Azazel

Desejo de Amar

  O homem a olhava curioso se perguntando se realmente deveria ir até ela, a garota sorria caminhando de costas para entrar cada vez mais na água e o chamava com o dedo, mal sabia ela que seu olhar malicioso não era entendido pelo anjo que apenas seguia para perto da margem pensando que ela talvez precisasse de ajuda. Maya o olhou de cima a baixo, aquelas roupas velhas e largas de nada a ajudavam a ver o corpo dele, a garota se perguntava se ele era um homem forte, se haviam marcas em seu corpo, mas não havia pensado nisso na noite em que ele dormira ao seu lado e agora ela se arrependia de não ter nem mesmo tirado uma peça de suas roupas para conferir o brilho da pele de um anjo durante o anoitecer de seu quarto.

_Tire as roupas e nade comigo_ Maya chamava com a voz macia e risonha, começou a abaixar seu corpo e por fim deixou-se cobrir pela água até que apenas seus olhos ficassem para fora

   O anjo assentiu e repetiu o que a garota fizera anteriormente, tirou suas roupas e as pendurou na árvore junto com as de Maya e finalmente começou a entrar, sentia a água gelada contra sua pele e um estranho arrepio percorria os braços, talvez frio, talvez ansiedade por só agora perceber que o olhar de Maya havia mudado e se intensificado ao encara-lo. O homem entrou devagar mas só até que a água cobrisse seu corpo na altura do quadril, ele olhou curioso para a cachoeira e depois para a copa das árvores, o sol adentrava por entre as folhas e aquilo era mais que o bastante para pintar um lindo quadro diante dos olhos do anjo que agora sentia o coração acelerar, talvez de medo por não saber dizer o que sentia naquele momento, por saber que não estava mais tão seguro sobre voltar para casa. Os pássaros voavam barulhentos agitando os galhos e cantando suas músicas de boas vindas, o homem sorriu olhando para baixo e então viu Maya se erguer da água e se aproximar dele lentamente, a mulher era um pouco mais alta que a maioria das mulheres mas ainda sim era um pouco mais baixa que o anjo, ele sorriu com a aproximação dela e encantado com o lugar, ele se preparava para dissertar sobre as belezas daquela terra e como poderiam se tornar ainda melhores se ele pudesse ter a companhia de Maya para toda sua eternidade imortal.

   A mulher por outro lado, mantinha seus olhos correndo por todo o corpo do homem, acompanhando atentamente seus músculos fortes e definidos, era mesmo um ser angelical, pois sua pele branca só faltava reluzir ao toque do sol, nenhuma marca ou cicatriz, apenas um corpo forte e ereto diante da garota que se sentia cada vez mais sem fôlego. Maya se aproximou do homem até que a distância entre eles fosse a de um palmo, ela tocou os braços dele e suas mãos geladas fizeram uma pequena estática no toque, fazendo o homem hesitar um pouco, Maya sorriu como quem ganhava uma batalha e se permitiu correr as mãos para o ombro dele e depois descer para seu peito.

_Então é assim que um anjo se parece? Então você sente tudo que qualquer outro homem sente?_ Maya perguntou com interesse enquanto avaliava cada centímetro do corpo do homem, sorrindo maliciosa enquanto seus dedos dançavam uma linha reta sentido o umbigo do homem o que sem querer o fez se arrepiar outra vez.

_Não, nossa aparência verdadeira não pode ser mostrada aos humanos_ Ele começou a dizer e então acompanhou com o olhar os dedos curioso da menina em seu peito _Sentir tudo o que? Dor, por exemplo?_ Perguntou confuso lançando um olhar intrigado para a garota, como se tentasse ler seus pensamentos por trás daquele olhar confuso

_Tudo é tudo, ora!_ Maya deu de ombros e se afastou um pouco, pensando em qual seria seu próximo avanço _Você parece um homem comum, mas não sente sono, não come, não tem reações ao meu toque ou..._Ela o encarou triste, suas sobrancelhas se franziram ao mesmo tempo em que seus lábios se curvavam em um bico de forma que ela expressasse um olhar fofo e receoso, o que fez o coração humano do anjo se acelerar_ Ao meu corpo...Não sou bonita para você?_ Seu rosto se entristeceu e aquilo preocupou o homem, Maya desviou o olhar para o lado, pairando sua tristeza e decepção no ar