Diga que me ama.

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Abri os olhos.

Meu corpo, ao mesmo tempo que abri os olhos, se inclinou para frente e minha respiração, ofegante.

Eu não aguentava mais acordar desesperadamente, com medo.

- Droga. – Pensei.

Mais um dia em que eu teria que ficar parado sem nenhum progresso.

Eu me sentia mal por estar preso, mas me sentia pior ainda de imaginar que estava regredindo no meu plano. Eu não poderia deixar Lucas ganhar. Isso estava fora de questão.

Perdido em meus pensamentos, sequer percebi que Lucas estava entrando no quarto.

- Jungwoo. – Lucas me chamou, mas não obteve resposta. – Jungwoo!

Lancei meu olhar cansado para o mesmo.

Não havia como as coisas ficarem piores, não tinha como.

- O que foi? – Respondi o chamado do garoto.

Ele fechou a cara.

- Queria saber se estava bem. – Falou. – Se está com fome...

- Você me prende em um quarto durante uma noite inteira me impossibilitando de me mover e tem a coragem de vir aqui no outro dia saber como estou? – Me mantive sério.

No mesmo segundo que terminei de falar, Lucas simplesmente mudou sua expressão facial. Suas sobrancelhas e olhos caíram e sua boca, ficou levemente aberta. Pude ver o garoto engolindo seco.

- Eu... – Ele se agachou na minha frente. – Eu não tive outra escolha, Jungwoo.... Me desculpe.

Ele realmente estava me pedindo desculpa? Que piada..., mais uma encenação.

- Por favor...– Ele segurou meus pulsos, ainda presos. – Por favor, diga que me ama!

Lucas estava mesmo implorando por mim.

Naquele momento algo acendeu na minha cabeça.

Ele parecia odiar quando eu não correspondia suas atitudes do jeito que ele esperava. Ele esperava o meu medo, a minha raiva..., mas não a minha decepção.

Eu poderia claramente manipular os sentimentos de Lucas. Eu poderia jogar o mesmo jogo que ele. Eu poderia acabar com aquilo de uma vez por todas.

Mas eu teria que tomar cuidado. Se eu abusasse do meu poder, Lucas poderia se revoltar.

- Vamos! – Lucas apertava meus pulsos. – Não vai dizer que me ama? Você me ama não é, Jungwoo? Sabe que tudo faço é para demonstrar o quanto te amo, não é?

- Como posso amar alguém que me põe em correntes e me trata como lixo? – Falei, olhando no fundo de seus olhos arregalados.

Lucas soltou meus braços, se afastando.

- Eu... – Ele olhou para as correntes. – Eu só não quero que você me abandone.

Respirei fundo buscando coragem para mentir como iria mentir naquele exato momento.

- Eu nunca irei tentar fugir. – Falei. – Como você mesmo disse, não vale a pena, certo?

Lucas sorriu de lado, como se estivesse feliz em saber que eu estava o escutando direito.

- Sim... – Ele acariciou minhas mãos. – Eu... vou te soltar.

Assenti, tentando sorrir pelo menos um pouco para passar uma certa confiança.

Lucas me soltou pelas mãos e logo em seguida, pelos pés.

- Vamos. – Ele estendeu sua mão.

Segurei na mesma.

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