Pietra⠀
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Enquanto almoçamos Alana não disfarça as olhadas pro Adônis, eu falo que essa garota não tem modos, não se encara alguém dessa forma como se fosse um pedaço de carne.⠀
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— Para de encarar o Adônis, deixa ele comer em paz – resmungo⠀
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— Não da amiga, o cara é um pedaço de mal caminho sério, se você não quiser eu quero – ela diz rindo e eu reviro os olhos⠀
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— Nem se eu quisesse ele é um grosso e parece que tem tudo contra mim – digo⠀
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— Tem certeza que vocês não se conheciam, ou já brigaram, sei lá na infância? – pergunta⠀
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— Tenho certeza que não, apesar de morar no mesmo terreno nos víamos pouco, eu lembro de o observar as vezes de longe, nada demais – explico⠀
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— Então ele só não foi com sua cara mesmo – dá de ombros⠀
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Deixo essa história pra lá e volto a comer, agorinha tínhamos aula de tênis, e mais tarde tínhamos ensaio de bale, eu francamente entre uma atividade e outra teria que tomar um energético pra aguentar o tranco ou cairia dura.⠀
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— Bem que podíamos faltar o tênis hoje em – Alana sugere enquanto estamos sentadas na mesa do clube enquanto esperamos dá o horário da aula.⠀
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— Do jeito que esse cara me odeia, ele ligaria pro meu pai no mesmo minuto – suspiro.⠀
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— Seu pai é doido, você me desculpa – ela diz e eu concordo.⠀
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Não estendi muito o assunto, até por que não tinha muito o que ser dito sobre isso, é meu pai, ele sabe o que é melhor pra minha formação e se for pra evitar briga eu prefiro que seja assim.⠀
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A aula de tênis começou, como sempre, eu estava jogando contra a Alana, era só pra treino mesmo, algumas vezes sentia o olhar do Adônis em mim, eu realmente queria saber o que passava na cabeça dele, quando ele me observava.⠀
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Ao fim do treino eu já não estava me aguentando em pé, mas ainda tinha um último compromisso.⠀
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— Ainda bem que a professora de balé não me escolheu pra ajudar ela, eu estou morta – Alana diz enquanto saímos da quadra⠀
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— Sorte sua – digo rindo⠀
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Me despeço dela, e vou ate a lanchonete comprando um energético, antes de sair do clube pra entrar no carro.⠀
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— Você está bem? – Adônis me pergunta me encarando pelo retrovisor⠀
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— Um pouco cansada, mais estou bem-digo simples⠀
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— Você me parece muito cansada – digo⠀
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— Não se preocupe, eu estou acostumada – sorrio⠀
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Ele não diz mais nada, apenas sai com o carro indo até o estúdio de balé.[...]
Adônis⠀
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Pietra era uma menina um pouco diferente do que eu pensei, ela era bonita, quem a observava via uma patricinha de filme, mas só quem conversava com ela percebia que ela não era assim, Pietra não tinha medo de quebrar as unhas, ou de sujar a boca durante o almoço , ao contrario ela ria quando isso acontecia, ela tinha um jeito de menina , mais nada mimada, e isso me intrigava, a única coisa que ainda não tinha conseguido entender sobre ela, era o por que dela querer fazer tantas coisas sendo que era visível seu nível de exaustão, isso pra mim era capricho.⠀
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Ontem saímos de casa as 08:00 e chegamos as 20:00, enquanto estávamos no caminho de casa Pietra cochilava no banco do passageiro do carro.⠀
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Acordo cedo, vou passar na casa grande pra tomar um café, antes de começar os compromissos com a mimadinha.⠀
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— Tá chorando por que? Papai bloqueou o cartão foi – brinco quando encontro ela sentada em um banco próximo a piscina chorando.⠀
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— Qual o seu problema? – ela me olha - eu nunca te fiz nada⠀
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— Não queria ficar de babá pra você mimadinha – digo⠀
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— Então chega no meu pai e pede pra trocar, simples, diz que não aguentou a mimadinha assim ele não questiona seus motivos já que pra ele eu sou um monstro – ela diz chorando⠀
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Isso me fez arrepender de tudo que eu falei, eu realmente não queria ser segurança e motorista dela, e desculpa se ser grosso é meu mecanismo de defesa, mais eu não posso me aproximar dela, muito menos me apaixonar ou me afeiçoar demais.⠀
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— Certo – digo⠀
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— Você poderia me deixar sozinha por favor? – ela pede um tanto educada o que me deixa surpreso, mas assinto indo até a cozinha atrás da minha mãe.⠀
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— Que cara é esse menino? – pergunta assim que eu entro na cozinha⠀
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— Vi a Pietra chorando no jardim – dou de ombros – problema de gente rica certeza – digo sentando no banco da bancada⠀
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— Hoje é um dia difícil pra ela – ela diz e eu a olho confuso – hoje seria aniversário da mãe dela, e mesmo que ela nunca a tenha conhecido ainda é difícil pra ela – explica⠀
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— Não sabia – suspiro⠀
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— Tem muita coisa que você não sabe, por isso que eu falo pra você pegar leve, Pietra não é uma menina ruim, na verdade ela sofre demais.⠀
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— Até parece que alguém que tem tudo como ela sofre desse jeito – digo⠀
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— Ela perdeu a mãe, o pai não fica no mesmo ambiente que ela a anos, as únicas pessoas que dão atenção e carinho pra ela sou eu e seu pai – explica⠀
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— Eu venho sendo um babaca com ela – digo baixo e minha mãe me encara⠀
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— Então não seja filho, você sempre foi tão gentil, não entendo por que age assim com ela⠀
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— Eu também não sei, enfim, mais tarde eu me desculpo com ela – digo por fim⠀
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— Certo, não precisa morrer de amores por ela, só peço que não a trate mal, ela não merece – diz e eu concordo.⠀
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Fico quieto pensando em tudo que tem acontecido, enquanto minha mãe arruma o café da manhã.⠀
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Amor Proíbido
RomansaAos olhos dele: ela era uma menina rica, mimada e com o mundo aos seus pés. ⠀ Aos olhos dela: ele era frio e ácido, ambos com opiniões equivocadas. ⠀ Poderiam duas pessoas tão diferentes e de mundos tão distantes passar um tempo juntos e se darem b...