9 meses para te conquistar - Bokuaka

capítulo dois

Bokuto Koutarou era definitivamente o tipo de cara que Akaashi mais evitava se envolver, e precisou de menos de três semanas para perceber isso.

Infantil, irritante, tem gostos duvidosos, fala demais, não tem muita responsabilidade, se ofende facilmente e fica emburrado por horas. Um dia deixou escapar que a criança ainda se formando em seu ventre era mais responsável que Bokuto e nesse dia teve o desprazer de conhecer seu maldito modo emo.

Após essas semanas de convivência acabamos criando uma amizade e isso está sendo muito bom pois tudo que eu mais quero é uma boa relação com ele para a criação da criança.

Neste momento estou com Bokuto no shopping por que tivemos que fazer comprar para meu apartamento - que ele insiste em dizer que é nosso - pois ele decidiu passar um tempo lá e acabou com o estoque de comida em um mês.

- Bokuto-san irei no mercado ali na frente - apontei - pode ir fazer outra coisa enquanto isso. - observei o sorriso se formando em seu rosto, logo ouvindo um grito de agradecimento e vendo-o sumir em meio a multidão.

Rapidamente fiz as compras e logo sai a procura de Bokuto para irmos embora, mas ao ouvir um grito e ver um vulto passando rapidamente pela minha frente soube que minha procura acabava ali.

- SENHOR DEVOLVA ESSA CRIANÇA! - foi oque o segurança do shopping gritou, e a alguns metros de mim pude ver o homem que me acompanhava tropeçar e cair junto com a criança desconhecida em seus braços que ria descontroladamente.

Suspirei alto, o pai do meu filho era pior que uma criança, entendi o que Kuroo disse sobre minha escolha ter sido errada, na real, nem escolha eu tive. Deixei as compras em um daqueles armários para guardar as coisas dos clientes e me dirigi a farmácia, aquele tombo foi bem feio.

Comprei um kit de primeiros socorros e após sair da farmácia me dirigi até o local onde o platinado estava sendo interrogado junto com a criança e mais dois desconhecidos, provavelmente os pais.

- Olá - Falei ao me aproximar - Eu sou o acompanhante deste homem - apontei para Bokuto que me olhava com os olhos brilhando - pode me explicar oque houve?

- Este cara tentou roubar nosso filho! - a mulher ali presente gritou.

- Por que você fez isso Bokuto-san?

- Nosso filho vai demorar muito para nascer ainda então pensei em pegar um emprestado por enquanto - resmungou como uma criança que havia aprontado.

- Vocês vão ter um filho? Dois homens? Isso é nojento, você ainda teve a ousadia de tocar no meu filho! - a mulher ali presente falou e naquele momento congelei. Sim, eu sabia que o preconceito estaria presente quando aceitei essa gravidez mas não imaginava que aconteceria tão cedo. Decidi apenas ficar em silêncio e me desculpar, estava prestes a fazer uma reverência como pedido de desculpas mas fui empedido pela mão de Bokuto em meu ombro.

- E por que isso é nojento? Por sermos dois homens? A única coisa nojenta aqui é o preconceito da senhora, as coisas mudaram, ser gay não é ofensa como você pensa. Acho que acima de tudo você deveria nos respeitar, ele está gerando uma criança e isso é incrível, mas isso não o faz menos homem ou inferior a ninguém. Você tá com inveja do nosso amor sua urubu.- Nunca vi ele falar tão seriamente sobre algo e me surpreendi de um jeito bom, mas não queria levar aquela discussão adiante, ainda mais depois dele usar "urubu" como ofensa.

- Bokuto-san por favor só vamos embora - tentei, mas o outro homem ali presente - pai da criança - interferiu.

- Isto é nojento sim, vocês dois são nojentos. Eu espero que percam esse bebê, pois ele nunca será aceito pela nossa sociedade. - ouvir aquilo doeu em mim, e pelo jeito em Bokuto também, pois no segundo seguinte só pude vê-lo se jogando contra o cara que disse palavras tão cruéis.