diário, antes mesmo de ter você, diário.
Almoçamos e ficamos na piscina um pouco. Peguei meu celular para mandar mensagem para a Ester mas a mesma não respondeu, liguei e mesmo assim nada. Como sou uma Miller, sem ela saber eu tinha colocado câmeras em nosso apartamento afim de ficar mais tranquila quando ela estiver lá sozinha, afinal segurança nunca é demais.
Assim que a câmera carregou, comecei a procurar a mesma pela casa,mas foi quando eu mudei para o quarto que senti meu coração parar e uma enorme raiva surgiu dentro de mim. Estava ela e o Derek, juntos, sem roupa, em uma cama.
Meu pai falou alguma coisa comigo e eu gritei jogando meu celular na parede. Sai da piscina com todos me olhando e perguntando o que tinha acontecido. Marina estava saindo da cozinha e vindo pra cá para fora. A peguei pelo braço e a coloquei contra parede.
- Eu sei que tem dedo seu nisso. Você vai pagar e principalmente, ele vai pagar. Você mexeu com o que não devia e vai pagar caro por isso
Senti um toque em meu ombro e me virei vendo meu pai, com minha mãe e minha vó atrás. Sai dali correndo e subi para meu quarto. Coloquei uma roupa qualquer e mandei mensagem para todos me encontrarem em meu apartamento.
Corri até o escritório do meu pai e peguei uma arma colocando na cintura. Peguei a chave da moto dele e sai dali antes que ele percebesse que eu estava lá. Eles estavam me procurando e eu passei indo para área das motos. Escutei um choro e a voz da Marina. Ela estava tirando o dela da reta e iria deixar o Derek se fuder sozinho.
Subi na moto e segui para meu apartamento. Um tempo depois tinha carros me seguindo e eu imaginei que seriam meus pais e minha vó e que a Marina tinha aberto o bico. Acelerei e peguei alguns atalhos. Meu coração tinha esfriado e meu sangue estava puro ódio.
Aquela filha da puta vai aprender a nunca mais brincar assim. Imagina quantas vezes ela já não fez isso antes e eu nunca percebi? Será que ela fez com alguém da nossa roda? Não vou ser hipócrita de dizer que minha cabeça não estava mandando mata-la porém meu coração dizia ao contrário.
Assim que cheguei, estacionei moto e subi pelo elevador que estava aberto. Entrei em casa sem fazer barulho e vi aquela cena, com meus próprios olhos, em minha frente. A Marina entrou primeiro e parou quando me viu. Troquei olhares com ela e quando fui pegar a arma, escutei dois tiros.
Olhei de onde os tiros estavam vindo e vi uma arma na mão dela. Arqueei a sobrancelha e olhei para onde a arma tava apontada. Ester estava na cama, sangrando, quase sem vida enquanto Derek estava assustado e correu para o banheiro para se limpar. Meus pais chegaram e eu corri até ela.
A coloquei em meus braços e ela olhou pra mim e me pediu perdão e pedindo para que eu investigasse o que tinha acontecido. Mordi forte meu lábio inferior e abracei seu corpo sem vida. Fiquei assim durante um tempo até que minha vó se aproximou e separou o corpo dela de mim.
O que eu vou fazer agora ?
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A batida do meu coração
Ficção Adolescenteo anjinho que virou rebelde e decidiu viver a vida a sua maneira. Livro da Brooke Cooper Miller Segunda temporada de 'Porque eu?'