6| Pedra das garotas

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A semana depois de domingo foi ótima, todos os dias a mesma rotina, acordar, estudar, depois ir pra casa da Loud e o fim do dia livre. Eu já tinha me acostumado com todos os apelidos da casa, agora eu chamava Milena de Mih, Samuel de Bradoock, Arthur de Crusher, Marcos de Mob e Victor de... na verdade eu ainda não sei como chamá-lo, sei que seu apelido é Coringa mas não estou confiante.

Ele passou a semana fora, Mih disse que foi resolver algumas coisas pela Loud, mas é estranho faltar cinco dias, e amanhã faria uma semana que estou aqui.

Carol, até hoje você não foi lá na Loud — digo enquanto penteio o cabelo antes de irmos para aula.

Quer que eu vá ? — Ela pergunta, e é óbvio que eu quero.

Óbvio — E então vamos para a aula.

O dia foi ótimo, almoçamos com Thaiga e Gs, dois novos calouros da Loud, jogamos vôlei na última aula e para aproveitar o calor fomos na praia, de roupa e tudo, entramos no mar. Thaiga, Gs e Carol ficam lá e eu vou descansar um pouco na areia, perto de nossas coisas.

Ei, Passos — Alguém me chama, escuto um carro parando na rua um pouco atrás de mim, quando me viro, vejo alguém de cabelos pretos, regata e óculos escuros, Benedito Augusto, em um conversível preto — Vem cá.

— Você voltou — digo sorridente.

Entra aí, vamos dar uma volta — ele me convida, mas não sei se quero.

Infelizmente eu tô toda molhada — faço uma cara meio falsa, ele pega uma toalha atrás dele e coloca no banco da frente.

Acho que não tem mais problema — Ele tira o óculos e agora consigo ver seus olhos, sorrio, olho para trás e dou de ombros, entro logo no carro.

Ele da um sorrisinho, coloca o óculos e espera eu sentar pra sair disparado, coloco meus braços pra fora e tento me distrair com essa vista perfeita do mar. Ele dirige em volta da costa e não diz uma palavra, até que eu tome providências.

Onde estava? — pergunto.

Resolvendo uns assuntos da Loud, mas passei uns dias na cidade, só fiquei com preguiça de ir até o campus — ele responde, sinto verdade nisso.

Que assuntos?

— você saberá em breve.

— E pra onde está me levando? — pergunto.

Você também saberá em breve — ele responde, sorrio e olho pra frente, mas sinto ele me encarando.

Não demorou muito, chegamos ao topo mais alto da cidade, podíamos ver as luzes se acendendo por causa do final de tarde, a universidade logo ficaria iluminada, conseguimos ver os caminhos de concreto do campus formando um desenho e por fim à praia com um lindo pôr do sol.

Que incrível, como conhece esse lugar? — Pergunto.

Sou fascinado por lugares bonitos, por isso amava vir na praia — ele sobe em uma pedra perto da borda — postava corridas com alguns calouros na costa, me perdi e acabei parando aqui, desde então é o meu lugarzinho.

Ele fica parado na borda, enfrente a universidade, venho para o lado dele, mas quando chego perto, escorrego em algumas pedras, por sorte ele pega em minha mão, dou um passo para trás e olho lá para baixo, é muito alto.

Cuidado algumas pedras são falsas — ele diz segurando em minha mão, acho que não percebeu ainda que estamos de mãos dadas.

Ele fica olhando no fundo dos meus olhos, eu estou em choque, quase morri caindo de um precipício mas isso não me deixa com medo, estou ao lado de Victor Augusto, e olhando para ele! Seus olhos desviam e olham para as nossas mãos.

Desculpe — Ele solta as minhas mãos e mantem a postura depois que percebe meu rosto de espanto

Tá tudo bem — estou me sentindo uma completa idiota, não poderia agir normal? Porque ele me deixa nervosa? — Na verdade...

Eu queria dizer obrigada, continuar sorrindo, admirar mais o seu rosto mas sou interrompida.

Eae quem tá preparada para festa? — Viramos juntos para ver quem chegou, algumas meninas bonitas trazem bebidas nos braços — De novo ela?

Nós dois estamos parados olhando para essas meninas, me pergunto "o que está acontecendo?" "Como elas sabem daqui?".

Babi... — Victor vira pra mim e tenta me dizer algo.

Poderia achar alguém mais atraente — outra garota diz.

O que você quer dizer? — pergunto pra ela, Victor chega mais perto de mim, e agora está colado ao meu corpo praticamente.

Aqui é a pedra das garotas do Coringa, onde ele pega várias garotas ao longo da semana, você é só mais uma baby — a garota se explica.

Babi, não escute elas — ele tenta se explicar.

Você é um idiota, Victor — Balanço a cabeça olhando pra baixo e saio correndo de lá, seu rosto parecia de um cachorrinho que caiu do caminhão de mudança.

Não tô afim de festa hoje, já disse que não podem mais vir aqui — Victor diz para as garotas e consegue me alcançar — Babi espera... não vai conseguir ir sozinha, precisa de carona e está tarde.

— Eu só vou com você porque preciso — digo e assim entro no carro, ele fecha o capô e vamos até o campus em silêncio. Mesmo depois de tudo ele me respeita, eu quero silêncio e ele me retribui isso.

Olha... eu sei deve estar pensando que te levei lá pra dar em cima de você... ou qualquer coisa do tipo mas saiba que não, aquele lugar é realmente importante pra mim — o silêncio acaba quando tentar se explicar na porta do meu complexo, antes de sair do carro.

Eu deveria ter ficado na praia com os meus amigos — digo, ainda dentro do carro, olhando pra frente, enquanto ele olha pra mim com as mãos no volante, está de noite, a rua tá deserta. Passa alguns segundos...

Foi mal Passos, talvez não deveríamos ser amigos — ele diz.

Balanço a cabeça e concordo numa boa, saio do carro e caminho até a porta, ele sai do carro também, provavelmente quer me manter segura.

Você está certo, mesmo estando na mesma casa, somos rivais, não amigos — digo de costas a ele, mas vejo seus olhares pelo reflexo da porta de vidro da entrada, ele está com o braços em cima do teto do carro, após escutar o que digo ele baixa a cabeça, entra no carro e acelera, fazendo aquele barulho de motor propositalmente.

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Então gente, meio que decidi mudar algumas coisas na fic por eu não estar gostando, como o nome da universidade (Noise agora) e da fic (the University agora), não se preocupem já arrumei tudo 💚

𝐓𝐡𝐞 𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐢𝐭𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora