CAPÍTULO 1

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- Sinto muito, Elena, mas não posso fazer mais nada para ajudar. Você vai precisar fazer o exame final.

Quando a professora saiu, Elena ficou estática, olhando o D- que tomou. Significava ir para o exame final de calculo. Pior, significava decepcionar seu pai. Ela ficou muito pouco tempo sozinha. Logo suas amigas ou seguidoras, melhor dizendo entraram ansiosas na sala.
Betty: Então? – Perguntou, ansiosa, enrolando uma mecha do cabelo louro no dedo ansiosamente – Ela te ajudou?
Elena: Não. – Disse, se levantando e apanhando o material, absorta em seus pensamentos. O que o pai dela ia dizer?
Chloe: Vadia. – Murmurou, a voz tingida de maldade. - Eram tempos diferentes, aqueles. Tempos onde chamar alguém de vadia era uma ofensa levada a sério. Elena saiu da sala, sem dar muita importância, mas a formação de seguidoras foi fielmente atrás dela, como cachorrinhos. Todas adolescentes, a própria Elena tinha 14 anos recém completos, mas se achavam as donas do lugar. Abriam espaços nos corredores pra elas e ninguém sentava em sua mesa na cantina. Elena ficou calada até chegar em seu armário, onde colocou os livros, uma ruginha precoce de preocupação entre as sobrancelhas. Foi então que Rebekah  chegou, apressada, toda cabelos loiros, os dois primeiros botões da camisa abertos em um decote.
Rebekah: E ai? – Perguntou, ansiosa. Elena negou com a cabeça – Oh, droga.
Chloe: Não é bem o fim do mundo. – Disse, e Elena ergueu os olhos castanhos, encarando-a – É só prestar o exame e pronto. – Tentou
Rebekah : Porque você acha que ela vai saber, no exame, algo que já não saiba agora? – Elena ergueu as sobrancelhas, aliviada. Era por isso que costumava conversar mais com Rebekah Rebekah  costumava pensar, ao contrário das outras.
Lucy: Ela estuda, são três semanas daqui pra lá. – Tentou, mas não funcionou.
Elena: Vocês não entendem, se eu reprovar no exame final eu repito o ano. – As outras se encolheram ao ouvir aquilo, como se fosse a noticia de uma tragédia da natureza – Isso não pode acontecer, de jeito nenhum.
Betty: Nem pensar. – Confirmou, parecendo tentar pensar, então seu olhar se tornou maldoso – Aquele garoto Salvatore está olhando pra você de novo. – Denunciou. Só Rebekah  olhou. O garoto Salvatore estava mesmo olhando, do seu armário. Agora tentava disfarçar, inutilmente, mexendo nos livros de modo desgovernado, o rosto vermelho, os óculos parecendo tortos. Elena fechou o armário, apoiando a cabeça nele.
Elena: Sinceramente, você acha que eu tenho tempo pra isso agora? – Perguntou, exasperada. Os cabelos castanho escuros caíam impecáveis pelas costas, enquanto ela batia com a testa no armário levemente.
Rebekah : Pelo contrário. – Elena parou de bater a cabeça – Olhe pra ele, é um nerd. E gosta de você. – A cara de exasperação foi coletiva agora. Elena tinha o cenho franzido, olhando a pintura do armário.
Elena: Que diabo...? – Perguntou, com o cenho franzido, se virando pra olhar a amiga.
Rebekah : Só estou dizendo que ele pode ajudar. – Completou – Ele sempre toma as melhores notas em tudo, e ele gosta de você. É só estalar os dedos, e ele vai fazer qualquer coisa que você pedir. – Disse, obvia.
Elena olhou o garoto, que continuava mexendo nos livros, as orelhas vermelhas. Nem sabia seu nome. Mas, só talvez, Rebekah  tivesse razão. Que ele era inteligente era inegável. Estranho, porém inteligente. Bom, não custava nada tentar.


Damon estudava na biblioteca. As orelhas ainda estavam meio quentes pelo incidente de Elena tê-lo pego olhando pra ela, mas já estava passando. Ele tinha um livro aberto, relendo a matéria dada na ultima aula para se distrair. Não iria pra cantina no almoço hoje, apesar de isso significar passar o dia inteiro com fome. Não queria que ela o visse outra vez. Elena observou um instante, se convencendo de que aquilo era necessário.
Elena: Olá. – Disse, parando ao lado dele. Damon a olhou, então empedrou, ficando branco como giz. Ela devia ter ido tomar satisfação por ele estar olhando ela. Ele não respondeu nada, e ela resolveu continuar – Sou Katherine.
Damon  : E-eu sei. – Disse, com um fio de voz.
Elena: Mas pode me chamar de Elena - Ele olhou pra ela, ela não deixava ninguém chamar-la de Elena apenas seu pai, Rebekah e agora ele. - E você é o Samon. – Disse, tentando se fazer de simpática pra ver se o acalmava.
Damon: Damon. – Corrigiu, com a voz mais baixa ainda. Porque ela estava falando com ele? Ele baixou a cabeça. O olhar de Elena endureceu. Quem foi a desgraçada que ela mandou ir buscar informações dele mesmo? Aquela garota era suicida, dando noticias erradas a ela?
Elena: Isso. – Disse, sem perder a postura – Posso me sentar? – Ele assentiu freneticamente com a cabeça, os óculos escorregando na ponte do nariz. Elena viu ele arrumar o óculos nervosamente, e respirou fundo de novo. – Interrompo?
Damon  : Não, não, claro que não. – Disse, fechando o livro – P-posso ajudar? – Perguntou, o sangue todo concentrado nas bochechas.
Elena: Na verdade, sim. – Disse, decidindo por ser franca – Eu soube que você é um dos melhores da turma, e... – Ele acenou, entusiasmando ela – E eu estou quase reprovando em calculo. – Entregou, como quem anuncia uma morte.
Damon  : Sinto muito. – Disse, em um murmúrio.
Elena: Eu tenho duas semanas até a prova final, e eu pensei se... Se talvez você pudesse me ajudar. – Ele observou ela tirar o cabelo do rosto – Me ajudar a ajudar, sabe? Eu não posso repetir, de modo algum.
Damon parou, olhando pra frente, totalmente em choque. Elena, Elena de verdade, fora conversar com ele. Pedir a ajuda dele. O que significa passar algum tempo com ela. Tempo de verdade, onde ela falaria com ele, e ouviria o que ele dissesse, talvez eles até estivessem sozinhos, e quando ela estivesse estudando ele poderia olhar pra ela, escondido, é claro... Elena não entendeu o porquê do silencio. Acompanhou o olhar dele, mas a única coisa que havia na biblioteca era uma garota do segundo ano, absorta em suas informações. Elena mal conhecia.
Elena: Ela está te incomodando? – Perguntou, prontamente, e ele a encarou – Porque eu posso fazer ela sair daqui. – Ofereceu, se virando pra olhar direito quem era a criatura.
Damon  : Não, não. – Disse, se recuperando, tentando recuperar o rumo – Claro que posso. Quando você quiser, claro que sim. - Elena abriu seu sorriso mais deslumbrante em resposta quase matou o pobre do coração. Foi toda meiga e toda doce enquanto combinava os dias e os horários com ele. Ela teve que se esforçar pra não revirar os olhos ao combinarem de começar no dia seguinte. Foi simpática ao ponto de deixá-lo levar ela até o vestiário. Só foi até ai. O idiota saiu todo apressado, deixando a mochila cair e apanhando-a com um tropeço. O sorriso deslumbrante sumiu quando ela apareceu na escadaria da escada, se voltando pra infeliz que lhe passara a informação. Ela só reconhecia o menino como “garoto Salvatore ”, daí pediu o nome, e a idiota deu errado.
Elena: Você. – Disse, se aproximando. Todas se levantaram – A partir de hoje, você se senta no fim da escada. Está desconvidada do brunch de domingo, e de todos os outros, assim como de todas as festas. – A menina ergueu as sobrancelhas, exasperada. Estava quase no topo da escada! Elena não se abalou, os olhos duros, se aproximando. Uma das garotas tinha um suco na mão. Elena apanhou, sem olhar o dono, e virou na cabeça da menina a quem se dirigia, molhando-a inteira – E agradeça por eu não expulsar você daqui. Agora suma da minha vista. A menina foi as lagrimas. Apanhou a bolsa no chão e saiu correndo. Todas se sentaram de novo, Elena no topo. Rebekah  franziu o cenho, sentada no primeiro degrau abaixo de Elena, a sua direita.
Rebekah : O garoto recusou? – Perguntou, confusa, tentando interpretar a situação.
Elena: Não. – Suspirou, passando as mãos nos cabelos – Ele aceitou.

E havia começado.

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Elena: Certo, podemos fazer as tardes, de 15 as 16, tá bom pra você? – Perguntou, se reprimindo pra não rir da cara idiota do garoto Salvatore olhando ela. Que ridículo!
Damon: Não não, esse horário eu não posso. Desculpe. – Disse, e ela abaixou o rosto pra agenda em sua mão, pensativa. Elena ...

EFEITO BORBOLETA 1° Temporada (DELENA) ADAPTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora