Epílogo

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Seis anos depois

Seis anos já se passaram e eu mal acreditava no quanto minha vida mudou desde que conheci Koutarou, se alguém me dissesse a 6 anos atrás que eu casaria e teria filhos eu provavelmente indicaria um psiquiatra a ela, mas por ironia do destino aqui estou eu.

Ah, sim, filhos. Isso mesmo, Bokuto e eu decidimos não ter mais filhos biológicos quando Atsushi completou seus dois anos, o desgaste mental foi grande e resultou em muitas brigas em nossa família mas isso não nos separou e nem nos impediu de nos apaixonarmos pelo pequeno garoto de cabelos ruivos naquele orfanato.

Shoyo é seu nome, o garotinho perdeu seus pais em um acidente de carro e não tinha nenhuma família além deles, visitamos o orfanato um dia para fazer doações das roupas e brinquedos que Atsushi não usava mais e encontramos ele lá, seu rosto tinha sempre uma expressão triste e ele estava sempre sozinho também, no início foi extremamente difícil conversar com ele, ele era arisco e evitava contato com todos mas depois de muita insistência começou a nos aceitar, ficamos meses derrubando sua barreira aos poucos e no dia que ao chegarmos no orfanato ele veio até nós nos abraçar por conta própria não conseguimos mais deixá-lo lá - Bokuto chorou muito por sinal.

A adoção foi um processo lento mas tudo valeu a pena ao ver seu sorriso no final, Shoyo revelou uma personalidade totalmente oposta ao do dia que o conhecemos e o sentimento de dever cumprido ao trazer isso novamente ao pequeno ruivo continua em meu peito até hoje.

Atsushi e Shoyo se dão muito bem por sinal mesmo com suas personalidades completamente diferentes, Shoyo era animado como Bokuto e muitos achavam que ele era realmente filho dele - e era, de coração - já Atsushi era igual a mim, gostava de ficar em paz sem ser incomodado, amava livros e era muito calmo.

Outra coisa muito importante aconteceu neste meio tempo e agora eu me chamo Keiji Bokuto, a aliança dourada sempre presente em minha mão esquerda só deixa isso mais claro. O pedido foi feito por mim 3 anos atrás e no ano passado nós finalmente oficializamos isso. Bokuto chorou a cerimônia inteira e meu pai também, seria cômico se ele não tivesse chorando de tristeza ao invés de alegria dizendo que Bokuto fez lavagem cerebral em mim, é, tem coisas que nunca mudam.

Não tenho dúvidas de que foi um dos dias mais felizes de minha vida junto com o nascimento e a adoção de nossos bebês e claro, o dia em que o conheci afinal todo meu mundo começou a girar drasticamente após aquele dia.

Hoje era um dia muito importante, e foi com esse pensamento - e alguns barulhos - que acordei.

Acordei ouvindo passos sorrateiros pela casa, baixas risadas e alguns diálogos inaudíveis também eram ouvidos e chamavam totalmente minha atenção, continuei com os olhos fechados virando o corpo para o outro lado da cama desejando voltar ao mundo do sono e ignorar a clara bagunça mas desisti de meu objetivo ao ouvir a porta do quarto ser aberta. Continuei fingindo ainda estar dormindo e senti duas figuras se aproximarem sorrateiramente agora com sussuros bem audíveis.

- papai tá dormindo mesmo? - perguntou e reconheci a voz.

- Não sei, olha mais de perto pra ver. - a outra voz presente no cômodo falou, era Koutarou.

Senti o colchão a minha frente afundar e senti uma respiração perto de meu rosto, quase sorri com as pequenas cócegas que senti mas me controlei.

- Tá sim, e agora? Você não sabe cozinhar nada sem queimar metade pai. - a voz da criança se fez presente novamente, era Shoyo.

- Claro que sei quem te disse isso? - Exclamou claramente ofendido.

- O tio Kuroo.

- Aquele filho da p- antes que ele completasse a frase levantei meu tronco rapidamente sentando na cama assustando os dois que gritaram juntos.

9 meses para te conquistar - BokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora