Capítulo 10

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Brooke

Acordei toda suada, olhei no criado mudo e vi que eram 3:45 da manhã. Tentei controlar minha respiração e dizia para mim mesma que tudo não passou de um sonho, um sonho muito ruim. Olhei para o lado e Ester dormi calmamente.

Me levantei e fui para o banheiro, tirei minha roupa e entrei na banheira colocando a mesma para encher. Estava sem acreditar no quanto esse sonho tinha sido real. Fiquei olhando pela janela perdida em meus pensamentos e uma chavinha virou.

Todas as vezes que vinha merda pela frente, minha vida sempre dava um jeito de me avisar. No dia em que a Marina nasceu, eu caí e machuquei meu braço. Quando ela teve que ir para escola comigo, no dia anterior derramei suco na minha calça e todo mundo achou que era xixi. E por aí vai uma longa lista.

Sai da banheira e me enrolei na toalha. Fui até o celular da Ester e o peguei indo para a sala. Me sentei no sofá e abri a conversa com a Marina. Já era estranho ela ter uma conversa com ela, já que elas mal se falavam. Na conversa elas falavam em algum tipo de código, o que me deixou ainda mais com uma pulga atrás da orelha. Tirei print e mandei para mim, apagando depois pra ela não ver .

Coloquei o celular dela de volta no lugar e fiquei analisando a conversa. A Ester sempre pedia pra ela não fazer alguma coisa e que faria, abre aspas, qualquer coisa pra me proteger, fecha aspas. O que será que a Marina tem na manga assim? E porque ela foi atrás da Ester e não veio até mim?

Acabei dormindo perdida nesses pensamentos. De manhã, acordei antes que a Ester e dei uma desculpa para deixar a mesma sozinha. Fui para o meu outro apartamento do andar e chamei o pessoal. Juntos bolamos um plano e eles me ajudaram a tentar entender os prints.

A gente sabia que o Derek era meio afim da Alice, então usaríamos ela. E a Marina queria o Thiago pra ela só porque ele era meu, usaríamos ele também. Os dois saíram dali e foram fazer suas partes do plano. De acordo com o Instagram do Derek, ele estava em casa então Alice foi lá, e de acordo com o da Marina ela estava no shopping e o Thiago foi pra lá.

Apesar de tudo indicar ser culpa da Marina, estava pensativa em questão da Ester ter culpa também. Disso tudo ter começado quando a Marina descobriu alguma coisa contra a Ester . Ou da Ester não gostar de mim de verdade e ser tudo um plano da maluca da minha irmã. Minha cabeça estava a mil.

Meu celular vibrou e era uma mensagem da minha mãe. Ela queria me encontrar pra gente se entender. Confirmei em algum restaurante qualquer e decidi ir como estava. Ester mandou mensagem dizendo que ia para casa dos seus pais e aproveitei que tava online e respondi a mesma .

Deixei o resto da galera lá no apartamento e segui para esse restaurante. Graças ao trânsito, demorei um pouco mais do que o esperado. Assim que cheguei, encontro minha mãe em uma mesa de canto e fui até ela. Ela estava tão distraída olhando o menu que nem me viu sentar.

- Oi mãe - disse abaixando um pouco o cardápio e sorri fraco

- Oi meu amor - disse sorrindo um pouco mais que eu. Ótimo, fiquei com pé mais atrás ainda - nem vi você chegar

- Cheguei a pouco, o trânsito tava ruim

Ela fez o pedido dela e eu fiz o meu. Ficamos conversando sobre coisas que nos envolviam e ela ficou a todo tempo lembrando de como era só eu e ela e de como a gente de dava bem. Deixei a parte de cutucar a onça com vara curta em relação a Mariana e ao Derek terem nascido para depois e resolvi aproveitar o momento.

Pouco tempo depois de terminar a sobremesa, ela me convidou para ir ao shopping e eu aceitei dando de ombros. Enquanto ela pagava a conta, meu celular apitou, era um áudio do Thiago. Coloquei no ouvido e respirei fundo apertando, com força, a cadeira.

Minha mãe desviou o olhar pra mim e arqueou a sobrancelha sem entender o que estava acontecendo. Deixei o celular sobre a mesa e olhei para o chão pensando no que iria fazer. Minha mãe tentou falar comigo e entender o que estava acontecendo mas fingi que não era comigo.

Mandei mensagem pra o Thiago segurar ela lá e pedi pra minha mãe me levar pra casa. Ela ficou o caminho todo perguntando o que tinha acontecido e eu fiquei apenas em silêncio. Não era possível que isso seja real.

Ao chegar em casa, sai do carro e fui correndo para o portão de cada. Fui para o escritório do meu pai e peguei uma arma. Recarreguei a mesma e deixei já no ponto. Meu pai e os meninos estavam entrando e se assustaram quando me viram. Sai correndo e fui para o quarto da minha irmã

- Oh sua Vadia, quem você pensa que é? - entrei batendo a porta e ela de assustou. Thiago estava na varanda e ela estava tentando chamar a atenção dele usando apenas um short e um top.

- É o que sua maluca, endoidou foi? - ela disse cruzando os braços. Todo mundo chegou em seguida e meu pai tentou tirar a arma da minha mão sem sucesso

- Quem você pensa que é pra chantagear a Ester? - me aproximei dela e abaixei a arma.

- Chantagear? Eu? A Ester? Nem com ela eu converso garota

- Ah não? Então você não estava ameaçando contar pra todo mundo que eu e o Thiago já tivemos um caso? - me aproximei dela e taquei o fodasse se tinha falado demais

- Não sei do que você tá falando

- Não sabe? - escutei a voz da Ester. Olhei para o Thiago e ele deu uma piscadinha. Sorri de lado e voltei minha atenção para a Marina

- Não, eu sou inocente. Ninguém manda você ser uma vadia que sai dando pra todo mundo - ela deu de ombros. Todo mundo estava em silêncio apenas prestando atenção.

Dessa vez foi a vez da minha mãe tentar tirar a arma da minha mão, novamente sem sucesso. A discussão durou mais um pouco e eu jurei que iria provar pra todo mundo o quão vaca ela era. Sai dali indo para o meu quarto e todo mundo saiu.

Olhei para trás e não achei a Ester. Olhei pela escada lá pra baixo até que não vi a mesma e só escutei o som de um disparo. Meu coração acelerou e corri em direção de onde o som tinha vindo assim como todos daquela casa. Meu pai entrou primeiro por já está perto e me impediu de entrar.

Apesar dele ser grande, consegui ver a Ester no chão, toda ensanguentada e a Marina com as mãos sangrando junto com uma arma perto. Senti meu corpo ficar fraco e eu cai no chão chorando. Fiquei um tempo assim e sai correndo até a Ester. A peguei em meus braços e desejei ser outro pesadelo, mas infelizmente não era.

A batida do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora