25
Snape vestiu sua capa preta.
Embaixo, um terno bem alinhado.
Algo dentro de sí, o fazia sentir-se estranho.
Ela estava demorando.
Mas disse que valeria à pena, então, ele parou de chama-la a cada cinco minutos.
Parecia tudo tão comum...
Até que ele deu-se conta, que aquela não seria uma noite nada romântica. Odiou-se por ter sido impulsivo e passional. Mas agora, não tinha como voltar atrás.
O que era mesmo uma droga.
Hermione aplicou mais uma camada de rímel.
O vestido ressaltava suas curvas e as sandálias de salto alto, ajudavam na postura.
Os cabelos bem escovados e soltos.
Apanhou a bolsa, conferiu o conteúdo: espelho, batom e à sua varinha.
Já que estava voltando por uma noite ao mundo bruxo, era melhor não arriscar.
- Você esta linda.
Ele disse, oferecendo-lhe o braço.
Já no Refúgio bruxo, entraram em um armário para serem transportados até próximo ao salão de festas.
Entraram de mãos dadas.
Snape sentia-se estranho.
Era um restaurante elegante.
Ele comentava com Hermione, que reconhecera duas ou três pessoas apenas, quando uma mão lhe tocou o ombro.
- Não acredito! Severus Snape!- Minerva cumprimentou o velho amigo com ar de surpresa-eu ouvi boatos, mas nossa! Estou feliz que realmente você esteja bem
- É um prazer reve-la.
Ela posou os olhos em Hermione.
-Senhora Minerva.
-Senhorita Granger. Como você esta?
As duas fixaram o olhar.
No início, Hermione procurou à professora, mas ela também estava acuada, não pôde fazer nada além de oferecer dinheiro.
E não era daquele tipo de apoio que ela precisava.
- Eu lamentei tanto depois que...
- Não. Essa noite eu não quero falar de coisas tristes-Hermione à interropeu-ela sorriu para Severus-comprei um vestido lindo e quero aproveitar à noite com o meu acompanhante.
- Com licença, Minerva.
Ele disse já afastando-se.
A mulher olhou perplexa os dois se de braços dados.
Aquele era o casal mais inimaginável que ela poderia encontrar.
Hermione aceitou uma taça e Severus continuou cumprimentando as pessoas como se fosse à estrela da festa. Ela caminhou pelo salão, ele à observava. Sabia que naquele mundo, ela deveria ser uma pessoa poderosa.
Mas à perseguição e à injustiça, atrapalharam o seu caminho.
Foi quando ele avistou Draco entrando.
Ele sorria e cumprimentava pessoas, entregou à capa para a funcionária da chapelaria e parecia procura-lo pelo salão.
Granger conversava com algumas pessoas.
Parecia estar se divertindo.
Snape tocou-lhe à cintura.
-Meu antigo amigo chegou, vamos?
- Claro que...Draco!
Ela exclamou surpresa.
O homem estava atrás do casal.
Ele reconhecera Snape e se adiantou para cumprimenta-lo, mas nem em suas fantasias mais malucas, ele imaginaria que Snape e Hermione, estariam se portando com tamanha intimidade.
-Professor, você e a Hermione?
-Sim, Draco, eu e à Hermione, agora estamos juntos.
O maitre veio avisar que a mesa deles estava pronta e os três seguiram.
Draco portava-se com educação.
Não lembrava em nada, o garoto mimado da escola.
Snape observava-o quase orgulhoso, mas não conseguia esquecer, que estava lidando com dois mentirosos.
Comeram e conversaram amenidades.
Hermione tentava não parecer tensa e Snape por sua vez disfarçou ao máximo para não transparecer à sua fúria.
- Estou muito feliz, que dois grandes amigos,são um casal. - Ele chamou o garçom-por favor, traga um espumante, para fazermos um brinde.
Severus tomou um pouco do seu vinho.
Hermione sentiu-se desconfortável.
O garçom voltou com taças e a bebida, serviu os amigos e os três brindaram.
-À vocês! Desejo que sejam muito felizes.
Snape e Hermione se olharam.
-À nós!
A tensão no ar, era palpável e Snape remexeu-se na cadeira.
- Estou surpreso, com essa amizade inesperada, vocês não se odiavam?
Hermione o encarou, tomando mais um pouco de sua bebida.
- Nós também nos odiavamos professor.
Ela e Draco trocaram um olhar divertido.
Obviamente, Hermione sabia da personalidade do namorado, ele devia estar muito bravo.
Mas queria que todos ficassem bem.
-Draco, me ajudou, quando o senhor Malfoy quis transformar a minha vida em um inferno-Ela disse servindo-se de um pouco mais de bebida e dirigiu-se à Draco- à essas alturas, o nosso querido Severus deve estar cheio de perguntas, não?
Draco sentiu-se desconfortável.
