Você só vai piorar as coisas.

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Passo um bom tempo olhando o horizonte pensando na minha vida, eu sempre perco tudo de bom, como eu disse, sempre que estou feliz o universo dá um jeito de tirar minha felicidade, seja por ações minhas ou de outras pessoas, se bem que parando para pensar agora tudo de ruim que aconteceu na minha vida foi culpa minha.

Me levanto do chão e vou em direção a cabine de Nevra, entro na sua sala e a porta do quarto está fechada, giro a maçaneta, mas está trancada.

- Nevra, por favor, vamos conversar – falo e escuto os passos deles dentro do quarto, mas ele não me responde.

- Eu sei que você está acordado, abre a porta - falo encostando a testa na porta.

- Vai embora Marjorie – escuto ele falar do outro lado, a voz está muito próxima, isso significa que ele também esta encostado na porta.

Suspiro triste e encosto uma das mãos na porta como seu fosse tocá-lo, quando percebo que ele realmente não vai abrir eu me afasto e me sento em sua mesa, ele está com raiva de mim, preciso respeitar o espaço dele.

Começo a estudar os mapas que vamos usar, ele tem o trajeto perfeito, não tenho nada a acrescentar.

Me levanto e vou andar pelo deque, não estou com sono, e também não quero ficar por perto agora, ele precisa de tempo e eu também.

Fico olhando o mar até que escuto passos, me viro rápido para ver se é Nevra, mas me decepciono.

- É você? - falo vendo Alek se aproximar.

- O que você fez agora? - Ele fala parando só meu lado e arrolando alguma erva num papel.

- Não é da sua conta – falo grosseira.

- Escuta aqui, eu sou amigo dele, conheço ele a anos e dês que você chegou, ele só sofreu, você não é bem vinda aqui – ele fala me empurrando no mastro do barco.

- Você acha que eu não sei disso, mas eu não posso fazer nada, o dano já foi feito – falo encarando-o e ele me solta.

- Você o ama?

- Não como ele me ama.

- O que você vai fazer? - ele fala acendendo seu cigarro.

- Seguir com o meu plano, ele querendo ou não.

- Você só vai piorar as coisas.

- Como eu disso, já está feito, eu sou a Sereia, e serei até o dia da minha morte.

- Cuido, talvez esse dia esteja próximo - ele fala soprando na minha cara, quem ele pensa que é para me ameaçar.

- Está me ameaçando - falo entre os dentes.

- Estou avisando – ele fala virando de costas para mim.

Ele sai andando pelo deque, e entra na dispensa, eu odeio esse homem, como ele pode ser assim, tenho nojo dele, devia mata-lo, mas Nevra me odiaria para sempre, subo no observador e fico lá deitada, olho a constelação de Antlia e me vem um sentimento de nostalgia da primeira noite que passei aqui no navio nem acredito que faz mais de um ano que isso aconteceu, pare que foi ontem.

Queria poder fechar os olhos e voltar no tempo.  

Fases da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora