🥀𝟬𝟵 - 𝘼 𝙙𝙚𝙨𝙥𝙚𝙙𝙞𝙙𝙖🥀

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12 de fevereiro 2016

Kanao acorda graças a uma movimentação um tanto brusca e barulhenta ao lado de fora de seu quarto. Pega seu celular, que estava debaixo de seu travesseiro até então, e vê que são apenas 2 horas da manhã. 

Se dando por vencida, vão até a porta de seu quarto, colocando, primeiramente, apenas a cabeça para fora, tentando procurar o motivo da movimentação tão tarde da madrugada. 

Então sente seu coração parar quando percebe que tinha uma alta movimentação no quarto de Tanjirou; o barulho e as vozes baixas e tensas dos médicos vinham dali. 

Como se saísse de um transe, Kanao corre até a janela do quarto do garoto. De lá, pôde ver Shinobu fazendo massagem cardíaca, enquanto Kanae carregava os desfibriladores e em menos de segundos, levando-os já carregados com eletricidade, posicionando-os sobre o peito do jovem e depositando ali uma quantia de carga elétrica. 

O corpo de Tanjirou se mexeu graças ao choque, mas nada... nada aconteceu em seguida. A máquina de batimentos cardíacos não parou de apitar e fazer soar aquele som ensurdecedor e irritante. 

Involuntariamente lágrimas começaram a sair dos olhos da garota que até então observava tudo calada e estática. Shinobu segundos depois pareceu perceber a presença da tal menina, isso após uma breve troca de olhares entre as duas. 

— Merda... — Kanao murmurou — Tanjirou... — Sua respiração estava desregulada, suas mãos tremiam e incessáveis lágrimas saiam de seus olhos — Você prometeu, por favor... 

Kanao saiu dali, entrando no seu quarto, implorando para que aquilo tudo fosse apenas um sonho ou uma brincadeira boba e sem graça. Mas o barulho da máquina de batimentos cardíacos ainda produzia o mesmo som fino e incalavel  que escutara quando estava de frente ao quarto do possível morto. 

Sem pensar muito, Kanao foi até a sua mesa de remédios, colocando dois comprimidos contra a ansiedade na boca, aquele que a deixava leve e calma. Enquanto os remédios não faziam efeito, a garota ficou rondando pelo quarto. 

Em algum momento, que ela não sabia ao certo, o barulho ensurdecedor havia cessado, ela não sabia dizer se ele tinha sobrevivido e voltado a vida ou se os médicos tinham desistido e desligaram a máquina. 

Kanao ouviu a porta de seu quarto ser aberta, mas já estava fora de si, não ligava mais para o quê acontecia ao seu redor. Shinobu, por outro lado, olhava para a cena pesarosa, Kanao ria sentada numa das poltronas de seu quarto. 

— Kanao! Kanao! Você está bem? — Balançou o corpo da garota, chamando-lhe a atenção.

— Shinobu? Claro que estou bem! Por que não estaria? Haha~ — Jogou a cabeça para trás, risonha.

— Merda... Kanao, não saia deste quarto, ouviu? Hoje não tem ninguém para cuidar de você. 

— Eu não preciso de cuidados! Sei me cuidar muito bem sozinha! 

Shinobu saiu do quarto. Deixando para trás uma Kanao divertida e risonha. A garota ficou sob efeito do remédio por várias horas, durante esse tempo ela ficou rodando pelo quarto, observando a grande movimentação no corredor afora que com o tempo se dissipava e ficava calmo, como sempre havia sido. Duas horas, para ser mais exata, saindo do transe às quatro e meia da manhã. Colocando seus pensamentos em ordem e voltando a consciência, meio confusa pela quantidade de informação entrando subitamente em sua mente. 

Então, Kanao chorou de desespero. 

Se Tanjiro estava vivo ou morto era um mistério para Kanao, mas sabia que, se o garoto tivesse sobrevivido por mais um tempo antes de falecer para todo o sempre, ela não conseguiu se despedir dele, quando eles teriam tempo de sobra para tal coisa.  

𝐈𝐍𝐄𝐕𝐈𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋 | TankanaOnde histórias criam vida. Descubra agora