capítulo sete

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Já eram 14:30min e eu ainda não havia saído nem de casa. O motivo? Sapatos. Eu simplesmente não conseguia calçá-los por conta desta barriga enorme e já estava quase arrancando meus cabelos de frustração. Normalmente eu saia de casa 6hrs da manhã para a faculdade e sempre tinha ajuda mas hoje era meu dia de folga e não tinha ninguém em casa para me ajudar.

Levantei irritado e peguei outros sapatos na sapateira ao lado do armário, rumei para fora do apartamento descalço e depois de trancar a porta desci até o térreo praguejando maldições a quem quer que seja que inventou esses malditos sapatos, custava ter alguma sapatilha masculina ou algo do tipo?

- Boa tarde senhor Akaashi, precisa de ajuda? - o porteiro perguntou olhando para meus pés e os sapatos em minha mão. Agradeci aos deuses por ele estar ali.

- Boa tarde, preciso sim pode me ajudar a calçá-los? - falei sorrindo para ele e estendendo os sapatos que logo os pegou.

- Claro - falou e se abaixou me ajudando a por os sapatos amarrando os cadarços logo em seguida. Sorri agradecido quando ele terminou e se levantou. - já estava preocupado com o senhor, Bokuto ligou para cá mais de 10 vezes em meia hora, já estava quase indo ver o senhor. - falou limpando o suor da testa e sorrindo para mim.

- Ah meu Deus, eu sabia que isso iria acontecer. Desculpe o incomodo senhor, eu sempre sou pontual e por conta destes malditos sapatos perdi a hora hoje.

- Tudo bem, o importante é que não está machucado nem nada. Mas e essa bebezinho lindo aí? Já decidiram o nome?

- ainda não - respondi e acariciei minha barriga - estamos vendo isso com calma.

- Sério? Achei que já estava decidido. Bokuto e Kuroo sempre vem aqui discutir nomes de crianças comigo ou outros funcionários. - falou me deixando surpreso novamente, nunca entraram nesse assunto comigo e já estavam com pessoas estranhas?

- Eu realmente não sabia disso, desculpe pela inconveniência deles - falei sério mas sorri um pouco. Ok, não nego que era fofo eles se preocupando com isso. - Eu tenho que ir senhor, muito obrigado pela ajuda. - falei fazendo uma rápida reverência e pegando minha mochila que estava jogada no chão. Sai rapidamente de dentro do prédio e chamei um Uber que rapidamente chegou ali e logo entrei nele, já estava atrasado demais.

- Boa tarde, o destino está no aplicativo já. - falei sentando no banco traseiro largando minha mochila do meu lado.

- Boa tarde, Akaashi certo? Está com mais quem? - perguntou e estranhei, eu estava sozinho.

- Só eu mesmo.

- Mas e essa pessoa aí com você? - perguntou novamente e estremeci. Malditos filmes de terror que assisti com Kenma, já estava ficando com medo.

- Senhor eu tô sozinho você tá vendo alguém aqui? Para o carro por favor - pedi tentando disfarçar meu desespero, não acreditava muito nessas coisas então estava com mais medo do motorista.

- E esse bebê ai nessa barriga? - indagou novamente e soltei o ar que nem percebi ter segurado. Essa com certeza era uma típica pergunta que Bokuto faria.

- Ah é meu filho moço. - respondi e vi o sorrisinho no rosto do motorista.

- Meu filho também teve um bebê, é lindo né? Eu só descobri quando estava prestes a nascer por que ele ficou com medo de me contar, fico feliz vendo alguém falar tão abertamente sobre isso como você.

- Obrigado, mas ele ficou com medo por que? - fiquei realmente curioso com a história.

- Ele é um homem trans e sempre ficou com medo da reação de nossa família, nós aceitamos bem facilmente mas mesmo assim ele era inseguro sobre isso. Acho que não deixei explícito o suficiente sobre como isso não mudava meus sentimentos por ele e acabai perdendo a gestação de meu neto.

9 meses para te conquistar - BokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora