21_Dias mornos, Amores quentes. (♨️🔥)

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  21

  Passaram-se dias após à discussão.
  Dias esses que seguiram mornos.
  Hermione e Snape se trataram com educação .
  Ele à beijava antes de dormir e quando ía trabalhar.
  E ela continuou deixando o jantar dele no forno, quando o mesmo chegava tarde do laboratório.
  O que coincidentemente aconteceu nos dias que seguiam após aquele rompante de fúria dele .
  - Tudo bem Hermione?
  Vera perguntou, enquanto servia-se de um pouco de chá.
  Ela sorriu.
  -Esta tudo bem sim, porque?
  A mulher à olhou nos olhos, com certa curiosidade. Hermione sentiu-se desconfortável. Mas demorou alguns segundos para desviar o olhar.
  -Foi ele quem fez isso?
  Ela perguntou apontando uma marca roxa no pulso da colega, que puxou a manga da camisa, de modo que pudesse esconder o hematoma.
  -O que aconteceu?
  O clima ficou tenso.
  Mas Hermione disfarçou bem.
  -Bom, você sabe o tipo de playground em que pode se transformar aquela cama-Vera pareceu surpresa- ainda bem que eu tenho sangue nos olhos.
  Ela lembrou do momento em que ele à imobilizou na cama. Irritado e desconfiado. Furioso. E como o seu olhar parecia feroz e sofrido ao mesmo tempo.
  -É claro que eu sei.
  Vera sorriu.
  O que estava pensando? Conhecia Severus ha mais de dez anos, ele não era o tipo de homem que espanca mulheres.
  -Mas se cuida, acho que ele realmente gosta de você.- Ela deu uma pausa- Mas saiba estabelecer limites.
  -Obrigada, respondeu Hermione, com licença Vera, tenho que resolver umas coisas.
 
   No trabalho, Severus engarrafou o líquido borbulhante, em pequenos frascos individuais.
  Sabia que Hermione voltara à fumar.
  Ela sentava na varanda e ficava pensativa, também não fazia questão de esconder, nem mesmo  ele se incomodava com isso.
  Fumava e olhava para o nada.
  O que o incomodava era a tensão entre os dois.
  A falta de contato, a raiva mal resolvida.
  Ele não pensava em dizer que à amava.
  Principalmente naquelas circunstâncias.
  Apenas saiu.
  Não sabia se era uma maneira de se justificar, ou à urgência de comprovar que tudo o que ele fez, era por amor.
  Depois do ocorrido, não esperava que ela lhe lançasse de volta às mesmas palavras. Mas ele precisava se declarar. E assim, a semana foi seguindo, ele voltava para casa, ela as vezes o esperava para comer, em outras, deixava o prato feito dentro do forno.
  Uma semana vencida e mais um sábado chegou.
  Ele observou surpreso a mulher se movimentando na cozinha.
  Aproximou-se da bancada e sentiu o cheiro de bife de fígado.
  - Ah meu Deus!
  A mesma levou à mão ao peito que batia acelerado.
  -Assustada, Granger!?
  -Cale à boca!- Ela respondeu segurando o riso, ja era um progresso-tome, corte as cebolas.
  O cheiro não o incomodava.
  Mas não poder estar com as mãos em cima dela, o deixava cheio de mau humor.
  Eles se movimentaram  pela cozinha. Diferente do que costumava acontecer nessas ocasiões, estavam em silêncio.
  Não havia nada mais desanimador.

  Hermione estava descendo à escada, o cabelo estava molhado e ela usava  jeans justo, um sapato bonito e camisa branca com botões na frente.
  Estava uma tarde agradável, em outro momento, certamente ele estaria depositando beijos apaixonados por todo o corpo da namorada.
Mas na falta disso, lia um livro, sentado no sofá.
  Olhou-a dos pés a cabeça.
  Era linda demais, ou ele à estava vendo sob à ótica do amor?
  -Estou indo encontrar à Susan.-Avisou.
  Ele balançou a cabeça.
  Os dois se olharam.
  Ela baixou-se para depositar um beijo rápido nos lábios do namorado, mas ele segurou-lhe um pouco mais, transformando aquele, que deveria ser um beijo rapido em um beijo apaixonado.
  Puxou-a para o seu colo.
  Segurando a cabeça dela e apertando-lhe a cintura, puxando-a para bem perto.
  Demonstrando pouca resistência, ela correspondeu.
  Ele deslizava a mão pelas pernas e por dentro da camisa solta de Hermione, que mesmo à contra gosto, amolecia com todas aquelas carícias.
  -Tenho mesmo que ir.
  Ele sorriu, arrumando os cabelos dela atrás das orelhas.
  -Divirta-se.
  -Vou tentar.
  Logo mais ela saiu batendo a porta.

  Susan à esperava na porta do shopping.
  As duas caminhavam de lá para cá, falando sobre amenidades. Hermione ria e se divertia, era bom ter amigas de novo.
  Sentaram-se para um café.
  Falaram do trabalho e dos pais de Susan que a estavam pondo louca. Até que o assunto inevitável surgiu:
  A crise de ciúmes de Snape.
  - Ele nunca teve ciúmes da Vera e olha que entre idas e vindas, eles ficaram um bom tempo juntos...
  Susan falou sem maldade.
  Hermione se remexeu na cadeira.
  - Eu acho que esse clima precisa ser quebrado.
  - Você tem razão, acho que vivi muito tempo sozinha e acabei esquecendo como são relações pessoais.
  Claro que Susan não sabia sobre o conflito com riquezas de detalhes. Da abordagem agressiva e do contato fisico. Mas ainda assim, não deixava de ter razão.
  Ela precisava mesmo seguir em frente.
  Principalmente porque não queria abrir mão de mais uma pessoa, especialmente Ele, que era alguem que estava lutando para permanecer em sua vida.

   Severus sentia-se ainda em conflito.
   Todo casal tem problemas e ele tinha consciência disso.
  Outra coisa que o consolava, eram os anos de experiência, ela poderia ter partido, mas não o fez.
  Ainda era estranho, se deslocar para o quarto dela todas as noites, mas para ele não era uma grande questão. Ele merecia o tratamento frio.
  Então apenas ía e deitava, puxando seu corpo miúdo para junto de sí.
  Demorava à adormecer.
  Não só pensando que desde que começaram à se relacionar, nunca tinham ficado tantos dias sem transar e que agora, ele não sabia se poderia simplesmente toma-la nos braços e agir como se nada tivesse acontecido, também estava pensando em todas as questões que ocupavam sua mente, desde a sua última visita à Londres.
  Talvez estivesse mesmo enlouquecendo.
  Porque não era arrependimento o que sentia.
  Era uma espécie de angústia, por se sentir intimidado, como se tivesse perdido o direito de toma-la em seus braços quando bem quisesse.
  Snape achava ridículo, esse tipo de conflito interno em um homem maduro.
  Acabaria perdendo à razão de novo.

  Hermione chegou tarde aquela noite.
  Descalçou os sapatos e deitou no sofá.
  O mundo estava girando um pouco.
  Ele estava no escritório, constatou ao ver a luz acesa. Ela estava sufocada.
  Aquele tipo de sentimento que causa saudade e amnésia.
  Quando o motivo da briga já não importa tanto e a falta de intimidade, o silêncio entre os cônjuges incomoda muito mais que qualquer mágoa ou discussão.
  Talvez se ele fosse sincero sobre os seus sentimentos, eles pudessem se acertar.
  Na verdade, ela não aguentava mais pensar.
  Não aguentava mais não falar e se policiar e ficar tensa quando estivessem no mesmo ambiente. Toda essa situação, a estava matando.
  Decidida, ela despiu-se do jeans e caminhou até o escritório.
 
  Snape estava terminando de guardar alguns papéis.
  Fechou a pasta e esfregou os olhos, sonolento.
  Ouviu o barulho na sala.
  Passava das onze horas, ela finalmente havia chegado.
  Sabia o quanto lutará contra o instinto de lhe caçar por todos os cantos.
Não queria ser esse tipo de pessoa. 
Mas tinha essa necessidade de controlar tudo.
Permaneceu sentado, enquanto milhões de pensamentos lhe inundavam à mente.
  Queria canalizar suas atenções para outras coisas que não se resumissem aquele silêncio incômodo com a mulher que estava despertando toda espécie de sentimentos possíveis:
  Raiva, fúria, ciumes e amor...
  Foi quando a porta abriu.
  Quase hipnotizado, ele a olhou caminhar até bem perto, olhando-o nos olhos.
  Os dois se beijaram.
  Um beijo demorado e apaixonado, que despertou todos os seus sentidos.
  Palavras não se fizeram necessárias.
  Por um instante de dúvida, ele não soube onde pôr as mãos.
  Mas acabou ficando de pé e erguendo Hermione para apoia-la sobre a mesa.  Sentindo o seu delicioso cheiro, doce e fresco.
  Colocou à pasta e outros objetos no chão.
  Deu graças a Deus por não precisar de uma mesa repleta de objetos.
  -Você está sóbria?
  Ela balançou a cabeça.
  -Só o suficiente para te querer de volta e por inteiro.
  Ele sorriu.
   -Você sempre me teve...Eu não vou à lugar nenhum.
  - Eu fico feliz por isso, ela disse, enquanto ele encaixava-se entre as suas pernas.
  Se abraçaram apertado.
  Os corações batendo no mesmo ritmo.
  Afastou-se um pouco para contempla-la.
  Sem cerimônia, ela tirou a camisa dele e puxou-o para mais um beijo.
  Ele abriu com agilidade a camisa que ela estava usando. Absorveu o gosto delicioso daquela pele, acariciou-lhe os seios e beijou-os com paixão.
  Uma sensação de prazer surreal o invadiu, quando finalmente à penetrou, como precisava daquilo.
Como necessitava daquela mulher.
Ela gemia enquanto ele avançava, cheio de desejo e  dúvidas, ela lhe sugava os lábios e arranhava as costas.
  - Que saudade que eu estava de você...
  Ele disse, mordendo-lhe o lábio e entregando-se por completo aquele momento de prazer.
 
 
...

 
 

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