30_ Recomeço e A Melhor das Maratonas.

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30

   Hermione se viu finalmente no refúgio bruxo.
   Jogou algumas moedas sobre o balcão e correu para a rua, em busca de um táxi. Tinha muita pressa, não via a hora de finalmente resolver as coisas.
   E principalmente, precisava ver Snape.

Snape, não estava esperando visitas.
   Abotoou a camisa e foi atender a porta, alguém tocava a campainha insistentemente.
    - Você!?
   Vera sorriu, erguendo uma garrafa de espumante, estava deslumbrante como sempre, usava um vestido branco de costas nuas, os dois se cumprimentaram de forma íntima e ele lhe deu passagem para que entrasse.
   -Pegue as taças, Severus, quero brindar.
   Ele caminhou até o armário.
   A campainha voltou a tocar.
  -Acho melhor pegar três taças, querido.
  
    Hermione parou surpresa.
   Severus segurava duas taças e Vera parecia bem a vontade, inclusive, atendendo a porta.
   Que droga estava havendo ali?
    Sentiu seu coração primeiro disparar e depois partir-se em mil pedaços, os dois pareciam surpresos ao lhe ver.
   -Hermione...eu não estava esperando você.
   -Eu não devia vir sem avisar, só queria apanhar o resto das minhas coisas. Serei breve.
   Vera aproximou-se dos dois, estava mais linda que nuca e Hermione sentiu que jamais seria capaz de competir com uma mulher daquelas, além do mais, ela nem mesmo tinha direito de competir.
   Tirara o seu time de campo.
   Não adiantava esperar que as coisas esperassem por ela.
   - Hermione querida, eu insisto que brinde com a gente.
    - Não Vera, eu realmente estou com pressa. Então, com licença.
    -Claro, sinta-se a vontade.
    Ele a observou subindo as escadas correndo. Se ela viera para buscar o resto das suas coisas, é por que finalmente decidira que para eles havia acabado.
   E isso o atingia como uma facada no peito.
   Será que ela voltaria para Londres e seus antigos amigos?
   Sabia que ela tinha ido para lá.
   No quarto, Hermione se jogou sobre a cama, não sabia bem o que iria falar, mas dar de cara com os dois, sozinhos e prestes a brindar, tirou o chão dos seus pés.
   Ela não esperava que ele ficasse solteiro para sempre. Mas aquilo já era demais.
   Estava enfurecida e triste ao mesmo tempo.
   Porque foi burra e lenta demais.
    Lá embaixo, a campainha voltou a tocar, finalmente, Paulo, o namorado de Vera havia chegado.
   Ele e Vera se cumprimentaram com um beijo amoroso, o que indicava que haviam reatado. Ela ergueu a mão direita para o amigo.
   - Estamos noivos!
  Snape pareceu surpreso .
   -Nossa, fico feliz por vocês.
  Ele disse,  abraçando o casal. Estava sendo sincero. E queria que eles fossem muito felizes.
   Ele e Vera, andaram conversando muito nos últimos tempos e ele sabia como ela estava sofrendo com o término.
   -Severus, eu e a Vera gostaríamos mesmo, que você fosse o nosso padrinho.
   -Eu adoraria.-Tomou um gole de sua bebida- mas não vou dar um presente muito caro...
   O casal sorriu, era o que menos importava naquele momento.
   Eles brindaram sorridentes.
   Hermione surgiu no topo da escada .
    -Veja querida, eu e Paulo estamos noivos.
   Como assim?
   Então, Vera e Snape não haviam reatado? Ela respirou aliviada antes de felicitar o casal.
   Nem tudo estava perdido.
    -Nossa, fico feliz por vocês...
   Ela disse, entre surpresa e admirada.
   As duas se abraçaram, Snape olhava Hermione intrigado.
    -Bom, agora temos que ir.
   Paulo disse, já puxando Vera pela mão.
   Sabia que Severus e Hermione precisavam de privacidade para conversar.
    -Ela não pode mais escapar do jantar com os meus pais.
   Falou, para justificar a saída apressada.
   Todos riram.

