Acordo me mexendo em algo macio, acho estranho e abro meus olhos, estou deitada na cama, como vim parar aqui? Olho em direção a cadeira e minhas calcas estão lá, estou só de camisa.
Olho de lado e ele esta dormindo normalmente, não acredito que fez isso, sabia que não podia confiar nele, me vem uma raiva fora do normal, estou com vontade de bater nele.
Me deito de costas para ele e fico olhando o mar, como eu não senti ele me tocando? Eu tenho sono leve, como não senti nada?
Sinto ele se mexer na cama e encosta em mim, tento me afastar, mas ele me segura pela cintura, tudo tem limites.
- Me solte – digo firme tentando sair, mas ele me aperta mais ainda, nossos corpos estão colados e ele coloca a cabeça no meu pescoço.
Ele se remexe e murmura alguma coisa que eu não entendo. Fico sem paciência e grito
- ME SOLTE – digo tirando seu braço de mim, mas ele é mais rápido.
Ele acorda no susto e pula em cima de mim, prende meus braços acima da minha cabeça e minhas pernas com as suas, não consigo sair e sinto a camisa subir, mas mesmo assim não o suficiente para expor minha intimidade.
- O que? Por que gritou? - fala confuso ainda me prendendo.
- Você estava me agarrando – digo com raiva dele.
- Não estava não, e como você veio para aqui vestida assim? você me abusou enquanto eu dormia? - ele fala sério, não acredito que ele pensou nisso.
- Claro que não! Você que me trouxe para cá!
- Eu não toquei em você Marjorie, eu juro – ele fala ainda sério, vejo verdade em seu rosto, ele realmente não fez isso comigo.
- Se não foi você quem foi? - Digo confusa.
- Talvez você seja sonambula – ele fala sentando por cima do meu quadril ele é pesado e faz pressão sobre meus ossos.
- Isso é ridículo, eu não... - digo mas logo em seguida me toco, eu sou sonambula, todos as minhas irmãs também aram, foi uma das acusações que matou a Christina minha irmã do meio com 15 anos.
Ele percebe que me toquei e sai de cima de mim me cobrindo com o cobertor.
- Você precisa de peças intimas, não pode ficar andando por aí assim – ele fala de costa para mim.
- Se você me der material de cultura eu posso fazer algumas roupas.
- Acho que deve ter alguma coisa nos baús na despensa – ele suspira e sai do quarto.
Me levanto e fico olhando pela janela, tudo bem, eu sou sonambula, mas por que eu tirei a calça e me deitei com ele? Isso não faz sentido.
Coloco minha calça, visto meu colete sem meu corpete por baixo e saio dos aposentos dele, assim que abro as portas todos param para me olhar, e logo em seguida olham para Nevra, eles acham que aconteceu alguma coisa. Que bando de idiotas.
E o idiota mor está rindo como se realmente tivesse acontecido algo, que nojento. Ando em direção a despensa para ver se encontro o kit de costura, procuro em todos os baús, e não encontro nada, mas acho ceroulas de homens, se eu as cortar posso usar como peças intimas. É isso que eu faço, as pego e corto transformando em uma espécie de calça curta, vou chamar de short, assim que as coloco vejo que a polpa da minha bunda fica parecendo, mas mesmo assim é bem confortável, coloco minha calça de volta e vou em direção a comida, pego pão e como com água.
Volto para o convés e vejo os grupinhos, eles param de falar assim que eu apreço, tem alguma coisa acontecendo e eu vou descobrir o que é.
Vou em direção ao observador, assim que chego lá em cima vejo alguma coisa na água, esta longe mas consigo ver que é um barco e creio que eles já nos viram também, preciso contar para o Nevra, desço e vou direto para ele, ele esta bebendo e olhando os mapas com cara de confuso.
- Nevra, tem um barco vindo em nossa direção - digo chegando perto dele e apontado para frente.
Ele não fala nada, pega sua luneta e mira para onde eu estou apontando, ele olha por alguns segundo fecha ela e me puxa pelo braço até seu quarto, todos olham para gente com curiosidade.
Nos dois entramos no quarto e ele fecha a porta, anda em sentido as janelas e as fechando com uma curtinha, isso faz com que o quarto fique um breu total, não vejo absolutamente nada .
- Por que fez isso? – Digo.
- Marinha britânica, provavelmente atrás de você - ele fala, não consigo vê-lo, mas sei que esta perto, sinto o cheiro do seu hálito de bebida pertinho de mim.
- Você acha?– Digo baixinho, sinto seu corpo tocar o meu, meus seios encostam em seu tórax, ele esta ofegante e eu fico também, minha cabeça esta baixa, mas assim que eu a levanto consigo sentir sua respiração no meu rosto.
- Tenho quase certeza, só vou saber quando chegarem, fique aqui e não saia até eu vim buscar você - ele fala baixo sinto sua mão no meu rosto e isso me deixa quente, por que ele esta fazendo isso comigo?
- Por que esta me ajudado? - Digo e sinto suas mãos alisarem meus braços, seu toque é delicado e áspero ao mesmo tempo.
- Preciso de você, tenho que aprender a ler os mapas, esqueceu do nosso acordo? - sinto ele se aproximar do meu rosto devagar, ponta do seu nariz encostar no meu, suas mãos vão para minha cintura e ele me puxa mais para perto, quero me afastar mas meu corpo não reage, não posso ser tão fraca assim.
- Não esqueci – digo e ele sorri, senti seus lábios rosarem nos meus, mas logo em seguida ela me solta e se afasta de mim.
- Ótimo, fique aqui – ele fala e sai do quarto me deixando sozinha no escuro.
Caio no chão e passo as mãos no cabelo, o que acabou de acontecer? Por que me deixei levar? Acorda Marjorie, ele é um pirata, um conquistador barato, eu só serei mais uma na sua rede, não vou deixar isso acontecer novamente.
Começo a rir pensando no que acabou de acontecer, não acredito que quase fiquei com aquele cara, ficar esse tempo cercada por água esta mexendo com minha cabeça.
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Fases da Lua
ChickLitMarjorie Corey, 20 anos, capturada na primavera de 1649, acusada de bruxaria. O que você faria se toda sua família fosse morta por um crime que eles não cometeram? O que você faria se tudo que você ama não existisse mais? Essa é minha vida, fui pres...