-Na verdade, minha querida, estou bastante curioso.
Ela sorriu.
-Então vamos lá...
Hermione lembrou-se de uma noite mais de dez anos atrás.
Ela caminhava por uma rua escura, estava trabalhando, em um bar de uma região mal frequentada, ainda revoltada com tudo o que vinha perdendo.
E vendo que todo o preparo e estudos, não lhe garantiram nenhuma relevância no mundo mágico.
Foi quando dois homens se aproximaram.
- Olá, gracinha...
- Quem são vocês?
Ela conseguiu perguntar antes de eles à agarraram e arrasta-la para dentro de um carro.
Poucas vezes sentira tanto medo na vida.
Debatia-se feito uma louca.
Eles à jogaram no banco de trás e já íam arrancando com o carro, quando Draco apareceu.
-Senhor Malfoy, o que faz aqui?
- Eu já avisei as autoridades e sugiro que fujam. Nada cairá nas costas do meu pai.-Ele os olhava de modo frio-vocês dois, do contrário, serão caçados pelo ministério da magia.
Ela estava machucada e assustada.
Draco então contou para Hermione que ouviu seu pai falando com os dois homens e dizendo que eles deveriam pegar Hermione.
Esse tipo de gente, fazia atrocidades.
Viviam uma existência terrivel.
Não precisava juntar dois mais dois, para saber o que eles fariam com ela, caso ele não tivesse aparecido.
Quando Hermione se recompôs, ela e Draco conversaram.
Ele estava afastado do pai.
Esteve em casa para pegar umas coisas, por isso deu sorte de ouvir todo o plano.
Teria mesmo que ir embora, pois percebera , que a sua influência negativa, o fazia um homem inútil.
Desde então, ela e Draco criaram um laço de amizade e se encontravam ao menos uma vez por ano, para que ele pudesse saber que ela não estava em perigo.
-Quando eu não respondi as suas mensagens, ele começou a enviar corujas feito um maluco.
-As corujas que chegavam lá em casa...
Severus falou passando a mão no queixo.
E ela assentiu.
Agora fazia sentido.
Ele também temia pela vida da amiga.
-Mas porque você não me contou?
-De início nós não éramos íntimos, eu não sabia se ficaria na sua casa- ela parecia sincera- e depois, você demonstrou ser uma pessoa um tanto inconstante...
Eles riram.
Mas não tinha graça.
-Professor, eu e ela, nunca tivemos nada.
Ele balançou à cabeça.
E ela os encarou.
Snape estava pensando em como abordaria o assunto da criança, que viu os dois observando em frente aquela escola e que era à cópia de Hermione.
Mas foi pego de surpresa por uma pergunta da garota.
-E vocês dois, como se reencontraram?
Snape sentiu o coração acelerar.
-Você não vai acreditar, coincidentemente esbarrei no professor naquela tarde em que almoçamos...
Draco percebeu tarde demais, que havia falado mais do que deveria.
-Quantas coincidências, não é mesmo?
Snape tentava processar todas as informações que acabara de receber, Draco e Hermione eram grandes amigos e aquele maldito do Lúcios, quando ele iria parar de ser tão covarde!?
Draco desconversou falando sobre seu laboratório.
Também iria casar em breve.
A noite poderia ter sido agradável, mas a tensão entre o casal, era palpável.
Hermione e Draco despediram-se com um abraço, Snape apertou a mão do ex aluno.
Ela caminhava irritada e ele à seguia.
-Será que você pode esperar?
Mas ela não o ouvia. Estava com ódio, acenou para um carro, queria sumir dali.
- Eu estou com tanta raiva de você!
Disse entrando no carro e pedindo para o motorista arrancar dali.
mas Snape também entrou.
-Nós vamos ate esse endereço.
Ele disse, entregando um papel ao motorista.
Os dois permaneceram em silêncio, até chegarem a confeitaria, parecia haver fogo no rosto de Hermione. Ela sentia tanta raiva!
Como ele foi capaz de cerca-la daquela maneira!
Como ela se deixou envolver em um relacionamento tão doentio!?
Estava fazendo tudo errado.
Entraram juntos na confeitaria e também no armário, para o transporte. Hermione não olhava na cara do homem. Que também parecia irritado, mesmo sem ter razão.
Assim que chegaram ao Refúgio bruxo, ele não deu tempo que ela pensasse, segurou a sua mão e os dois apareceram na porta de casa. Ela desvencilhou-se do seu toque e o olhou com ódio.
- Eu não quero falar com você....
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Recomeço.
RomansaSobreviver com a ajuda de um inferior, um ser sem poderes mágicos, um trouxa! Nem nos sonhos mais loucos de Severus seria possível. Mas anos haviam se passado. Depois da guerra bruxa e da queda de Voldemort, ele continuava vivo e a magia ja não per...