Sentimentos que todos nós temos.

8: O amor pode machucar!

Olá!
Meu nome é Joana e venho aqui hoje compartilhar um pouquinho da minha vida com vocês.
Sofro de amor em excesso ou dependência amorosa, sabem o que isso significa? Eu amo mais do que os outros. Amo por mim e pelo outro, melhor dizendo.
Isso é muito ruim, sabe, por que eu sempre penso que estou falhando em algo com a pessoa que amo. Pior, sempre faço tudo mas sempre sou ignorada.
Sinto uma tristeza enorme por que pareço a pessoa mais desprezível do mundo inteiro, é como se eu não tivesse valor nenhum. Por mais que eu ame e procure me dedicar isso nunca está bom para o outro. Sabem por quê? Por que eu amo sozinha!

Sempre que se entra em um relacionamento são duas pessoas, um casal. No meu caso eu entrei com os sentimentos e ele apenas com a presença de estar ali. É incrível dizer isto, mas é verdade.
Vários anos se passaram e eu continuo da mesma forma, amando por nós dois. Uma dor enorme me invade na maioria das vezes que vejo um gesto de carinho meu não ser retribuído ou ignorado. É como se meu coração estivesse parando ou algo do tipo. É muito ruim.

Às vezes penso que a culpa disso tudo é minha, talvez por não ser uma mulher que seja sonho de consumo de todos os homens, ser uma pessoa divertida ou algo assim. Mas, sei lá! Eu sou do jeito que tenho que ser. Não gostaria de mudar meu jeito por ninguém, mas é o que tem parecido que tenha que fazer. Talvez para ele me notar, me amar...

Sei que muitos de vocês irão dizer que antes de amá-lo eu preciso me amar e eu sei disso. Aliás, ouço isso direto de pessoas que convivem comigo e que sabem do meu drama. Eu me amo, sim, me amo! Mas o que posso fazer se este sentimento que sinto por ele é mil vezes mais forte e maior do que o meu amor próprio?

Sinto o distanciamento dele a cada dia que passa, quando conversamos e eu sou ignorada, quando tento fazer um carinho e sou afastada, quando desejo ele e busco fazermos amor, mas ele não quer e rejeita, dizendo estar cansado. Amar sozinha causa um cansaço físico e emocional, por isso estou sempre esgotada. Meu trabalho diário não me cansa tanto quanto isto.

Já pensei em ir embora, mandá-lo embora, me libertar, mas não consigo. Amante? Não consigo imaginar em entregar meu amor e minha convivência com outro homem que não seja ele. Ele, por sua vez, garanto que se encontrar alguém me troca sem pensar duas vezes!
Pergunto a ele se sou feia, sem graça ou algo assim e a resposta dele é sempre a mesma, que eu não o compreendo. Eu? Não o compreendo? Se só sei fazer isto a minha vida inteira!
Não tivemos filhos e ele não pretende ter tão cedo. Conversamos várias vezes sobre isto, mas ele diz que filhos agora só trariam ainda mais despesas e gastos, e que o trabalho dele é muito importante para ser dividido com filhos. Ele é muito egoísta, às vezes, eu assumo. Mas é o jeito dele de ser e, pelo visto, ele não vai mudar. Eu que mude!
Só que tem um porém, será que vale mesmo a pena eu mudar? Eu, mudar? Por que eu preciso mudar? Se ele me conheceu assim por que eu preciso mudar? Se ele começou a gostar (bom, pelo menos é o que eu acho) de mim assim, por que eu preciso mudar?
Me sinto dividida, sabe? Às vezes percebo o quão grande é a indiferença dele comigo que já nem sei se tenho mais raiva dele, por não me amar como eu o amo, ou de mim mesma, por ser tão burra a ponto de amá-lo, mesmo ele me tratando assim.
Eu o amo mais do que tudo neste mundo inteiro! Mais do que a mim mesma! E esse amor parece que nunca terá fim, nem depois que a morte levar um de nós dois! Isso parece doentio? Não para mim. Para mim é forma de vida, forma de me sentir viva, de me sentir com a bateria carregada. Se algum dia ele disser que vai embora eu acho que morro! Ele é como o ar que eu respiro! A minha vida!

Ei! Sou o Jon e como a escritora me pediu para falar sobre mim aqui estou. Vou falar do quão infeliz eu sou e o quanto minha vida não vale a pena.
Sou casado com a Joana e vamos completar 10 anos de casados. Deveria falar 10 anos de muito amor mas, infelizmente, não é bem assim. Ela me ama perdidamente, eu sei disso. Mas eu não consigo amá-la com esta mesma intensidade. Gosto dela, até. Mas é um gostar menos forte do que amar. Amar é algo que ou você sente ou não sente, e isso eu sei que não consigo sentir por ela.