Estou livre.

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- Jungwoo... Acorde...

A voz de Lucas me chamava suavemente.

- Não... – Respondi.

- Você sabe que eu estou aqui...

- Não... não está...

- Abra os olhos...

- Pare com isso!

- Agora!

- Lucas! – Gritei, abrindo os olhos de repente.

Pude perceber que estava em um lugar diferente, então chequei meus pulsos e meus tornozelos.

- Jungwoo! – Eu ignorava as vozes me chamando.

- Eu estou preso? – Eu falava desesperado. – Eu estou preso de novo?

Meu braço esquerdo estava recebendo soro, o que me fez imaginar que Lucas estivesse me drogando de novo.

- Tire isso de mim! – Eu tentava puxar a seringa do meu braço. – Por favor!

- Jungwoo! Se acalme! – Senti o toque de minha mãe em meu braço.

Respirei fundo e voltei a realidade.

Eu estava no hospital. Em um quarto, junto a minha mãe e Doyoung.

- Está mais calmo? – Minha mãe sorria.

- S-Sim... – Falei, engolindo seco.

Olhei para o meu lado direito e vi Doyoung. O garoto estava com a cabeça enfaixada e um grande sorriso no rosto.

Sorri de volta.

- Vou deixar vocês a sós. – Ela sorriu de lado, tentando me deixar confortável.

Minha mãe deixou o quarto e eu senti a mão de Doyoung segurar a minha.

- Os médicos disseram que seu trauma é muito recente... – Ele falava. – Por isso é normal que você acorde com pesadelos... ou que ache que está na casa ainda.

- Eu fiz isso muitas vezes? – Perguntei, envergonhado.

Ele deu de ombros.

- Falou algumas coisas enquanto dormia. – Sorriu. – Nada tão drástico.

Olhei para minha mão livre que estava enfaixada pelo corte que Lucas havia feito.

- Taeyong está bem? – Perguntei.

- Ele... – Doyoung olhou para os lados. – Está no funeral de Johnny.

Arregalei os olhos.

- Oh, meu Deus! – Coloquei a mão na testa. – Nós precisamos ir até lá e...

- Calma! – Doyoung acariciou minha mão. – Taeyong sabe muito bem o seu estado... eu mandei flores em nosso nome.

Segurei o choro.

- Não acredito que Lucas foi capaz de mata-lo. – Me decepcionei. – Sabe como aconteceu?

- Quando os três foram até a floresta procurar por você... – Falou. – Lucas sentiu algo estranho, como se soubesse do nosso plano... então, acabou decidindo que iria matar os dois...

- Mas Taeyong fugiu para a casa. – Completei.

- Exatamente. – Concordou.

Tudo estava começando a fazer sentido.

- E que plano era esse? – Eu iria fazer todas as perguntas necessárias para tentar entender tudo.

- Os garotos iriam chegar na casa de Lucas fazendo escândalo, chamando a atenção do garoto, dizendo que precisavam te procurar rápido e com a pressa, ele iria esquecer de trancar a porta... – Eu prestava atenção nas palavras de Doyoung. – Então, quando eles saíssem, eu iria entrar e te procurar.

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