Capitulo 3

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Pietra

Enquanto almoçamos Alana não disfarça as olhadas pro Adônis, eu falo que essa garota não tem modos, não se encara alguém dessa forma como se fosse um pedaço de carne.⠀

— Para de encarar o Adônis, deixa ele comer em paz – resmungo⠀

— Não da amiga, o cara é um pedaço de mal caminho sério, se você não quiser eu quero – ela diz rindo e eu reviro os olhos⠀

— Nem se eu quisesse ele é um grosso e parece que tem tudo contra mim – digo⠀

— Tem certeza que vocês não se conheciam, ou já brigaram, sei lá na infância? – pergunta⠀

— Tenho certeza que não, apesar de morar no mesmo terreno nos víamos pouco, eu lembro de o observar as vezes de longe, nada demais – explico⠀

— Então ele só não foi com sua cara mesmo – dá de ombros⠀

Deixo essa história pra lá e volto a comer, agorinha tínhamos aula de tênis, e mais tarde tínhamos ensaio de bale, eu francamente entre uma atividade e outra teria que tomar um energético pra aguentar o tranco ou cairia dura.⠀

— Bem que podíamos faltar o tênis hoje em – Alana sugere enquanto estamos sentadas na mesa do clube enquanto esperamos dá o horário da aula.⠀

— Do jeito que esse cara me odeia, ele ligaria pro meu pai no mesmo minuto – suspiro.⠀

— Seu pai é doido, você me desculpa – ela diz e eu concordo.⠀

Não estendi muito o assunto, até por que não tinha muito o que ser dito sobre isso, é meu pai, ele sabe o que é melhor pra minha formação e se for pra evitar briga eu prefiro que seja assim.⠀

A aula de tênis começou, como sempre, eu estava jogando contra a Alana, era só pra treino mesmo, algumas vezes sentia o olhar do Adônis em mim, eu realmente queria saber o que passava na cabeça dele, quando ele me observava.⠀

Ao fim do treino eu já não estava me aguentando em pé, mas ainda tinha um último compromisso.⠀

— Ainda bem que a professora de balé não me escolheu pra ajudar ela, eu estou morta – Alana diz enquanto saímos da quadra⠀

— Sorte sua – digo rindo⠀

Me despeço dela, e vou ate a lanchonete comprando um energético, antes de sair do clube pra entrar no carro.⠀

— Você está bem? – Adônis me pergunta me encarando pelo retrovisor⠀

— Um pouco cansada, mais estou bem-digo simples⠀

— Você me parece muito cansada – digo⠀

— Não se preocupe, eu estou acostumada – sorrio⠀

Ele não diz mais nada, apenas sai com o carro indo até o estúdio de balé.

[...]

Adônis

Pietra era uma menina um pouco diferente do que eu pensei, ela era bonita, quem a observava via uma patricinha de filme, mas só quem conversava com ela percebia que ela não era assim, Pietra não tinha medo de quebrar as unhas, ou de sujar a boca durante o almoço , ao contrario ela ria quando isso acontecia, ela tinha um jeito de menina , mais nada mimada, e isso me intrigava, a única coisa que ainda não tinha conseguido entender sobre ela, era o por que dela querer fazer tantas coisas sendo que era visível seu nível de exaustão, isso pra mim era capricho.⠀

Ontem saímos de casa as 08:00 e chegamos as 20:00, enquanto estávamos no caminho de casa Pietra cochilava no banco do passageiro do carro.⠀

Acordo cedo, vou passar na casa grande pra tomar um café, antes de começar os compromissos com a mimadinha.⠀

— Tá chorando por que? Papai bloqueou o cartão foi – brinco quando encontro ela sentada em um banco próximo a piscina chorando.⠀

— Qual o seu problema? – ela me olha - eu nunca te fiz nada⠀

— Não queria ficar de babá pra você mimadinha – digo⠀

— Então chega no meu pai e pede pra trocar, simples, diz que não aguentou a mimadinha assim ele não questiona seus motivos já que pra ele eu sou um monstro – ela diz chorando⠀

Isso me fez arrepender de tudo que eu falei, eu realmente não queria ser segurança e motorista dela, e desculpa se ser grosso é meu mecanismo de defesa, mais eu não posso me aproximar dela, muito menos me apaixonar ou me afeiçoar demais.⠀

— Certo – digo⠀

— Você poderia me deixar sozinha por favor? – ela pede um tanto educada o que me deixa surpreso, mas assinto indo até a cozinha atrás da minha mãe.⠀

— Que cara é esse menino? – pergunta assim que eu entro na cozinha⠀

— Vi a Pietra chorando no jardim – dou de ombros – problema de gente rica certeza – digo sentando no banco da bancada⠀

— Hoje é um dia difícil pra ela – ela diz e eu a olho confuso – hoje seria aniversário da mãe dela, e mesmo que ela nunca a tenha conhecido ainda é difícil pra ela – explica⠀

— Não sabia – suspiro⠀

— Tem muita coisa que você não sabe, por isso que eu falo pra você pegar leve, Pietra não é uma menina ruim, na verdade ela sofre demais.⠀

— Até parece que alguém que tem tudo como ela sofre desse jeito – digo⠀

— Ela perdeu a mãe, o pai não fica no mesmo ambiente que ela a anos, as únicas pessoas que dão atenção e carinho pra ela sou eu e seu pai – explica⠀

— Eu venho sendo um babaca com ela – digo baixo e minha mãe me encara⠀

— Então não seja filho, você sempre foi tão gentil, não entendo por que age assim com ela⠀

— Eu também não sei, enfim, mais tarde eu me desculpo com ela – digo por fim⠀

— Certo, não precisa morrer de amores por ela, só peço que não a trate mal, ela não merece – diz e eu concordo.⠀

Fico quieto pensando em tudo que tem acontecido, enquanto minha mãe arruma o café da manhã.⠀

Amor ProíbidoOnde histórias criam vida. Descubra agora