3_ Dias Estranhos

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No quarto, Snape lembrou-se dos anos lecionando poções em Hogwarts.
Os dias se arrastavam.
Ele não gostava de lembrar daquela fase.
Vivera tempos demais refém de suas lembranças em um mundo onde não construiu nada sólido.
Quando queria, facilmente tinha notícias de como as coisas andavam por lá.
Potter era um auror. Casado com Gina Weasley. Ele parecia estar feliz.
Fred e George viviam uma vida agitada, tinham uma loja de artigos um tanto estúpidos. Para pregar peças nas pessoas e isso não o surpreendia. Eles tambem tinham uma vida amorosa agitada.
Ronald Weasley também era comerciante e tinha uma esposa e filhos gêmeos, ele parecia estar feliz.
Draco era um homem importante, trabalhava com poções também.
Trabalhara um tempo como professor.
Mas agora tinha seu próprio negócio.
Por incrível que pareça ele se afastara da influência paterna e trilhava seu próprio caminho.
Era o suficiente.
Não havia mais nada que ele precisasse saber, sobre aquela gente.
Snape revirou-se na cama. Mais uma vez.
Poderia aparatar até o Refúgio bruxo.
Mas preferiu caminhar pela noite.
E hoje queria estar no mundo convencional.
Ou trouxa.
O que fosse, não queria saber de magia. Só se distrair um pouco.
Estava um clima fresco lá fora. O céu estrelado e ele gostaria de um pouco de diversão.
Amara muito uma mulher, não ficaram juntos.
Os tempos de arrependimento, pertenciam ao passado.
Ele até ensaiara relacionamentos, mas sem sucesso.
Não tinha muita paciência.
Mas um sexo mais quente o deixava satisfeito. E para isso, não precisava falar de amor.
Entrou no pub escuro, as garotas lhe acenaram.
Elas o achavam estranho, mas ele pagava bem e ainda dava gorjetas, então, elas meio que acabavam tão satisfeitas quanto ele.
Sentado com um copo à sua frente. Snape ponderava qual das moças escolheria essa noite.
Ali não era bem um bordel.
Mas não moravam em uma grande metrópole.
Então as prostitutas ficavam por ali, procurando clientes.
Foi quando ele a avistou e sentiu seu coração acelerar.
Ela estava melhor.
Mais ativa. Mas ele não sabia que já estava curtindo bebedeiras.

Hermione viu que o professor se recolhera cedo.
Mas estava com a cabeça à mil.
Fazia tempo que não falava sobre Rony e os demais Weasley.
Snape era um homem discreto, não forçava convivência e assuntos. Hermione sabia que não podia viver ali para sempre.
Nunca nem simpatizara com o professor, mas querendo ou não, ele era alguém que lhe lembrava uma fase boa.
Não por conta de Severus Snape e suas aulas de poções, claro.
As vezes quando dormia, Hermione sonhava que ainda era uma aluna descobrindo o mundo mágico em Hogwarts.
Mas bloqueava esses pensamentos.
Não queria continuar deprimida.
Estava decidida à iniciar alguma atividade e procurar um lugar para morar. Ter uma vida tranquila.
Poderia não conquistar a felicidade.
Mas não queria viver buscando à morte.
Colocou um vestido longo e despojado que lhe caía bem. Botas de cano curto. Um colar e brincos longos. Não costumava usar muita maquiagem
Passaria perfeitamente por uma mulher adulta entre 25 e 30 anos.
Alguns ate achavam que era mais jovem.
Doze anos haviam se passado desde a guerra bruxa.
Agora, Hermione, já não tinha dezessete anos. Tinha experiência, liberdade e muito tempo para seguir em frente.
Sem as velhas dúvidas e sentimentalismos juvenis.
A vida adulta não estava sendo exatamente como esperava, mas era o que tinha para hoje.
Pegou sua cerveja e dirigiu-se ate uma mesa.
Um homem lhe sorriu e ela retribuiu.
Mas não poderia levar um "amigo" para a casa de Severus Snape.
Não gostava de abusar.
-Olá, me chamo Marcos. Posso sentar?
Hermione assentiu.
O homem negro de Belo sorriso e porte atlético, puxou a cadeira e pareceu feliz por estar em companhia de tão bela jovem.
- Sou Hermione. Muito prazer.
Ele perguntou o que ela tinha achado do jogo.
Ela sorriu.
Mas explicou que não acompanhava esportes. Então ele começou a falar sobre seu trabalho em uma plataforma de petróleo.
Sobre a família, seus irmãos e até um cachorro.
-Você tem irmãos? Mora com seus pais?
- Não, eles morreram. -ela fitou o vazio-se acidentaram.
-E bichinhos de estimação?
Ela negou novamente.
-Tive um quando estudava. Mas faz tempo. Mas viajei muito nos ultimos tempos, Então, não me apaguei à mais nenhum ser vivo.
O homem sorriu.
Feliz, por saber que aquela bela garota não tinha um namorado ou marido. Quem sabe, eles não podiam se divertir um pouco?
À distância, Snape observava uma Hermione sorridente e menos sombria.
Seus longos cabelos estavam soltos e caiam pelos ombros. Ela remexera neles, puxando uma mecha para o alto da cabeça e parecia estar falando algo engraçado, porque o homem ria vez ou outra.
Ele tomou mais um gole de sua bebida.
Talvez ela estivesse melhorando.
Duas semanas atrás, quando se reencontraram, ele jamais imaginou que ela ficaria tão bem.
Ele a apresentou à uma conhecida que lhe ofereceu trabalho.
Manter a mente ocupada, seria bom.
Era o que o mantinha em sã consciência.
Tanto Hermione, quanto Snape, perceberam o interesse de Marcos, ele à tocava e ria de suas piadas sem graça.
Ele arriscou uma aproximação maior.
Snape esperou que Hermione lhe retribuisse com uma bofetada, mas na verdade, ela permitiu que ele a beijasse, ali, na frente de todos. Um beijo demorado.
Obviamente Hermione não estava se apaixonando.
Aquilo era apenas um caso de um homem e uma mulher se conhecendo em um bar. Ele disse que tinha alguém que amava.
O que ela duvidava.
Mas sabia que sexo e amor nem sempre caminham juntos.
E algum prazer ela tinha de encontrar nessa longa existência.

