14_ Um Alguem do Passado. (♨️🔥)

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  14

  Era uma manhã aparentemente comum.
  -Hoje vou chegar mais tarde. -Snape disse, enquanto colocava a xicara lavada sobre a pia- tenho umas coisas para resolver.
  Ela o observava.
  Fazendo as coisas do modo trouxa.
  Estava arrumando a bolsa, que deveria levar para o trabalho.
  Não tinha conseguido tomar mais que um copo de leite.
  O estômago estava embrulhado.
  -Burocracias bruxas?
  Ela perguntou tentando usar um tom casual.
  Apesar de terem se afastado do mundo bruxo, eles ainda tinham questões no banco e contatos que as vezes os obrigava à voltar ao passado.
  Ela mesma recebia uma quantia anual do ministério da magia. Provavelmente Snape também tinha muitas e muitas dessas Burocracias, visto que já fôra alguem com um nome poderoso.
  -Pior.- O homem respondeu, aproximando-se- burocracias trouxas. Coisas do trabalho. Mas espero ver você à noite.
  Ele tocou o cabelo de Hermione, que estava bem preso em um coque baixo.
  Fingiu não reparar que ela estava mais arrumada que o normal. Blusa de gola sem mangas. Brincos pequenos e brilhantes, uma maquiagem que apenas realçava sua beleza natural. Botas de salto médio.
  Ela riu sem jeito. Parecia que ele a estava examinando.
  - Que foi?
  - Você esta mais bonita hoje.
  Ela voltou a sorrir. Ficando de ponta de pés para beijar-lhe os lábios.
  -Tenho uma reunião importante.
  -Boa sorte, então.
  O homem saiu para rua e Hermione respirou aliviada. Correu no andar de cima, apanhou sua varinha, que ficava na gaveta ao lado da cama e um sobretudo pesado.
  O táxi ja à estava esperando.
  Snape, do outro lado da rua, deu a partida em seu carro. Seguindo o veículo à uma distância segura.
 
  Mais cedo, Hermione tentou sair da cama apressada.
  Tinha sido uma longa noite para Snape.
  Ele não pregara o olho.
  Sabia que hoje, ela iria resolver algum assunto importante, assunto esse, que à fez ter pesadelos e um sono agitado.
  E o principal:
  Assunto esse, que a fez mentir.
  Quando acordou Hermione sentiu o coração acelerar.
  Não tinha como voltar atrás, precisava ir ao encontro do seu antigo conhecido, antes que ele resolvesse procura-la pessoalmente.
  Ela sabia que ele faria isso, caso ela faltasse mais uma vez .
  Sentiu as mãos de Snape escorregar entre as suas pernas.
  Ah não!
  Ele virou-a de frente e os dois se beijaram.
  - Eu tenho que me aprontar...
  Ele puxou-a para mais um beijo e pressionou seu corpo contra o dela. Hermione correspondeu, sentindo que não seria fácil resistir.
  Ele desceu os beijos ao longo de seu pescoço e seios.
  -É sério...
  -E eu tenho cara de quem esta brincando?
  Snape falou, enquanto puxava o cobertor  que a cobria, acariciando a sua intimidade, antes de penetra-la.
  Ela o abraçou. E começou à se movimentar junto com ele. Conseguiu mudar de posição, ficando por cima e o montando em um ritmo sensual, que sabia, que aceleraria as coisas.
  Snape à encarava com profundidade.
Ambos percorreram caminhos diferentes dos idealizados, aquela, era uma das bruxinhas mais talentosas que ele já vira e agora levavam uma existencia tão comum, que parecia piada.
  Mas não era engraçado.
  Para ele, até que estava bom.
  Os dois deitaram-se ofegantes, suados e exautos.
  Por um segundo, ela esqueceu que estava prestes à revisitar feridas passadas.
  - Até que fomos bem rápidos...
  - Agora, vou me arrumar.
  Hermione pulou da cama. Não havia necessidade se se cobrir, ela era linda...ainda assim ela vestiu de novo a camisola velha e correu para o quarto ao lado.
  Ele também levantou.
  Precisava se preparar.

A jovem mulher, caminhou apressada pelo refúgio bruxo.
  As pessoas andavam de um lado para o outro...
  Hermione evitava ao máximo estar ali.
  O mundo bruxo, lhe trazia lembranças de suas escolhas e percas. Estar alí, deixava mais claro, que ela não poderia nunca, voltar para a sua família e antiga vida.
  Tudo funcionava normalmente, Como costuma ser em uma  manhã comum.
  Na loja de móveis, Hermione dirigiu-se ao balcão .
  -Preciso ser transferida para Londres.
  -Aqui estão os valores ...
  Hermione olhou a tabela.
  Não era barato.
  Tirou algumas moedas da bolsa e pagou ao homem.
  A loja empoeirada, não chamava muita atenção . Havia armários marrons espalhados por todos os lados, antiguidades e porta retratos.
  Havia ate uma foto de Harry e outra de Tom Ridle..
  Lado à lado.
  Que irônico , não?
  O amigo sorria sem jeito. A cicatriz em sua testa evidentemente, em destaque. Os olhos de qualquer um que conhecesse Harry Potter, eram automaticamente puxados para aquela marca.
  -A senhora irá ficar em uma rua discreta. São apenas alguns minutos até chegar ao restaurante. Deverá estar em seu destino, por volta da hora do almoço.
  Ela assentiu.
  -Entendi.  Vamos lá.
  Disse isso e sumiu dentro do armário escuro.

