2º Capítulo

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Estávamos no quarto que seria meu, os três quartos do apartamento eram suítes, porém a maior era de Alfonso, no entanto o meu quarto era maior do que o hostel que vivia. Havia acabado assinar o contrato com Ruth, ela já havia me enviado por email antecipadamente para que se eu tivesse alguma alteração fosse feita, as cláusulas de segurança eram extensas, realmente eles o amavam muito, pois tinham cuidado extremos com o seu bem estar.

Ruth comentava sobre a limpeza que seria algo fácil, pois Alfonso mal parava em casa, eu estava olhando pela janela daquele quarto, conseguia enxergar toda Miami até que uma voz vinda de fora do quarto me despertou.

Alfonso: MÃEEE, TA AI EM CIMA???

Ruth: SIM MEU AMOR, VENHA CONHECER NOSSA NOVA AJUDANTE

Ela falou enquanto me olhava e sorriu.

Alfonso: SÓ VOU TOMAR UM BANHO E JÁ ENCONTRO VOCÊS

Ruth: Ele chegou!!!

Não sei se foi o brilho nos olhos de Ruth, ou a ronquidão da voz masculina que escutei, mas meu estomago voltou a dar cambalhotas parecia que estava indo ao encontro de alguém tão especial, e na verdade, eu mal o conhecia.

Ruth segurou minha mão e descemos até a mesa de café. Ruth fez questão e preparar a louça que seria para Alfonso. A cada gesto de cuidado eu admirava mais aquele amor genuíno, meus olhos lagrimejaram ao lembrar a minha mãe que havia permanecido no México, já fazia tanto tempo que não nos víamos.

Estava sentada na mesa novamente de frente para Ruth, porém de costas para ele, o senti chegar pelo seu perfume. Vi ele ir até Ruth e abraçá-la por trás e dar um beijo em suas têmporas, ele a soltou e me olhou, nesse exato momento, petrifiquei, acho que jamais, em toda minha vida, havia visto um homem como Ele, aqueles olhos em um tom oliva que com a claridade chegava ser se tornar mel.

Alfonso esticou sua mão para me cumprimentar, mas eu não conseguia me mover.

Alfonso: Prazer, Alfonso.

Ele estava com os cabelos úmidos, com terno cinza escuro e camisa branca, sem gravata e com os primeiros botões da camisa desabotoados, com certeza tinha acabado de se barbear, pois seu rosto estava tão liso quanto o de um bebe recém nascido, mas o perfume amadeirado foi o que me inebriou.

Alfonso: Oi? Tudo bem?

Despertei rapidamente, ao dar-me conta da vergonha que estava passando. Me levantei e segurei sua mão, apertando.

Anahí: Prazer, Anahí – sorri, envergonhada.

Alfonso sorriu e soltou minha mão, se sentou ao lado de Ruth e eu me sentei novamente, queria por um instante sumir dali, devo ter ficado com cara de boba olhando para o homem mais lindo que já havia visto em toda minha vida.

Alfonso logo começou a se servir e a comer e eu queria poder parar de olhá-lo, por um instante.

Ruth: Poncho, essa é a Anahí a moça da qual falei que cuidará da casa para você.

Alfonso me olhou enquanto mastigava, tomou um gole do seu café.

Alfonso: mas porque alguém tão nova aceitaria trabalhar nos cuidados da casa?

Abaixei a cabeça, com vergonha, pois ele tinha razão, eu era nova, deveria estar estudando, mas quando a sua realidade te obriga abrir mão dos seus sonhos para poder dar uma vida digna a sua família, os sonhos são enterrados, mesmo que momentaneamente.

Ruth: ALFONSO?? – em tom de recriminação.

Alfonso havia se dado conta do que disse: Me desculpa, não foi minha intenção constrange-la, mas uma mulher bonita e jovem como você tem um futuro maravilhoso pela frente.

Best Part - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora