15| The night we met

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Tiraram as luzes pra a festa ficar escura, não conseguia ver ninguém, apenas Coringa e Carol que dançavam perto de mim, o sol já tinha ido embora, as pessoas que estavam caminhando em volta da praia voltaram, e eu me sentei, já estava cansanda de pular, penso em ir lá conversar com Gabriel, essa hora ele já deve ter terminado seu turno.

Me levanto, vou na beira do mar para repirar melhor, mas trombo com Coringa, ele olha pra mim, pega em meu pescoço e me puxa para perto dele, sinto sua respiração ofengante, será que era Coringa mesmo? ele diz no meu ouvido "Fiquei ansioso por esse momento de novo", que momento ele estava falando? Me arrependo de ter mentindo.

E do nada Victor Augusto me beija, tava bom, ele era perfeito, mas isso não podia acontecer, somos apenas amigos, e então paro o beijo.

O que foi? — Ele me pergunta, eu não sei o que responder, estamos com os rostos colados.

Desculpa — balanço a cabeça e saio para longe.

Coringa fica parado sem entender nada, vou até a beira da praia, tenho que esperar a próxima balsa, mas quero pensar em nada, só o quanto estou confusa, mas vejo Coringa vindo em minha direção.

O que aconteceu? — ele pergunta quando chega perto de mim.

Eu não posso, Coringa — digo — Não vim aqui pra isso.

Eu poderia ficar com qualquer um, beijar qualquer um, mas não logo o Victor Augusto, quem eu competia, ou até mesmo sentia algo que não devia sentir...

Por que me beijou ontem então? — Me surpreendo, eu não sabia que tinha o beijado.

EU TE BEIJEI? — Sinto ele se desanimar, caiu a fixa que eu menti — desculpa Coringa, eu não queria ter feito isso, não teve sentimento.

— Não é o que parece — ele pega no meu braço, ninguém tá vendo, o silêncio e só o barulho das ondas do mar é perfeito — Magoamos um ao outro, mas é normal...

— Pra mim não, não sou essas garotas "normais" que todo mundo conhece — digo — Tenho os meus princípios, e um deles é não me apaixonar.

— Quer se enganar do que sente? — ele pergunta, me puxando pra mais perto.

Eu não sinto — digo, a balsa chegou, algumas pessoas já estavam saindo, preciso apresar — E nunca vou sentir.

Agora sei que machuquei os sentimentos de Victor Augusto, e os meus, eu gostava dele, mas só preciso de uma coisa agora, e Coringa não pode me dar isso.

A primeira coisa que eu faço quando chego no quarto é tirar a bota-salto, boto um pijama e amarro o cabelo, me olho no espelho, estou acabada, de repente a porta do meu quarto é quase quebrada, Crusher beija Carol desesperado, ele coloca ela na cama, os dois estão sorridentes, Carol olha para o lado e me vê.

Babi??? — ela se surpreende e empurra a cabeça de Crusher, que estava beijando o seu pescoço — Achei que ainda estava na festa.

— Vim mais cedo — apago a minha luminária entro pra dentro do cobertor.

Escuto Carol se despedindo de Crusher, por mais que eu tenha pedido pra ela se sentir à vontade, não era uma boa hora.

Tá tudo bem? — Ela pergunta se ajoelhando na minha cama, enquanto estou do outro lado quase dormindo.

Me viro pra vê-la.

Como era a sua relação com os seus namorados? — Pergunto.

Normal, como namorados, não sei nem explicar, mas por quê? — Fico calada por alguns segundos, me viro e olho pra ela — Ainda tem medo de se apaixonar, mas olha... tá tudo bem, o amor é lindo, e não tenha medo, aquele seu antigo namorado era um babaca, não vai acontecer de novo.

Carol sempre me acalma quando preciso, ela me dá boa noite e vai tomar um banho, eu me viro de novo e começo a pensar, a verdade é que eu só namorei uma vez, eu era apaixonada por ele, mas acabou quando descobri que era um relacionamento abusivo, desde então sempre tive medo de me relacionar, sempre tento não manter sentimento, e o orgulho em primeiro lugar.

Talvez Coringa queira nada comigo, e isso é pior, porque me machucaria ainda mais, mas por outro lado, confesso que rola sim algo entre nós dois, só não quero admitir. Não consigo dormir, me perco nos meus pensamentos, preciso tomar um ar, o melhor seria o da praia, Carol está dormindo, saio e vou para frente da casa da Loud, vejo alguém em um banquinho, pegando um ar como eu.

O que faz aqui? — Pergunto sentando ao lado dessa pessoa, mas não olho pra ela.

Você me quebrou por dentro — essa pessoa era Coringa, fico em silêncio.

Não pode ficar triste por mim, eu não sou isso tudo, pode apenas seguir a vida como fazia antes? — digo.

Por que não confia em si mesma? Você é isso tudo sim, mas não acredita em si, você é perfeita, e eu não consigo viver nesse seu mundinho perfeito de notas boas e boa aparência — ele diz, isso me chocou, eu realmente não acreditava em mim, na minha aparência.

Não preciso de você, nunca precisei, por que não segue a vida como se eu nunca estivesse existido, como antes? — digo, quando vejo já estamos discutindo.

Porque mesmo que eu te ignore, você vem nos meus pensamentos, e eu me odeio por isso, me odeio por não te odiar, mesmo que você só seja legal quando está bêbada — Ele diz.

O que? — Me refiro a parte que só sou legal bêbada.

Eu quero dizer que... só quis me beijar quando estava bêbada, não que você não seja...

— Eu já entendi tudo — finalizo — Isso que é ser legal pra você?

— Babi por favor...

— Definitivamente não podemos mais ficar juntos — digo, e saio.

Se é o que o você diz... — escuto vindo dele depois que estou um pouco longe.

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Gente namoral, escutem a tradução da música no início e dps comparam com esse capítulo, e olha que foi pura coincidência, só coloquei pq tô viciada nela, mas ficou perfeito kkkk

𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐭𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora