Um relacionamento abusivo caracteriza-se por um jogo de controle, violência e ciúmes. Os abusos podem começar com qualquer atitude que priva um dos lados de sua própria liberdade e conforto, desde dar satisfações demais sobre seu dia a dia a ter sua...
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Relacionamentos abusivos não começam com agressões físicas. A violência, na verdade, pode jamais se manifestar de forma física. Geralmente, começa com agressões verbais e psicológicas, e podem evoluir drasticamente com o tempo. O que não significa que a dor e a destruição sejam menos reais. Pode acontecer com qualquer pessoa, como estava acontecendo com Jimin. E parecia que só piorava, pois a fase de aceitação de que o noivado não era o mesmo havia começado. A grande dependência emocional que Baekhyun fez Jimin sentir por ele impedia-o de sair de casa e tentar viver para esquecer.
Depois da briga feia que teve com o (ainda) noivo, o ruivo trancou-se no quarto por dias.
Naquela noite, Jimin soluçou nos braços da tia e do melhor amigo. Passou horas chorando e questionando-se por que Byun Baekhyun, o amor de sua vida, transformou-se em algo tão, tão... Tóxico. Essa seria a palavra mais apropriada e Jimin pareceu entender conforme contava tudo o que tinha acontecido. A cada história, mais lágrimas caiam em suas bochechas tão inchadas quanto os olhos e, quanto mais falava, mais sentia o peso sair de suas costas. Ficava cada vez mais nítido que naquele noivado não era mais o mesmo há muito tempo.
Então contou tudo, sem esconder nada. Estava farto daquela rotina, de sentir medo, de sentir-se pequeno, sujo, como se tudo o que fizesse fosse totalmente errado aos olhos do noivo. Depois de muito choro, pegou no sono por volta de três da manhã. Mas assim que abriu os olhos na manhã seguinte, lembrou da noite passada e voltou a chorar. E assim foram os próximos dias, sem sair do quarto, sem comer direito, sem ânimo algum
Taehyung não foi embora da casa de Nari. Os dois ficaram o resto das horas até o amanhecer tomando um café forte e conversando sobre o que Jimin havia contado. Com a longa conversa, o loiro pediu para ficar mais alguns dias, o que não foi negado pela tia, pois sabia que precisariam de apoio — ainda mais Jimin, que passava por dias tristes.
As noites pareciam mais longas, principalmente quando Jimin acordava assustado e chorando, suplicando por perdão em palavras entrecortadas. Taehyung deitava ao seu lado e observava-o chorar até dormir, abraçando-o, sabendo que Nari, em seu quarto, também acordava com o choro do sobrinho e chorava também. Foi traumatizante para todos.
Os dias arrastavam-se de um modo lento e Jimin não percebia as horas passando. Não tinha nem vontade de pegar seu celular e ver as inúmeras mensagens de desculpas de Jungkook, as ligações perdidas de Baekhyun ou o e-mail de Seokjin, que esperava a confirmação para o fechamento do cardápio do casamento.
O ruivo nem sabia o que fazer quando olhava os emails do buffet. Sentia-se fraco demais para falar com Baekhyun e a vergonha em responder aquilo para Seokjin era enorme. A confusão em seus pensamentos apenas piorava, então distanciava-se novamente de seu celular e apenas revirava-se na cama.
Enquanto isso, Jungkook continuava sentindo-se a pior pessoa do mundo por ter deixado-se levar por sentimentos fortes a alguém comprometido que, em sua percepção, tinha um relacionamento complicado demais.
