27| Sempre no escritório

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Carol voltou com Crusher, Coringa passou o resto do final de semana na cidade, Mih e Mob nem sei onde está, vamos lá, mais uma segunda-feira sozinha. Passar pelos corredores sem ninguém comentar nada é difícil, mas não estão falando de mim, estão falando do tal novo casal.

Ei! Babi — Fernanda me chama.

Oi — Vou até ela e as meninas, sorrindo ou melhor, fingindo um sorriso.

Sabe onde Coringa tá? — Ela pergunta, balanço a cabeça com um gesto de não — Ah é que a última vez que o beijei ele disse que tava indo atrás de você...

Entendi tudo, ela tá tentando me provocar.

Na verdade eu vi sim, mas a última vez foi na minha cama — Minto e vou andando.

Sinto Fernanda vindo atrás de mim, ela puxa o meu braço.

Vem comigo — Ela diz brava.

Puxa meu braço até chegarmos em uma sala vazia.

Olha — ela entrega o celular, nele tem um vídeo, Coringa e eu se pegando na mesa do escritório, era ela que tava lá, e agora tudo faz sentido, os dois tinham se encontrado mais cedo e ela disse que ia encontrar comigo mais tarde, mas acabou achando nós dois.

E? — Pergunto.

Quando Coringa tava comigo, recebeu uma ligação, era os caras lá que vocês trabalham, pesquisei mais e achei um relatório de regras — Ela me entrega um papel — Imprimi e aqui está, leia-o.

Era a cláusula de sem relações no trabalho.

O que eu tenho que fazer? — Infelizmente ela ganhou.

Sabe que só um conseguirá a bolsa, se for você, Coringa tá fora, se for ele, você tá fora, mas ainda tem uma chance com esse seu trabalho novo — ela diz.

E se eu deixar a bolsa pra ele, vai continuar aqui, com você — Falo olhando pra ela.

Olha só! É boa pra raciocinar, imagina pra trabalhar na loud, ou melhor, lá fora? — Ela chega passa por mim em direção a porta, mas antes fala algo no meu ouvido — Coringa pertence a aqui, uma caloura n vai tirá-lo, e você ainda teve sorte com a Loud.

Escuto a porta fechando. O que acabou de acontecer? Fernanda é a pessoa mais falsa que eu já vi na minha vida, mas é inteligente.
Saio da sala e passo no corredor vazio, a aula começou e eu não vou entrar sozinha. Vou embora pra casa, além do mais eu tenho uma almoço super importante hoje.

Babi? — Alguém fala atrás da porta quando chego em casa, a pessoa trancou, respondo que sim pra abrir a porta.

Coringa? — Abro e dou de cara com ele, mas passo direto e vou até o escritório, ele me segue — desde quando chegou?

— Literalmente agora — ele responde e chega perto de mim, na mesa — E por que não tá na aula?

— Dor de cabeça — minto.

A Bárbara que eu conheço não deixa de estudar por dor de cabeça — ele diz.

Eu também tenho um almoço hoje — digo e vou até a porta.

Tá fugindo de mim.

— É por um bom motivo — e vou para o quarto, tenho que me afastar dele e não me apegar já que vamos nos separar no ano que vem, e talvez nunca mais se ver de novo.

A hora do almoço chega, pego um Uber e vou até o mesmo restaurante da primeira vez, chego primeiro, adiantada mas logo depois eles chegam pontualmente, as mesmas pessoas de sempre.

Estamos atrasados? — Um deles pergunta.

Claro que não, cheguei mais cedo — respondo sorrindo.

Bom... Bárbara, vamos direto ao ponto. Queremos que trabalhe com a gente — o mesmo diz.

Mas eu já trabalho.

— Não — todos riem — Bobinha, irá ser fixo, sairia daqui para trabalhar na nossa empresta e ganhar em torno de 2-3mil.

— Por mês? — Fico impressionada.

Por evento — fico mais impressionada ainda — O que é melhor ainda.

— O seu desempenho foi incrível, fez tudo que pedimos, poderia tornar um de nós e viajar ao mundo com o nosso projeto outro deles fala.

Mas e a faculdade? — Pergunto.

Vimos que tem uma bolsa, certo?

— Certo — confirmo.

Victor Augusto está na sua frente, em relação às notas, e se perder a bolsa, não tem aonde ir — uma mulher agora diz.

Eu tenho que pensar melhor...

— O ano já tá acabando, tem até o começo da última prova para nos confirmar, até lá ainda trabalha pra gente — a mulher continua.

Ok então — respondo — Vocês não vão almoçar? — Pergunto quando vejo eles se levantando.

Não, temos muita coisa a fazer, mas vamos deixar a conta paga, coma o que quiser — eles sempre vão embora, mas eu vou aproveitar já que não vou pagar.

Chego em casa, ainda tem aula então provavelmente só Coringa está em casa, fico pensando, não tenho muito tempo aqui se aceitar a oferta, gosto de Coringa, ele tem uma bolsa e eu um emprego. Passo pelo seu escritório e ele nem vê, subo escovo os dentes e deixo minhas coisas lá em cima, depois vou até o escritório, entro e fecho a porta.

Nem vi que chegou — ele diz quando me vê na porta, está sentado na cadeira atrás da mesa de trabalho, vou até lá e sento em cima da mesa — Como foi o almoço?

— Foi ótimo — ele se levanta e fica na minha frente — Em um lugar incrível.

— E... sentiu minha falta? — Ele pergunta, pego no colarinho da sua blusa, ele na minha cintura.

Não... — vou descendo a mão e desabotoo o primeiro botão da sua camisa.

Tem certeza? — ele aperta mais a minha cintura.

Eu sabia que ia matar a saudade agora mesmo — tiro os outros botões e ele não aguenta, já me empurra pra trás me beijando, tiro sua camisa ele levanta minha blusa.

Deito na mesa e ele vem por cima, agarro seu pescoço com a duas mãos, ele para, olha pra mim com a correntinha de ouro batendo no meu rosto, agarro seu pescoço e o puxo de volta antes que ele fale alguma coisa.

Babi...aqui tá muito desconfortável — ele diz ofegante, enquanto beija o meu pescoço.

Foda-se, tá ótimo — respondo.

Quer ir para o quarto não? — Ele pergunta no meu ouvido.

Alguém bate na porta. Levantamos na hora.

Coringa? Me disseram que você chegou — É a voz de Fernanda, ferrou.

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𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐭𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora