1: A dor que se sente.

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Olá! Me chamo Érica.
Venho contar um pouco sobre a dor que se sente.
Todos sentimos dores, isso é fato da vida do ser humano, porém existem certos tipos de dores que se sente que parecem não ser para humanos sentirem. É uma dor insuportavelmente terrível, uma dor que dói no coração e que faz o corpo todo se arrepiar.
Dores assim geralmente se sente após algo muito desagradável como uma discussão com o esposo ou namorado, um momento de humilhação no colégio ou coisas do tipo. São dores que mais parecem estar sendo cravadas facas afiadas em nossos corações e fazendo-os sangrar. Alguém já sentiu esta dor? Sabe do que estou falando? Se sim então estamos começando a nos entender...

Sei que parece estranho eu falar de dor assim, logo nesta primeira parte, mas a dor que se sente nos mostra que podemos, sim, senti-la, o que não podemos é deixá-la nos dominar, nos parar, nos fazer de reféns ou de escravos. A dor vem, de todas as formas, mas ela é momentânea! Se nos aprofundarmos nesta dor é que nunca sairemos dela. É isso que você quer? Por que não é isso que pretendo para mim.

Nossa vida é feita de muitos altos e baixos e, geralmente, neste altos não incluem dores, enquanto quando estamos no baixo elas vêm, de todas as formas variadas. O que nos fortalece é saber que nada disso é para sempre! E que existe, sim, um modo de nos libertarmos, basta querermos que isto aconteça.
Para mim não foi diferente. De início eu pensava que essa dor iria me parar, mas não foi assim. Eu decidi ser mais forte, e pará-la! E foi assim que percebi que ela não é para sempre, é momentânea. E, melhor! O momento sou eu quem defino! Ela não me domina mais, sou eu quem a controlo! (...)

Ei! Sou o Flávio.
Namoro com a Érica há 3 anos. Temos planos de nos casar. Por mim isso já teria acontecido, se não fosse pelas dores que ela sente...
Ela me descreve tais dores como dores no coração, na alma, algo desse tipo. Faço de tudo para ajudá-la, quando ela permite que eu faça isso. Ela prefere, na maioria das vezes, se fechar e sentir a dor passando, sozinha, como se fosse uma batalha entre ela e a própria dor. Isso me deixa um tanto mal também, por que não gosto de vê-la sofrer. Por mim transferiria toda essa dor para mim, só para não vê-la assim.

Não que eu não sinta minhas dores, sinto. Sou humano. Dor maior senti quando perdi meu pai, fazem 2 anos agora. Érica me ajudou muito na época a superar esta dor e parecia ter sido curada das dela mas, infelizmente, não foi bem assim. As dores dela voltaram.
Hoje olho para ela e quando ela sorri percebo que as dores que a vida traz vão se dissipando mais fácil, mais rápido até. Ela sorri de modo puro, sincero, e não mais forçado como antes, quando lutava para apresentar um sorriso.
Quando me apaixonei por ela ela era como uma flor, sempre colorida e perfumada. Com o passar dos anos as dores vieram e por motivos variados, sempre motivos tristes que pareciam abalá-la muito. Então ela caiu em um abismo triste e escuro no qual ela ficava e não queria sair.
Quando ela me olhou e disse que estava arrancando as dores de dentro dela eu senti uma felicidade enorme dentro de mim! Uma felicidade que percebi ter atingido ela e, assim, a ajudou ainda mais. Taí o segredo! Transmitir coisas boas a ela e ajudá-la a arrancar de dentro as malditas dores.

Com o tempo percebemos que a transformação era visível. Ela sempre dizia que sentia, sim, dores normais da vida de um ser humano, mas que elas não mais conseguiam dominá-la como antes, que ela mesma havia tomado o controle desta situação. Buscávamos nos encontrar de formas diversas, em várias atividades que nos traziam paz e esperança na vida. E estava fazendo super bem tanto a mim quanto a ela.

Nos casamos 1 ano depois de tudo ter melhorado. Foi uma linda cerimônia e nós dois estávamos nos sentindo muito bem. Planejamos várias coisas juntos, planos futuros e para já!

Érica, hoje com 25 anos, vive feliz comigo e estamos a espera do nosso primeiro filho, nosso Bernardo. E as dores que se sentem? Elas vêm sim, em mim, nela, nas pessoas a nossa volta. Porém nós sabemos como lidar com elas, não deixando que nos dominem e não ficando calados, sempre falando e não nos fechando. Agora elas percebem que não são bem vindas e que, assim como chegam, podem partir, pois não queremos elas perto de nós. Não mesmo!
Dores não são prisões quando sabemos como arrancá-las de dentro de nós! Não fique engaiolado em meio a dor. Liberte-se!

As dores que sentimos podem nos paralisar, nos trazer medo e nos fazer querer retroceder, porém isso acontece se nós permitirmos. Elas só ficam vivas se deixarmos elas vivas. Se decidimos matá-las elas são exterminadas, dando lugar a coisas maravilhosas e que jamais poderiam chegar com as dores dentro de nós.
Muitas pessoas passam por estas dores e não sabem como se livrar delas. O segredo é não deixá-las serem dominadoras. E sempre buscar tudo que as façam desaparecer.
Existem várias passagens Bíblicas que nos falam sobre momentos de angústia e aflição, e de como superá-los. Devemos deixar nosso coração sempre alegre, caso contrário pereceremos.
"O coração alegre é bom remédio, enquanto a tristeza faz secar os ossos" (Provérbios 17:22).

Érica decidiu por um ponto final naquilo que a dominava, as dores, e para isso ela buscou ajuda espiritual. Mesmo Flávio achando algo incoerente e sem sentido, depois ele pode perceber que não era assim e que era esta a saída que sua amada havia encontrado para se livrar das malditas dores.

Em uma parte da história de Elias (1 Reis:19), na Bíblia, me diz que nos momentos de tristeza e depressão, é preciso re-significar a vida e os relacionamentos. É importante saber e lembrar que há Alguém por perto, cuidando, Alguém que valoriza e Ama Incondicionalmente. É válido lembrar também que a fase depressiva não define uma pessoa. Ser é diferente de estar, e depressão é um estado.
Mas sentir dores constantes não pode significar somente estado depressivo. E, mesmo assim, podemos superá-las.

Se Érica tivesse parado sua vida pela dor que sentia ela poderia ter chegado a um caminho triste e sem volta, mas ela assumiu o controle no momento que buscou ajuda. Ela deu um basta, um ponto final naquilo que a deixava mal e, por isso, conseguiu superar.

Não existe dores que são para sempre e nem dores que não possam ser exterminadas! Se você se encontra da mesma forma que Érica estava dê o basta necessário que ela deu, para que você possa viver feliz e conseguir prosseguir.
A vida vale muito a pena, as dores são inevitáveis, porém são passageiras e não nos tornam prisioneiros!

Pense nisso!

Espero que o que leu possa servir para trazer uma nova visão à sua vida!

Abraços cheios de paz!

Cissa.

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