M A R I A E D U A R D A
— Você tá....uma piranha gostosa! - Beatriz disse me olhando, minhas bochechas esquentaram pelo jeito que ela me chamou, mas já me acostumei com esses apelidos, é a forma dela demonstrar o seu amor estranho.
— Você tá linda, Bea. - Sorri pra ela, que beijou minha bochecha e me abraçou, acho que ela sentiu meu nervosismo.
— Fica calma tá? Vai dar tudo certo, não vai acontecer nada, eu vou sempre estar do seu lado, ok? - Eu assenti engolindo meu medo.
Me olhei no espelho e tentei sorrir um pouco, eu até gostei da roupa que Beatriz escolheu pra mim, um cropped faixa preto, uma calça larga preta e um tênis clássico da vans. Ela estava linda, com um cropped branco e um short jeans claro de cintura alta, um tênis da fila e o cabelo feito um coque cheio, com seus cabelos cacheados lindos. Ela estava felíz, e eu amava isso.
— Meu deus, vocês estão magníficas! - Minha mãe disse quando nos viu descer as escadas, sorrio para ela e ela me olha com os olhos cheios de lágrimas, sei que pra ela é importante que eu finalmente tente seguir em frente e deixar para trás esses medos, medo de pessoas, medo de algo acontecer e muitas outras coisas.
— Querida, estásses tãos lindas! - Meu pai diz com seu português puxado, e estranho.
— Filha, hoje irei ficar de plantão no hospital, teria problema dormir na casa da Bea? - MInha mãe me abraça e acaricia meus cabelo. Eu nego.
— Ela já ia dormir lá mesmo, então está tudo ótimo! Vou cuidar muito bem dela Tia Mari. - Beatriz sorri.
— Tudo bem, não hesite em me ligar, seus remédios estão na bolsa, não é pra tomar nenhum deles sozinha tá? Já falei com Camila e ela vai lhe ajudar caso sinta alguma coisa ou dificuldade para dormir, tem absorventes na bolsa, de três tipos, sabe que seu fluxo é um mar vermelho, tem pijamas, calcinhas de bichinhos e tem também sua fraldinha caso você queira. Também suas vitaminas estão na bolsinha pequena. - Minhas bochechas queimam diante a preocupação extrema de minha mãe, mas não a culpo por isso.
Antes que ela continue eu interrompo. — Tá tudo bem mãe, eu vou ficar bem. - Sorrio e ela beija minha testa, ela vai conversar com Beatriz e eu deito com meu pai que está no sofá, ele beija minha testa e me abraça.
— Sém meninos, hum? - Ele diz e eu assinto. Ele me dá mais muitas instruções e finalmente saímos de lá, pegamos um uber e como sempre aquele papo de não poder ir até a barreira, então vamos andando até chegarmos na casa do Bruno.
Era desconfortável e me causava muito medo e aflição a forma que os homens me encaravam como um pedaço de carne e as mulheres me encaravam como um pedaço de bosta.
Bea percebe, pois pega em minha mão e grita. — Aí cambada de urubu! Vai comer uma carniça e para de encarar! - Eu rio dela que me encara e ri de volta, duas loucas rindo no meio da favela.
Passamos pelo portão e logo vi Bruno vindo até nós com um sorriso, nunca vi alguém sorrir tanto.
— Oi amor, oi Maria, como estão? Suave? Fiquem a vontade tá ligado? Maria, seja bem vinda a minha humilde residência! - Deu um selinho na Beatriz e fez um toque comigo, por mais que eu não fosse muito intima dele, sabia que ele era um cara legal.
— Que de humilde não tem nada né. - Rimos.
— Vamos lá pô, quer beber alguma coisa Maria? – Ele perguntou.
— Si... - fui interrompida.
— Que sim oque Maria Eduarda? Perdeu a noção? - Beatriz diz e eu assinto.
— Obrigado Bruno,mas... eu não bebo. - Sorri fraco.
— Bora lá com o bonde gatas. -Ele pegou na mão da Beatriz e ela pegou na minha nos puxando até uma rodinha de pessoas, fiquei nervosa ao ver os entorpecentes e bebidas.
— Oi nenéns! Essa baranga aqui é a Maria, cuidado com o meu bebê! - Beatriz falou.
— Eu sou O Brendo, pode me chamar de amor da sua vida, ou de rato mermo tá ligado? - Ele riu e eu ri junto. Bem humorado ele, um moreno tatuado com um sorriso lindo.
— Eu sou a Laura, prazer em te conhecer.. - Ela sorri, eu retribuo.
