Longos minutos já haviam se passado desde o momento em que eu decidi sair em busca de Catra. Querendo ou não eu já estava cansada e bastante frustrada.
Eu teria outras chances de me aproximar dela, mas eu não sei se a outra gostaria de verdade e me ter por perto.
Mais próximo da quadra havia o vestiário feminino, onde as garotas costumavam ficar e despender minutos consideráveis de suas vidas conversando e trocando de roupa depois da aula de educação física. Normalmente, daqueles assuntos não saía nada de importante, apenas algumas fofocas de famosos que eu nunca tinha ouvido falar na vida, ou algum boato recente sobre os alunos da escola. Em comum, elas sempre falavam da vida de outras pessoas.
Talvez por falta de auto-confiança.
Talvez por amargura.
Ou talvez só pela falta do que fazer mesmo.
A única coisa que eu tinha certeza era que aquilo não me importava nem um pouco. Haviam outra coisas mais importantes para tomar espaço na minha mente.
Sentei em um dos bancos qual ficava entre as duas paredes de armários refletindo sobre o que tinha acabado de acontecer.
Eu queria tanto me aproximar. Meu corpo implorava por isso desde que a vi, ele ardia tanto ao ponto de me fazer tomar a atitude e correr atrás dela em um intervalo da escola onde eu podia estar fazendo milhares de outras coisas que me descansariam minha mente. Mas não. Eu estava lá. Eu ainda esperava por ela.
Ao mesmo tempo que algo dentro de mim não permitia que eu desistisse, um outro lado me assustava.
E se ela tivesse criado uma lembrança ruim de mim por causa do ocorrido mais cedo? E se ela me odiasse por não ter feito nada mesmo vendo tudo o que estava acontecendo ao nosso redor? E se ela...
Interrompendo minha linha de pensamento, alguns barulhos estranhos vinham do fundo do vestiário.
Era alguém soluçando?
Será que era...
Com cuidado, levantei do banco, dando passos leves e silenciosos em direção ao lugar onde esse barulho vinha.
Tais sons vinham de trás de uma das paredes de armários do vestiário. Meus olhos conseguiam capturar um pouco da silhueta das costas de Catra ao que eu observava. Ela estava encolhida sentada em um dos bancos qual eu me encontrava a segundos atrás.
— Hm... Oi? — tentei chamar sua atenção
Assustada, seu tronco se virou para mim e eu pude ver suas feições quais revelavam um pouco de espanto, mas ao mesmo tempo raiva.
— Sai daqui! Qual é o seu problema?! — ela gritou comigo. Aquilo doeu. Doeu bastante. Rapidamente, pude ver ela tampar o rosto com as duas mãos e virar as costas para mim outra vez.
— Você sumiu da aula de química e de qualquer lugar da escola. — eu a respondi em um tom tranquilo e suave.— fiquei preocupada.
Sentei ao seu lado, me aproximando um pouco.
— Fica longe de mim.
Suas palavras eram afiadas e ela parecia muito machucada.
Doeu.
Parecia que ela tinha nojo de mim ou algo parecido.
Mas eu a obedeci, me afastando, no entanto continuando ao seu lado no assento.
— Você é retardada? Eu mandei você sair daqui.
Eu precisava ter paciência com ela.
Fingi que não escutei o que ela havia me falado e continuei no mesmo lugar.
Observei ela bufar, virar as costas para mim e abraçar os próprios joelhos, escondendo o rosto entre eles.
— Você não deveria se importar com o que aqueles idiotas falam. — eu disse em meio ao silêncio entre nós.
— E eu não me importo. — ela me respondeu, ainda de costas para mim.
— Não é o que parece.
De novo a escutei bufar. Era engraçado o jeito que ela parecia se estressar com tanta facilidade.
— É complicado... você não ia entender.
— Ah é, quem disse?
— Eu disse. — ela retrucou curta e grossa.
— Tenta me explicar. Se eu não entender, pelo menos você vai ter colocado essa dor pra fora. — tentei convencê-la a conversar comigo.
Ela soltou uma risada sem graça, virando um pouco o rosto em minha direção, cruzando nossos olhares, depois voltando-o para frente.
— Eu não vou conseguir fazer isso com você me olhando.
— É esse o problema? — indaguei. — Então tá.
Levantei da superfície de madeira, indo para trás de uma das paredes de armários, sentando no chão e apoiando minhas costas na parte de trás de onde ela estava.
— O que você tá fazendo? — eu não conseguia ler suas expressões, mas conseguia escutá-la e ela parecia confusa.
— Se o seu problema é eu estar te olhando, já resolvi, não consigo nem ver onde você está agora.
Pela primeira vez uma risada sincera foi solta por ela, e caramba...era muito boa de escutar.
Eu queria escutá-la rir mais vezes.
— Tá bom, você venceu. — Escutei alguns passos e logo em seguida o barulho do metal dos armários se colidindo com o que provavelmente eram as costas dela.
— Então — eu comecei — comece quando se sentir a vontade.
,,
quem é vivo sempre aparece né
olá gays, gostaro das att de hj? 🥺
to muito feliz de ter voltado a escrever, tinha até me esquecido do quão bem isso me fazia aaaaa
enfimmmm queria falar também que: eu fiz o teste do mbti com os personagens dessa fic e os resultados foram Adora: INFJ Catra: ISTP Glimmer: ENFP Bow: ESFJ Double Trouble: ENTP
Qual a utilidade disso? Nenhuma. Mas eu queria compartilhar isso aqui pq sim 👍🏻
era só isso mesmo, é nois tamo junto e tchau
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Cinza • Catradora
FanficO ano era 1990, Adora era apenas uma jovem com a cabeça nas nuvens e o coração maior que o próprio corpo que queria conquistar a novata marrenta que não gostava de conversar. No entanto, ela não sabia que só teria trinta dias para conseguir isso. (...