Revelações.

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Minha cabeça girava.

Tudo que eu escutava eram passos em cima de folhas secas.

- Estou na floresta? – Pensei.

Consegui abrir meus olhos. Não via muita coisa. Apenas enxergava borrões pela metade.

Ainda estava claro e eu via muitas árvores em cima de mim. Definitivamente eu estava na floresta. Tentei falar, mas só balbuciava coisas aleatórias.

Eu sentia minhas costas sendo arrastada no chão, por cima de folhas e galhos. Levantei minha cabeça com dificuldade, tentando ver quem estava me puxando.

- Ah... – Gemi, tentando buscar forças para continuar naquela posição.

Era quase impossível ver quem me carregava. Era uma pessoa grande, mas poderia ser qualquer um.

Eu não conseguia pensar em motivações para estarem fazendo aquilo comigo. Eu não conseguia pensar em absolutamente nada.

Repousei minha cabeça no chão novamente e senti meus cotovelos arderem por conta do contato da pele e o chão áspero.

A chuva já caía, não tão forte, porém eu sentia as gotas em meu rosto.

O vento passando por entre cada folha de cada árvore naquela floresta gerava um som, como um uivo.

Para onde estavam me levando? Por que estavam me carregando pela floresta? Eu não fazia ideia.

Apaguei.

[...]

*Início da história*

Eu não acreditava naquilo

Não poderia ser real.

Era o que eu pensava.

Ele estava bem na minha frente, com aquele maldito sorriso.

- L-Lucas... – Falei aos prantos. – Me ajude...

Ele se moveu pela primeira vez desde que abriu a porta.

- Jungwoo... – Ele dizia sorrindo, caminhando em minha direção. – Finalmente você acordou.

O olhei confuso.

- Você tem que me ajudar... – Eu falava mexendo minhas mãos, que emitiam os sons das pesadas correntes batendo no chão. – Antes que a pessoa volte...

Lucas se aproximou ainda mais, ficando agachado na minha frente. Ele me olhava estranho, assim como fez mais cedo na escola e como fazia quando nos viamos pelos corredores.

Era um olhar indiferente, porém com um leve toque de... sentimento. Sentimento esse que eu não entendia.

- Eu já estou aqui. – Disse, abrindo novamente seu grande sorriso doentio. – Eu já voltei.... E você não vai fugir, vai? – Lucas se levantou, caminhando pelo quarto com seu sorriso irônico.

O meu corpo, que estava aliviado por ver uma alma conhecida naquele lugar, se enrijeceu novamente.

Eu sentia o meu globo ocular tremer e minhas mãos suarem frio. Que porra estava acontecendo ali?

- Lucas, o que você está falando? – Tentei me comunicar, ainda batendo as correntes. – Me tire daqui!

- Cala a boca! – Ele se virou para mim erguendo a mão direita.

O sorriso desapareceu, dando uma expressão para a mais pura e genuína raiva.

- Você ainda não entendeu?! – Ele apressou o passo até chegar na minha frente. Ele segurou meu rosto com força e o apertou. – Eu te trouxe até aqui!

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