19-Um Filho (♨️🔥)

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  19

  Algumas dúvidas, são como ferrugem: silenciosas e perigosas.
  Vai roendo à confiança, ocupando o espaço e o tempo. Você tenta ignorar. Mas as vezes, só consegue enxergar os danos.
  Snape estava no escritório.
  Nos ultimos dias, alguns papéis se acumularam e ele precisava focar.
  Cumprir seus compromissos.
  Não podia ficar feito um idiota apaixonado, ocupando todos os instantes de Hermione, na tentativa vã  de saber o que ela andava fazendo, ou com quem se correspondia.
  Sempre fora muito responsável com seu trabalho.
  E pessoas dependiam de suas poções.
  Também havias as razões práticas.
  Sabia que tinha dinheiro para manter-se, mas tinha responsabilidades e o trabalho mantinha a sua cabeça funcionando. Mas, felizmente, não era mais o ponto alto do seu dia.
  Agora ele tinha alegria em voltar.
  Hermione caminhou despreocupada ate em casa.
  Hoje, estava cansada.
  Quase um mês depois de ela e o professor assumirem esse romance, ainda falava-se muito no assunto.
  As meninas ficaram felizes, por ela finalmente admitir que tinha uma relação com Snape e não falavam de outra coisa também.
  Ela sabia que era fogo de palha.
  Logo mais, outra coisa seria novidade e elas lhe deixariam em paz.
  Ele já tinha chegado e estava no escritório, constatou pela luz que estava acesa.
  Jogou-se no sofá.
  Ele trabalhava demais. Pensou.
  Pegou alguns papéis na bolsa. Dentre eles, havia uma foto, de Katherine, sorridente ao lado dos seus pais...
  Hermione a guardou de volta dentro da carteira.
  Não gostaria de ficar chorosa ou emotiva. Nem mesmo saberia que desculpas daria à Snape.
  As vezes sentia que ele estava desconfiado,mas de que? Era difícil falar certas coisas, ainda mais, quando já silenciou tanto tempo.
  Em algum momento teria que falar.
  Logo mais, iria ver as pessoas que amava, à uma distância segura, eles não lembravam dela e nem sabiam que ela olharia por eles, enquanto vivesse.
  Estava perdida em seus pensamentos na sala.
  Severus também tentava afastar as desconfianças da cabeça.
  Eles estavam felizes.
  Estavam?
  Partilhavam bons momentos, ele gostava de acompanha-la, ela socializava bem com as pessoas, sabia que ela vivera sob à sombra tempo demais e que agora, via o mundo como uma novidade constante, ele não queria priva-la disso, apesar de ser uma pessoa mais discreta, então, passou à acompanha-la com frequência e à observar, enquanto ela sorria e se divertia.
  Antes, ele frequentava algumas reuniões e jantares.
  Mais para não se ver solitário naquela casa. Mas agora, era até prazeroso. Sair e estar com outras pessoas.
  Por que na volta, eles falavam sobre os  presentes e partilhavam impressões.
  Mas sempre havia uma pontinha de dúvida.
  Um fogo que o consumia por dentro.
  Ele queria poder esquecer aquela tarde em que à seguiu ate Londres.
  Esquecer as mãos de Draco, sobre a sua mulher, mas o pior de tudo, era o rosto daquela menina.
  Aquele rosto o assombrava.
  Chegou a sonhar com aquela criança.
  Será que Hermione tinha uma filha?
  Era a unica coisa que justificaria a reação de Hermione diante da sua aparição.
  E também o fato de elas serem idênticas.
  Isso o matava.
  Toda aquela dúvida e desconfiança...era terrível.
  Respirou fundo.
  Na sala, Hermione o recebeu com um sorriso.
  Mas ele não retribuiu.
  Cumprimentando-a apenas com um aceno de cabeça.
  Ela deu de ombros.
  Depois dirigiu-se até a mesa onde as bebidas estavam e serviu-se de whiske.
  Sentou-se ao lado dela que despreocupada, apoiou seus pés nas pernas dele.
  Ele à observava enquanto bebia.
  Uma sombra passou pelos seus olhos, algo que ela não percebeu, estava feliz por te-lo, então, correspondeu com paixão, ao beijo que ele depositou em seus lábios.
  Snape puxou-a para junto de si, ela foi pega de surpresa, mas continuou.
  Estar com ele, afastava todos aqueles pensamentos tristes.
  Mal sabia ela, que a intenção dele, era a mesma.
  Não pensar.
  Quando se amavam, ele esquecia um pouco, das dúvidas, as vezes quando estava com a mente mais perturbada, iniciava um jogo de prazer mais pesado, ela não costumava reclamar.
  Ele não podia castigar uma pessoa que não sentia-se culpada.
  Todas as vezes que se sentia assombrado pelas dúvidas.
  Ele queria provar à si mesmo, que poderia ter aquela mulher, no momento em que desejasse. E o fazia.
  Ela só o seguia.
  Era o jeito dele, pensava.
  E mais uma vez dentre tantas, deixou que ele à despisse e depois, deslizasse à mão por trás da sua nuca, segurando os seus cabelos, ela fechou os olhos, entregando-se à todas as sensações que aquelas mãos e beijos lhe causavam.
  - Ah, Severus...
  Murmurou, enquanto ele à deitava, ali mesmo no chão da sala.
  - Acho que estou ficando cada vez mais louco por você, Hermione...
  Ela o olhou  sorridente.
  Enquanto fazia um caminho de beijos que ía da boca até seu membro ereto, cobrindo-lhe com os lábios e chupando com gosto.
  Aproveitando cada pedacinho, daquela deliciosa nova realidade.   Amaram-se no chão.
  E naquele instante, Snape só queria que não houvesse nenhuma dúvida, enquanto estava dentro daquela linda mulher, só queria poder apagar tudo o que lhe perturbava a mente constantemente.
  Dia após dia.
  Estavam quietos tempos demais.
  Ele olhava para frente, em silêncio.
  Hermione fez menção de levantar mas ele à conteve.
  -O que foi?
  Ele nada disse.
  Apenas à olhou de um modo que ela sentiu-se despida novamente, não apenas no corpo, mas também na alma.
  -E se nós tivéssemos um filho?
  Ela riu, apanhando sua bolsa e roupas.
  - Do que você esta falando?
  - Nós podíamos ter um filho.
  Ela o encarou.
  Não era brincadeira? Porque ele não estava rindo ou puxando-a para um abraço?
  -Que conversa é essa?- Ele deu de ombros-Lamento te decepcionar, mas isso não vai acontecer.
  Subiu as escadas sem pressa.
  Ele acompanhou seu corpo nú, afastando-se, olhou a bagunça ao redor. Fechou o zíper e decidiu que precisava de um banho.

  ...
 





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