-Vamos.
Snape pegou a mulher maquiada demais, pelo braço e à guiou até a saída.
Ele não sabia o que estava acontecendo, mas sentia-se nervoso. Queria de alguma maneira extravasar. Precisava de alguma brincadeira que o distraísse.
A senhorita "sabe tudo", já não era aquela aluna irritante.
Era uma mulher feita.
Por ele, Snape não pegaria um táxi, iriam em um piscar de olhos para o seu quarto. Sua cama. Mas aquela trouxa iria ficar confusa.
Ele não podia dar bobeira.
Então dentro do táxi, ignorando o motorista que prestava atenção ao trânsito, Snape começou sua brincadeirinha particular.
Com um feitiço discreto interpôs uma barreira visual.
-Chupa meu pau, agora!
A mulher sorriu.
No fundo estava nervosa. Sabia da fama do homem misterioso.
Ele costumava pegar pesado.
Mas pagava bem. Então, valeria à pena.
Enquanto acariciava o pau ereto do cliente rico, sentiu certo constrangimento por estarem em um carro.
-Vamos com isso, sua profissão não cabe pudores.
Ela não sabia que estavam protegidos.
Snape gemeu de prazer, enquanto a mulher chupava com vontade.
Ele empurrava a cabeça da mulher.
Estava muito gostoso.
À distração que tanto precisava.

Hermione e Marcos saíram de mãos dadas.
Ele abriu a porta do carro e os dois começaram a se beijar.
Marcos acariciava-lhe os cabelos e depositava beijos em seu pescoço, o seu colo e parecia querer arrancar-lhe as roupas.
Já no quarto do motel, Marcos à presenteou com beijos por todo corpo, até chegar ate a sua intimidade, ela gemia de prazer e ele se segurava ao máximo. Hermione o puxou para cima de si.
Queria que ele a penetrasse.
Ela o despira com precisão e gostou do que viu.
Enquanto se movimentava dentro daquela linda mulher, Marcos não percebeu, que ela foi ficando ausente.
Depois que gozou.
Ele à puxou para si. E adormeceu, feliz e cansado demais.
Mas ela apesar de acabar ficando à noite toda.
Não conseguiu pregar o olho.

Encostada em um poste em frente à casa de Snape, Hermione fumava um cigarro.
Sorriu para algumas crianças que passaram correndo pela rua.
-Você é a filha do senhor Snape?
Um dos garotinho perguntou.
- Não sou não.-Hermione sorriu.
-É a namorada dele?
Hermione negou com a cabeça.
- Estou hospedada com ele. O conheço ja à algum tempo.
As crianças subiram a rua correndo e fazendo bagunça.
Ela sorriu de novo.
A porta da casa abriu.
Uma mulher com um vestido vermelho bem curto e cabelos loiros saiu meio trôpega. Estava guardando dinheiro na bolsa.
Ela não viu Hermione.
Que observou entre intrigada e assustada, marcas de machucados, nas pernas e costas da mulher. Ela acenou para um táxi e se foi.
Hermione sentiu um frio na espinha.
Snape estava sentado no sofá.
Não parecia ter dormido.
Sua camisa estava aberta.
Ela nunca o tinha visto com esse ar desarrumado.
Parecia ate mais jovem.
Era esquisito. Mas não ruim.
-Bom dia, professor.
-Snape.
Ela estranhou o seu tom.
-O que disse?
Snape levantou-se, caminhando rápido até ficarem bem próximos. E à olhou bem fundo nos olhos.
- Não sou seu professor, você é uma mulher adulta agora. Me chama pelo meu nome.- Ele disse aproximando-se um pouco mais- chame-me pelo meu nome, senhorita Granger.
Dito isso, Severus dirigiu-se para a escada.
Hermione jogou-se no sofá. Estava exausta.
Mas esperaria ele estar em seus aposentos, para poder subir, tomar banho e dormir um pouco.
Ele estava quase no sexto degrau, quando ela o chamou:
-Snape!- Ele virou-se para encara-la ela sorriu -chame-me pelo meu nome também.
Ele manteve o olhar por poucos segundos e deu de ombros.
-Tanto faz, senhorita sabe tudo.
Hermione não pode deixar de rir mais ainda .
Naquele momento, pensou no que Rony e Harry diriam se ela lhes falasse que o professor Snape estava bêbado, havia virado à noite com uma moça de vestes extravagantes.
E ainda à deixará cheia de hematomas?
Pensar nisso à fez sentir a sensação de soco no estômago.
Mas no que estava pensando?
Harry e Rony não eram mais seus amigos.
Isso fazia parte do passado.
Deitou-se meio zonza no sofá.

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