  Snape adentrou à loja.
  O homem o reconheceu de pronto.
  -Professor Snape... à que devo a honra?
  - Quero ir ao mesmo local dessa jovem Júlio.- O homem o encarou confuso- Eu pago mais que o dobro, Snape depositou as moedas sobre o balcão.
  - São apenas alguns minutos de onde o senhor vai sair e o restaurante onde ela vai ...
  Snape assentiu.
  Olhou com desdém para a foto Potter.
  Cumprira à sua missão, não queria mais saber daquelas pessoas.
  Pareceu demorar mais que o necessário.
  Hermione surgiu dentro de uma confeitaria charmosa.
  -Bom dia querida.
  Uma senhora sorridente à cumprimentou. Indicando uma cadeira.
  -Obrigada. Mas tenho um compromisso.
  Ela disse, entregando mais algumas moedas para a mulher.
  Caminhou apressada até o restaurante.
  Ele já estava lá.
  Hermione sentiu as mãos suadas e o coração disparado. Para ela era difícil estar ali, esses últimos meses na América do Sul, lhe deram uma sensação de normalidade, que ela achava nem conhecer mais.
  Um dia, até se deu conta, que estava sendo ela, a Hermione Granger de novo.
  Não afundada nos livros, ou querendo fazer parte de um clube secreto da amizade.
  Agora, tinha outras coisas à aproveitar.
  Não era mais um espectro, uma sombra rastejando, em busca da morte. Vivendo uma sub vida. Isso era bom.
  Ela vinha até , se sentindo feliz.
 
  Draco levantou-se para cumprimentar Hermione.
  -Draco, como vai?
  -Vou bem, vejo que você esta melhor, Granger.
  Ele indicou que a mulher sentasse.
  -Sei que fui insistente...Mas Você sabe, eu fiquei preocupado- Hermione tinha os olhos fixos no cardapio- Como você esta? De verdade.
  Ela respirou fundo, encostando-Se relaxada.
  -Estou bem, mesmo.
  Ambos sorriram.
  Ele estava mais velho.
  Fisicamente mais parecido com o seu pai.
  Porém, tinha tido mudanças positivas e acabara se afastando da influência de Lucius.
  Hermione sabia que o passado não podia ser apagado. Mas nunca esqueceria, de quem lhe estendeu a mão, no momento em que ela mais precisou.
  A vida era de fato surpreendente, quem diria que as duas pessoas que ela mais desprezava, um dia, seriam aquelas que lhe estenderiam à mão.
  Depois da queda do lorde das trevas, muita coisa havia mudado. Muitas máscaras haviam caído.
  Ela mesma, perdeu tanto.
  E pior: na maioria das vezes, ela optou por estar na linha de frente.
  Os dois comeram em silêncio.
  Snape mal conseguiu tomar seu chá.
  Sentia-se um idiota, ali, vendo Hermione batendo papo e almoçando com Draco.
  Ele não queria admitir nem para si mesmo, que estava se roendo de ciúmes.
  Repetia em sua mente, que ela havia mentido, isso justificava a sua fúria, ela mentira e mantinha contato com alguém de Hogwarts e ainda por cima, saiu de manhã, dizendo que iria trabalhar.
  Eles não costumavam dar relatórios do seu dia a dia, mas aquilo era diferente.
  E a maneira como ela prestava atenção no que o outro falava, eles pareciam tão proximos, tão íntimos!

  -Sabe Hermione. As vezes a gente cede à pressão- Draco disse isso e ela sabia do que ele estava falando- Potter e os Weasley, eles foram manipulados...
  De novo ele vinha com aquele papo?
  Ela respirou fundo, devorando seu pudim.
  -Tudo bem Draco. Eu já não me importo tanto.
  O rapaz à olhou desconfiado.
  -É sério. Eu tenho um emprego, tenho alguém que me espera no final do dia. Enfim, a normalidade...
  Draco recostou-se na cadeira.
  -Que medíocre, Granger...
  -E não é?- Ela sorriu.
  Ele sabia que Hermione não vinha se prendendo à nenhum lugar ja à algum tempo.
  Estava ferida demais para estreitar laços.
  A última vez que se viram, pouco mais de um ano atrás, ele foi ao seu encontro na África do Sul. E Hermione estava magra, sombria e triste. Bebia demais, não interagia muito com as pessoas e vivia em uma hospedagem barata, em um refúgio bruxo.
  Nem ele conseguiu convence-la à esquecer à ideia idiota de encontrar um bruxo medíocre que aceitasse mata-la.
  -E essa pessoa, questionou Draco- é um bruxo poderoso? Alguém que você levaria para passear na frente dos nossos desafetos?
  Hermione balançou a cabeça.
  - Ele foi uma surpresa. Você só precisa saber disso.
  Draco balançou a cabeça .
  - Eu tenho vivido em meio aos trouxas, mal uso magia no meu dia a dia, então, por favor, não fique mandando corujas.
  - E se eu quiser falar com você?
  Ela respirou fundo.
  -Se for urgente mesmo, você manda uma durante o dia, mas espera a minha resposta.
  Ela o olhou com um ar irritado.
  -Desculpa.

  ...

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