Quadro pintado e nenhum motivo para fugir

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Oi oi :)

Espero que gostem, boa leitura!




Quinta-feira amanheceu extremamente fria e ventosa, entrando em um puta contraste com ontem. Os gramados das casas estavam levemente esbranquiçados pela geada forte que a madrugada inteira despejou contra a cidade e o asfalto estava escorregadio.

Na rua, via-se várias pessoas completamente agasalhadas, com seus casacos compridos até os joelhos, toucas, luvas e cachecóis combinando. Eu não estava muito diferente, totalmente quentinho sentado no banco da frente ao lado de minha mãe, que explicava seus argumentos sobre ser proibido termos que estudar e trabalhar em dias assim.

— Vote Jung Lia para presidente! – Brinquei, desprendendo o cinto de segurança uma vez que estávamos em frente à escola.

— Engraçadinho. – Ela devolveu, me alcançando a minha mochila que havia caído no "chão" do carro na hora que levantei. — Tenha uma boa aula, filho. – Desejou e eu sorri, mandando um beijo para ela.

Obviamente, naquele dia, não existia uma só alma corajosa para ficar no gramado em frente à escola enquanto esperava o sinal bater. O vento estava forte e eu encolhi o pescoço para esconder metade do rosto no amontoado de cachecol enrolado nele. Minhas mãos estavam afundadas nos bolsos do moletom, mas ainda assim estavam um picolé.

Entrei na escola o mais rápido que consegui, mas mesmo ela me protegendo do vento e tendo vários alunos nos corredores, ainda assim estava frio para um cacete, fazendo as pessoas criarem raízes no chão por não quererem se mover muito.

Fui até o meu armário, sorrindo uma vez ou outra para os meus amigos que me cumprimentavam de longe, e com muita força de vontade, tirei minhas mãos dos bolsos para encarar a tranca de metal gelado do cubículo reservado a mim.

Abri minha mochila, tirando os livros que havia levado para casa para fazer as tarefas, e a soquei lá dentro para não precisar ficar carregando. Conferi meu horário e suspirei baixinho ao ver que teria uma aula de artes seguida por duas de geografia.

Eu nunca me acostumaria com duas aulas seguidas da mesma matéria, não importava qual fosse, mas, por sorte, eu gostava dessas três.

O sinal bateu e eu peguei meu caderno de artes antes de fechar o armário e ir em direção ao ateliê que a escola graciosamente forçada teve que construir após batermos o pé, exigindo que tivéssemos uma aula para nos expressarmos.

Fizemos até greve, foi um mês épico... E obviamente não foi eu quem puxou a rebelião... Rs.

Me sentei longe das janelas, não querendo pegar correnteza que entrava pelas frestas das mesmas. Na frente de cada banqueta, tinha um suporte com uma tela em branco já preparada para ser usada, o que me fez agradecer por ser isso e não uma aula teórica ou, sei lá, criação de vasos de argila. Os outros alunos foram chegando aos poucos e andavam como se a bateria de seus corpos estivesse acabando. Eu os entendia completamente.

Escutei uma banqueta fazer barulho enquanto era arrastada para mais perto da minha e virei o meu rosto para encarar Namjoon se ajeitando ali. Sua expressão estava fechada e eu franzi o cenho, já que não era nem sete horas da manhã ainda. Será que seu pai tinha feito algo para ele de novo?

Não tive coragem de perguntar. Não quando ele me encarou e somente meneou com a cabeça, em um cumprimento curto e simples. Comprimi meus lábios, olhando para frente quando Taemin entrou em sala sorridente. Ele era o único professor que eu conhecia que realmente amava o que fazia com todas as forças de seu ser.

Olhares e Promessas - NamseokOnde histórias criam vida. Descubra agora