Capítulo 6

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Pietra

Sério jogar jogos de corrida no vídeo game é muito divertido, fora que a companhia também ajuda muito, Adônis tem sido gentil comigo, fora que ele é super engraçado apesar de no trabalho ele ter uma cara super seria.

— Você está roubando, não tem como você ter ganhado 3 vezes seguidas – Adônis diz bravo⠀

— Acho que sou boa nisso – digo rindo – sempre quis ter um videogame – digo

— E nunca teve um por que? – ele me encara confuso

— Na cabeça machista do meu pai isso é coisa de menino – reviro os olhos

— Coisas da vida ne – ele diz como se quisesse deixar isso pra lá

— Obrigado pelo convite, está sendo bem divertido – digo

— Eu também estou me divertindo, aliás você jantou? – pergunta e eu nego – tem pizza e coca você quer?

— Queria, mas não posso, tenho que manter a forma – choramingo

— Um pedaço de pizza não vai te engordar, relaxa

— Adônis você está me levando pro mal caminho, tecnicamente você deveria me vigiar e cuidar de mim – digo provocando

— Te alimentar também é uma forma de cuidado – ele diz apertando meu nariz de leve e eu sorrio boba – vou pegar um pedaço pra nós e trazer coca, ok? – concordo e ele sai do quarto.

Me levanto indo ao banheiro lavar minha mão e me encaro no espelho com um sorriso idiota no rosto, merda, eu não devia, Adônis é alguém impossível pra mim, sofrer por uma paixão platônica não está nos meus planos.

Logo volto pro quarto e ele está entrando com a caixa de pizza em uma mão e a garrafa da coca na outra, ele deixa tudo ali e sai, mais logo volta com dois copos na mão.

Encaro o pedaço de pizza de frango com palmito e pego mordendo rápido antes que eu arrependa — hmmmmm – solto um gemido de satisfação

— Parece que você está gostando muito em – ele brinca

— Você não sabe quanto tempo tem que eu não como pizza – digo

— Não sabia que pra ser bailarina tinha que estar tão em forma assim, credo, você faz dieta, malha, não come porcaria, raramente toma refrigerante, não sei se viveria assim – ele diz e eu sorrio fraco

— Na verdade manter a forma é uma coisa do meu pai, eu tenho que estar sempre magra e bem arruma – suspiro – meu pai é machista, aparentemente eu só vou servir se for magra⠀⠀

— Eu acho que você está perfeita assim, e se engordasse um pouquinho por comer tudo que gosta, por se alimentar bem ainda estaria maravilhosa – ele diz e eu sorrio, queria que meu pai pensasse assim.

— Obrigado – digo

Terminamos de comer, ele arrumou a cama pra mim e o sofá pra ele, claro que eu disse que dormiria no sofá, ele é muito grande pra lá, mas ele é teimoso demais.

— Vem deita aqui Doni, tem espaço eu durmo quietinha – digo sem jeito

— Não quero que se sinta desconfortável, pode ficar de boa

— Não vou sentir, sério – digo e ele pondera um pouco mais deita na beirada da cama e eu me encosto no canto. – Boa noite Doni

— Boa noite Pietra.

Fecho os olhos e me entrego ao sono.

[...]

Acordo com a claridade batendo na minha cara, pisco algumas vezes e por alguns segundos estranho o lugar antes de lembrar que eu dormi no quarto do Adônis, que por sinal não está mais na cama.

Respiro fundo criando coragem pra sei lá, sair desse quarto, que vergonha da Malena, Jesus o que ela vai pensar de mim.

Levanto da cama, vou ate o banheiro, abri a gaveta e achei uma escova de dentes lacrada, abri escovei os dentes, lavei o rosto e com a cara mais lavado do mundo sai do quarto indo ate a cozinha onde ouvi a voz dos dois.

— Bom dia – digo sem jeito

— Bom dia querida, vem vamos tomar café – Malena diz gentil sorrindo

— Obrigada, mas eu já vou, já dei muito trabalho pra vocês – digo

— Que isso, fica, toma café com a gente – Adônis diz gentil

— é sério eu já abusei da hospitalidade de vocês, e outra vocês precisam descansar e aproveitar a folga, de verdade obrigada – digo⠀

— Tudo bem querida, mais qualquer coisa corre pra cá, você sabe que aqui é sempre bem-vinda – Malena diz e eu sorrio agradecendo com um abraço, depois vou ate o Doni e dou um beijo na sua bochecha me despedindo dele também.

Saio caminhando de volta pra casa quando eu sinto uma mão segurar o meu braço — está tudo bem com você? – Doni pergunta

— Esta sim – sorrio – é só que você e sua mãe merecem curtir a folga de boa, em família, eu não me encaixaria ali

— Claro que se encaixa, ate minha mãe disse que ela e meu pai são como sua família – ele diz

— Realmente são, seus pais são incríveis, mas acho que devo ficar em casa, aproveitar a folga, vê um filme

— Certo, se é o que prefere, mas se precisar de companhia você sabe onde eu moro, e eu te mandei uma mensagem pra você salvar meu número, caso precise – explica

— Onde conseguiu meu número? – pergunto assustada

— Com a minha mãe, acho que ela está planejando algo – diz desconfiado e eu gargalho

— Devemos ter cuidado então, Malena é ardilosa e bem persuasiva – digo

— Verdade, então vou voltar lá, ah e se alimenta viu mocinha – ele diz e eu sorrio feito boba

— Certo, até mais.

Eu estou na merda, Malena aprontando, Adônis sendo esse doce de pessoa, e eu iludida e levemente encantada, eu não quero nem ver a merda que isso vai dar.

Corro pra casa, pego um pedaço de bolo de fubá que a Malena deixou pronto, faço um chá e como, bem à-vontade mesmo, aproveitar que não tem ninguém pra me vigiar, depois subo,  tomo um banho, deixo meu quarto bem escurinho e coloco um clichê adolescente meloso pra assistir, combina bem com domingo⠀

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