— Eu sou a Tatiane, pode em chamar de Tati, ou Tatinha do rabão. - Todos riram, eu acompanhei, achei falta de educação olhar, mas dava pra perceber que ela tinha um bumbum e tanto.
Enquanto comíamos e conversávamos chegou um garoto, ele era coreano e muito lindo, bem estilo gótico, ele disse que é homosexual, ele foi a pessoa com quem eu mais conversei, ele era divertido e me fez rir bastante.
Beatriz e Bruno tinham saído pra "conversar" então eu havia ficado com a Laura, enquanto conversava com ela, a mesma me contava as fofocas do grupo, que Tatiane e Brendo tinham namorado a um ano atrás, agora ele era "piranho" como ela disse, e só brincava com ela.
Eu fui até a cozinha para pegar um salgadinhos que tinha lá, Beatriz me disse que comprou pra mim e deixou aqui, sem explicar nada para Bruno, pois ela sabia que carne era muito pesado pro meu estomago de formiga deficiente. Assim que peguei, sem querer tropecei e bati na porta da despensa, fazendo a mesma abrir, um casal se beijava nele, uma coisa muito violenta, ele apertava a bunda dela com agressividade e ela gemia que nem aquela mulher do gemidão do zap, era medonho, acho que mais ainda pra mim que nunca havia visto.
Quando perceberam minha cara de monga olhando, o homem me encarou estranho enquanto a mulher me olhava com nojo, eu imediatamente saí dali, pensando o quanto aquele homem era lindo.
Quando percebi que meu estômago começou a doer e embrulhar sai correndo, eu havia comido mais que o permitido, nem percebi. É sempre assim, eu sempre estrago tudo, não importa oque seja, eu sabia que não deveria ter vindo.
Subi as escadas correndo e me deparei om um corredor cheio de portas, corri pra tentar achar o banheiro mas acabei esbarrando com alguém, levei a mão até a boca e senti uma tontura, uma forte vertigem me atingiu e meu rosto já estava banhado por lágrimas. Quando ia cair senti mãos fortes segurarem minha cintura.
— Oque tu tem branquinha? - ouvi a voz grossa do cara que ainda estava com as mãos em minha cintura.
— Por...favor...me...fala...aonde...é....o banheiro - Falei devagar pra não acabar vomitando nele, ele me levou até uma porta no fim do corredor e eu abri correndo, tentei fechar mas com a força que eu tinha não consegui girar a chave, botei tudo pra fora e senti mãos nos meus cabelos, vi pelo reflexo do box do banheiro ele segurando. Eu sinto que já vi ele.
Fechei a tampa e limpei minha boca, me escorei na pia e levantei, escovei os dentes somente com uma pasta que tinha ali e olhei pra porta vendo ele me encarar. Era o homem que estava na despensa, apertando violentamente a bunda daquela mulher.
— Obrigada! - Minha voz saiu fraca, porém, ele sorriu como se minha voz fosse a coisa mais linda do mundo, meu rosto estava vermelho, eu estava parecendo um tomate de tanta vergonha, ele acabou de me ver vomitar....eca!
— De nada mina, mas diz aí, tu tá bêbada ou grávida? - Eu ri, quem dera fosse a bebida..
— Eu... - Quando ia continuar ouvi um grito.
— MARIA EDUARDA MENEZES! - Veio até mim me abraçando, retribui de leve pela fraqueza, - Desculpa ter te deixado sozinha, desculpa, você tá bem mesmo amiga? - Ela me olha preocupada, e eu assinto. Poucos minutos depois já estávamos em casa, fiquei triste por não ter me despedido daquele homem, ele me ajudou.
— Oque o grego tava fazendo lá? - Perguntou indignada, enquanto se olhava no espelho e apertava os peitos gigantes dela.
— Grego? Esse é o nome do cara que me ajudou? Que nome estranho. - Falei.
— Ah meu deus! Tu me conta tudo! - Se jogou na cama ao meu lado.
Kiss, deixe seu voto e comente,
- Maduu.
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Menina do Chefe ✔ - 𝖱𝖾𝖾𝗌𝖼𝗋𝖾𝗏𝖾𝗇𝖽𝗈
Teen FictionLembrando que essa história está em processo de revisão! +16 | 𝕸𝖔𝖗𝖗𝖔 𝖉𝖆 𝕸𝖆𝖗𝖊́, 𝕽𝖎𝖔 𝖉𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔. Maria Eduarda sofre desde os seus 13 anos com Bulimia nervosa e anorexía, pra ela munca foi algo que deveria se importar, sempre e...