𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐭𝐲

22| Noite ruim

O dia da balada chegou, me arrumei meia hora antes, coloquei um vestido colado preto, alisei o cabelo, um salto não tão alto e chamei a Thaiga pra fazer uma maquiagem em mim, ela era a minha única amiga agora, Carol estava na casa, podia escutar as nossas ótimas risadas.

— Acho que tô pronta — digo, me olhando no espelho — Vamos?

— Tá linda! — Thaiga diz e assim descemos, Coringa está no sofá assistindo TV, Milena e Mob estão fazendo algo na cozinha.

— Onde vai? — Coringa pergunta, mesmo que eu não devo satisfações pra ele, quero responder.

— Numa festa com Gabriel — respondo e vou direto à porta.

— Não vá por favor — ele pega no meu braço.

— Por que não?

— Ele não é confiável — Coringa responde, ficamos sem palavras, mas Thaiga desenrola tudo.

— Babi, não escuta ele, Gabriel já tá aí na porta — Thaiga diz.

Fico calada, vai que é verdade? Confio no Coringa, mas por um lado seria divertido e que mal tem? Mas agora já estou dentro do carro dele e estamos indo pra essa balada.

— Tá muito bonita — Gabriel diz tentando puxar assunto, mas eu sei que tô bonita, Coringa falaria outra coisa.

— Obrigada — disfarço um sorriso, na verdade estou preocupada, essa balada parece ser muito longe, passamos por algumas estradas escuras, finjo mexer no celular o tempo todo.

— Como foi seu dia? — Ele pergunta, esse é a pior puxada de assunto do mundo, mas tenho que reagir.

— Normal, entediante — respondo, para o Coringa eu contaria todos os detalhes...

Será que dá pra eu parar de ficar comparando os dois? Qual é o meu problema?

— Chegamos — ele estaciona, o lugar é movimentado, consigo ver as luzes lá de dentro, mas é no meio do nada, conheço nada aqui.

Passamos por um monte de gente na fila, estamos de camarote, quando chegamos encontro com um monte de gente desconhecida, todas são muito legais comigo, a música tá muito alto, música eletrônica, todo mundo pulando, Gabriel chega em mim.

— Vou pegar uma bebida para nós — Ele grita, porque só assim para escutar, balanço a cabeça "ok", fico na pista dançando, um monte de pessoas esbarram em mim, mas é normal.

Gabriel volta depois de demorar muito, ele trás dois coquetéis para nós, é até que gostoso, mas não posso beber muito. Ficamos dançando por quase uma hora, tô suando mas é normal, cada vez que ele me puxa pra mais perto vou ficando mais cansada, estou caindo de sono.

— Você tá bem? — ele pergunta, deito no ombro dele, e falo no seu ouvido "acho que sim" — Vamos tomar um ar.

Essa era uma ótima ideia, lá fora tem ninguém e também não tem barulho. Não sei se estou ficando louca mas acho que vi Coringa na fila para entrar, minha visão tá muito ruim, para onde ele tá me levando? Já estamos aqui fora, estamos caminhando mais.

— Gabri... já tô bem — digo, ele me segura firme — Me leva de volta.

Peço, mas ele não para, não tô entendo, tento dizer algo enquanto estou acordada, minha mente tá pesando, Consigo lutar contra ele, mas ele é mais forte, não consigo gritar, não tenho voz, eu só quero que tudo isso acabe, ele rasga a parte de cima do vestido, beija meu pescoço, foi tudo tão rápido, ele para... caio no chão e consigo ver alguém em cima de Gabriel, dando socos, batendo... consigo ver mais nada, o sono foi maior.

— Ela acordou — escuto alguém falando.

Aonde eu tô? É um banco de carro, conheço esse banco, olho pra frente e acertei, era Coringa.

— Já estamos chegando, Babi — ele tá dirigindo muito rápido.

— Para onde estamos indo? — Pergunto com a voz rouca.

— Vou te levar pra casa — Ele olha pra trás.

Quando chegamos ele abre a minha porta e me ajuda a sair do carro, Carol vem correndo em minha direção.

— Babiiii — ela me abraça, Mih me pega do outro lado do braço, Coringa abre a porta e a gente sobe — O que fizeram com você??? — Carol liga o chuveiro e Mih tira o sapato, Coringa está na porta, olho pra ele mas assim que Carol termina de arrumar o banho ela fecha a porta.

— Não sei — eu sei o que aconteceu mas não quero ficar pensando nisso porque dói.

Vomitei no banho, meu estômago dói, mas Carol cuida de mim, me coloca pra dormir e a partir dai eu apago, durmo no colo dela.

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