— Mas que buceta...
Eu proferia aquelas palavras enquanto parava minha caminhada para casa ao que senti algo espetar meu pescoço. Levei minha mão, dando um tapa no local, supondo que seria algum mosquito por perto. Mas não. Era só Double Trouble tentando chamar minha atenção com um beliscão.
— Quase que você machuca minha mão, gatinha. — elu dizia, debochando da minha cara. Folgade do caralho.
— Caça teu rumo, Calango — eu realmente não tava com cabeça pras brincadeiras delu. Na real eu nunca tava com cabeça pra isso.
— Que bom humor hein, tá até me contagiando.
Revirei os olhos, tentando ignorar o cruel fato de que elu ainda podia falar
— Não vai falar mais comigo não, gatinha? — puta que pariu, que inferno.
— Eu juro que se você me chamar de "gatinha" mais uma vez eu arranco tua língua fora. — elu logo se calou, sabendo que eu era mulher de palavra.
Rapidamente elu mudou de assunto, como se nada tivesse acontecido. Talvez ele já tivesse se acostumado a viver a dois passos da morte, vulgo: me irritando.
— Tinha uma menina te procurando no intervalo. — e garote caminhava ao meu lado, elu não tinha nada pra fazer mesmo. — Ela era loirinha, alta e andava de um jeito esquisito.
— A Adora — soltei uma risada curta lembrando dela. Ela parecia ser uma boa garota — Ela é engraçada.
— Como assim a Catharine Leon gostou de alguém nesse mundo que não fosse um personagem de anime? — seu tom incrédulo me irritava.
— Para com isso, idiota. E não me chama pelo nome todo; você sabe que eu não gosto.
— O que ela queria com você?
Meus olhos foram de encontro ao chão, enquanto minha mente se lembrava dos momentos junto a ela. Por algum motivo aquilo pareceu especial, acho que nunca em meses eu tinha me sentido tão acolhida quanto naqueles minutos conversando de costas pra uma garota aleatória da escola.
— Nada de importante.
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minha tia não para de roncar qq eu faço gente
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Cinza • Catradora
FanfictionO ano era 1990, Adora era apenas uma jovem com a cabeça nas nuvens e o coração maior que o próprio corpo que queria conquistar a novata marrenta que não gostava de conversar. No entanto, ela não sabia que só teria trinta dias para conseguir isso. (...