➤ capítulo vinte e três

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Taehyung sentiu o ar faltar de seus pulmões assim que ouviu as palavras da doutora Park.

- I-Isso é impossível, doutora. Nós usamos preservativos todas as vezes. - rebateu. - Esses resultados só podem ser de outra pessoa.

- O preservativo não garante cem por cento de eficaz. Ele poderia ter um furo e você e o seu parceiro não viram. Acredite, essas coisas são mais comuns do que se imagina. - a ômega disse, tranquila. - E os exames não estão trocados, o senhor está mesmo grávido.

O Kim engoliu a seco, assentindo com a cabeça enquanto a sua mente lhe enchia de pensamentos ruins.
Ele estava com medo, medo da reação de Jeongguk, medo de conta-lo tudo sobre a sua vida e que agora está esperando um filhote deste, medo da sua família - se é que ainda pode chama-los assim -, e principalmente, medo do futuro.

Pensamentos depressivos rondaram sua mente, em uma tentativa de se culpar. Talvez ele merecesse isso, como forma de castigo por todas as mentiras que contou; talvez o universo estivesse lhe fazendo pagar por suas consequências.

Taehyung não esboçou mais nenhuma reação. Ele conseguia ouvir a doutora e Hoseok conversarem, mas ele não conseguia prestar atenção. Era como se o seu corpo estivesse desligado, como se o seu lobo estivesse lhe impedindo de colocar todas as suas fortes emoções para fora.
O ômega não ouviu quando a médica disse que sua gestação já era de três semanas, também nem ao menos prestou atenção quando ela finalmente o liberou do hospital.

- Ei, Tae... vamos. - o Jung chamou-o, balançando levemente o seu ombro.

Antes de irem embora, eles passaram na farmácia do hospital onde o alfa buscou os remédios que a doutora passou para o Kim, e só então puderam ir embora.

Hoseok sabia que o amigo não estava nada bem. Também foi um choque para si saber que Taehyung está grávido de outro, e uma certa tristeza invadiu seu coração. Mas ele não iria demonstrar, afinal sabia que não tinha nenhum direito de se sentir triste já que ele e o ômega são só amigos, e este nunca o verá de outra forma.
Mas mesmo assim, lá no fundo ele lamenta, assim como o seu lobo. Poxa, não é nada fácil ver a pessoa por quem você é apaixonado com outro.,

O silêncio que predominava entre os dois desde a fatídica notícia dada no hospital, foi quebrado quando já estavam dentro do táxi.

- Hobi? - com a voz fraca, Taehyung chamou-o.

- Sim?

- Eu posso ir para a sua casa? - perguntou. Hoseok pôde ver que ele segurava o choro, e isso partiu seu coração em milhares de pedacinhos.

- Claro que pode. - sorriu ladinho, na tentativa de dá-lo algum tipo de conforto. - Se você quiser eu posso ligar para o Jin-hyung, ele pode ficar com você. - murmurou, sentindo o mais novo descansar a cabeça em seu ombro direito.

- É uma boa ideia.

「◆」

Coréia do Sul, Busan.

- Ainda não entendo o que vocês fazem aqui. - Yoora fitou os filhos mais novos. - Oh, obrigada querida. - agradeceu quando uma de suas empregadas encheu a sua xícara com mais chá.

- Não se faça de louca, mamãe. Isso não combina com a senhora. - Chaeyoung respondeu, cansada.

- Nós sabemos que a senhora sabe onde Bogum está. - sem mais rodeios, Jimin foi direto ao assunto.

- É claro que eu sei, ele está enterrado em Seoul. - em deboche, a mais velha respondeu.

- Tem certeza? Por que nós cavamos a cova dele e só achamos o caixão cheio de pedras. - o alfa pegou seu celular do seu bolso, e mostrou as fotos que havia tirado do caixão aberto para a ômega mais velha. - E sabe, mamãe, foi a senhora quem organizou todo o velório. Aposto que sabe de algo.

Love with a Criminal • taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora