Obs:Aiko é uma personagem que eu mesma criei.
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14 de janeiro de 2016
Há seis meses atrás recebi a notícia que minha melhor amiga estava com câncer pulmonar. Irônico, pois ela nunca tocou num cigarro, uma garota de 15 anos. Ela não merecia estar sofrendo tanto com essa idade.
Há uma semana o médico de Aiko disse que ela estava em estado terminal. Tinha apenas 2 semanas de vida. O meu mundo caiu. Eu não sabia o que fazer. Eu não estou preparada para perdê-la. Meu peito dói só de imaginar o corpo frio de Aiko na minha frente, mas... eu sei que é inevitável.
Aiko é uma albina muito gentil e amigável, estamos ambas no primeiro ano, ou melhor, estaríamos ambas no primeiro ano, se Aiko não estivesse com câncer e eu não tivesse largado a escola para aproveitar cada segundo com ela.
Ela é uma pessoa intrigante. Mesmo sabendo que vai morrer em poucas semanas, ela sempre sorri quando me vê e adora contar histórias engraçadas ou ver filmes de comédia. Às vezes seu peito doía ao rir ou ao ficar muito tempo falando, acabando com seu ar. Tenho a sensação que Aiko, às vezes, esquece que tem câncer pulmonar.
Eu fico com ela todos os dias, sempre dormindo ao lado dela naquela poltrona desconfortável, mas sendo bastante sincera, eu adoro a companhia de Aiko. Eu faria de tudo para tê-la até a minha morte, porém, eu não posso fazer nada. Eu volto nos finais de semana para casa para pegar novas roupas e pôr as usadas para lavar.
Domingo eu voltava para o hospital. Havia ido para casa três horas atrás e já estava querendo a companhia de Aiko novamente. Sendo sincera, eu odeio o hospital, seu cheiro de produtos químicos e derivados me enjoa, mas faço de tudo por ela, tudo para vê-la sorrir. Tudo para deixá-la feliz em seus possíveis últimos dias de vida.
De frente ao quarto de Aiko, coleto forças para entrar. Eu simplesmente odiava entrar no quarto depois de algumas horas, às vezes, minutos. Ver Aiko cada vez mais pálida e magra era torturante. Ultimamente Aiko tem reclamado de dores no peito, outro sinal que o câncer está piorando. Tossindo demais, às vezes sangue. Aterrorizante.
Entro no quarto com minha expressão calma de sempre, encontrando Aiko deitada em sua cama olhando a janela e, ao escutar a porta ser aberta, se vira para mim com um sorriso lindo.
— Bem-vinda de volta — Ela diz.
— Estou de volta — Digo dando um beijo em sua testa. Era um costume nosso — O que estava fazendo, senhorita Tanaka? -Pergunto com um fino sorriso nos lábios.
— Observando a neve.
Aiko ama a neve e, no meio do ano passado, disse que queria brincar, já que no último inverno não pôde graças a uma viagem que fez durante toda a temporada de inverno com seus pais. Infelizmente não era mais possível.
Uma enfermeira entra no quarto, deixando ali o carrinho com a refeição para nós duas comermos. Particularmente, eu odeio essa comida e sendo sincera, acho que Aiko também não é a maior fã, já que sempre faz uma careta quando a comida chega.
— Kanao, você nunca se apaixonou, não é? — Aiko puxou assunto depois de dar sua primeira garfada no macarrão.
-Sim. Por que a pergunta? -Realmente estava curiosa e fico ainda mais curiosa quando Aiko assume um sorriso triste.
— Eu... eu queria ver você se apaixonar.
— Oh! -Eu exclamo surpresa. — -Isso me pegou desprevenida. -Meus olhos se encheram d'água.
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𝐈𝐍𝐄𝐕𝐈𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋 | Tankana
Hayran KurguTudo na vida tem um propósito; Era isso no que Kanao acreditava. Mas começou a se perguntar se realmente sua amiga ter câncer, e logo depois morrer graças à doença, tinha um propósito, mas após se apaixonar dentro de um hospital por uma pessoa que...