#🍁 - make a wish; osaki shotaro

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O tilintar daquele sininho na porta, fazia minha cabeça latejar cada vez mais.

Eu continuava sentada naquela cadeira, com os olhos fechados esperando poder sair logo dali.

- Safira, minha filha, o que tanto te incomoda? - Abri um dos olhos, vendo meu pai a minha frente.

- Pai, é meu aniversário. Por que eu tenho que ficar na loja? - Ele suspirou.

- Certo. Você pode ir. - Abri um sorriso enorme e me levantei. - Mas antes... Escolha algo que goste.

- Sério? - perguntei animada, mas logo meu sorriso foi desaparecendo.

A loja é da minha família, e eu a conhecia com a palma da minha mão.

É uma loja de coisas velhas, que segundo meu pai, foram usadas pelos antigos e por isso são importantes e valem uma fortuna. Sem contar que ele nunca confiava em mim para sequer por as mãos naquelas coisas.

Andei por entre as grandes prateleiras bem organizadas e limpas, olhando por todos os lados em busca de algo que me agradasse.

Algumas coisas ali, pareciam não ser mexidas há anos de tão empoeiradas que estavam.

Passei minha mão por uma das prateleiras e parei no momento que avistei algo que chamou minha atenção.

Parecia uma espécie de bule ou chaleira, mas eu tinha certeza de que a função não era servir chá ou café e muito menos esquentar água.

Peguei o objeto e o observei mais de perto. Passei de leve a manga para tirar um pouco da poeira e tentar identificar oque seria aquilo. No momento que fiz isso, senti vibrar em minhas mãos. Pensei que fosse coisa da minha cabeça ou que aquele objeto estranho estivesse se mexendo, mas era só um dos amigos do meu pai, trazendo algo pesado em um carrinho de mão, que teve um forte impacto no chão.

Dei uma última olhada, e decidi que seria aquilo.

- Já escolheu? - perguntou meu pai.

- Sim - respondi colocando o objeto em cima da mesinha.

- Pode ficar - ele sorriu. - Há tempos isso está aí e ninguém nunca leva. É seu agora.

- Obrigada pai - sorri e saí da loja.

Voltei a pé para casa, que não era tão longe da loja.

Fiz uma cara de frustração por continuar sem saber oque era aquilo. Esfreguei a manga da blusa algumas vezes, e eu senti a vibração de novo. E de novo. Pelo susto acabei derrubando no chão.

- Me desculpe por te assustar - disse um garoto, sorrindo.

- Q-quem é você? - eu o olhei de cima a baixo e arregalei os olhos ao ver que ele saía de dentro daquela coisa esquisita.

- Não é óbvio? Eu sou um gênio.

- Gênio? Tipo o Gênio da Lâmpada?

- Tipo não, o próprio - sorriu presunçoso e eu ri.

- Como isso é possível?

- Bom, você finalmente me achou, e provavelmente esfregou a lâmpada. Então eu saí.

- Estava a quanto tempo aí dentro?

Agora eu fazia a volta nele.

- Cento e dezenove anos. - Eu olhei em seus olhos, espantada.

Ficamos nos encarando um tempo e então eu percebi o quão bonito ele era.

- O que foi? - perguntou e estalou os dedos na minha frente.

ɴᴇᴏ ᴄɪᴛʏ 🥀Onde histórias criam vida. Descubra agora