   Snape observou Hermione colocar a bolsa sobre o ombro. Não queria deixá-la ir.
   -Eu estive com Harry...
  Ela foi a primeira a falar.
  Ele engoliu em seco.
   -Que bom, acho que você pode retomar seus contatos...ninguém vai mais persegui-la.
    Ela o olhou nos olhos.
   -Graças a você, não é!?
  Ele deu de ombros.
   -Não fiz nada demais...
   Ela respirou fundo.
   -Eu não quero retomar os meus antigos contatos, nem quero ir embora. Eu amo esse lugar, obrigada por ter me salvado daquela existência deplorável...
    Snape percebeu as lágrimas nos olhos de Hermione.
    -O que houve com você?
    -Eu vi a minha família, isso me entristece, mas hoje foi diferente, ela lembrou da bisavó, falando o seu nome e dizendo que nunca perdoaria Dumbledore- ela me reconheceu, Snape... A minha bisavó!
     Ele a escutava com atenção.
     Sabia de casos em que bruxos optam por viver uma vida humana comum, ele mesmo, praticamente fazia isso.
     Talvez fosse esse o caso.
     E por isso, ela não esquecera de Hermione.
     Ela agora falava do encontro com Harry, de como ele pouco se importava com o seu bem estar e de como achava que ela era descartável.
     -Por isso está aqui? Porque viu que seus amigos não se importam com sua ausência.
     Ela o olhou ultrajada.
    -Não! Não mesmo- ela aproximou-se, pouco me importam aquelas pessoas! Estou aqui, porque, é para você que eu quero falar sobre essas coisas. Você é quem me vem a mente.
     Ele parecia confuso.
     -Porque mesmo me querendo por perto, você foi lá e me deu a possibilidade de não viver sozinha e perdida no mundo. Mas sabe de uma coisa? Eu não quero voltar para lá...
     Ele balançou a cabeça.
     -Fico feliz em saber que você quer fincar raízes nessa cidade...
     -Não, você não entendeu, você, Severus Snape, você é o meu lar. Não importa se é ou não essa cidade. Eu estaria onde você estivesse. Se você ainda me quiser.
     Ele coçou o queixo.
     Ainda surpreso com aquelas palavras.
     Aproximou-se dela e tocou-lhe o rosto. Os dois se beijaram. Apaixonadamente, saudosos. Ela começou a lhe retirar a camisa.
     -Me aceite de volta. Por favor!
    Ele apertou-a junto a sí.
   -Eu amo você, Granger.
    Uma existência sem aquela pequena geniosa ao seu lado, seria castigo demais. Voltou a beija-la, deslizando a mão pelas suas costas, sob a sua camisa, sentindo a pele nua.
     Um desejo incontrolável de possui-la, como se não houvesse amanhã.
     -Tive tanto medo de nunca mais poder te ter...
    -Esquece o medo. Me possua Severus, me faça esquecer todas essas memórias que me perturbam. Use os seus instintos para que eu só pense em você, sobre mim e em mim...
    Já na cama, Severus beijou a curva do pescoço da linda mulher. Desceu beijos até os seus seios, saborosos e lindos.
   Passava das três da manhã e eles seguiam em movimento, ele querendo absorver cada gotinha de prazer daquela linda mulher. Tudo nela era excitante e gostoso.
   Não queria dormir.
   Não queria perder nenhum segundo longe daquele corpo, que era como balsamo da vida para ele.
   Fizeram amor, como um casal em lua de mel.
   Era de longe a melhor maratona de sua vida, ele pensou.
    Abraçados, na banheira, as costas dela, apoiadas em seu peito, ele lhe cheirava os cabelos e tentava não se mover. Queria congelar aquele momento para sempre.
  Mas só tinha uma única certeza: não estavam mais sozinhos nesse mundo.
   O passado, já não tinha tanta importância e o futuro, não merecia destaque.
   Levou a mulher, exausta e feliz para a cama.
   Lá fora, o Sol já estava claro.
   Dormiram o bom sono, das pessoas que tem a sua consciência tranquila. 
   Apenas um homem e uma mulher, que se amavam mais que tudo.

FIM
...

  

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