penúltimo capítulo

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- O que será que está acontecendo... - sussurrei conversando com meus botões.

- Mário estava estranho e começamos a suspeitar que estivesse envolvido com alguma coisa errada. - dona Renata limpou o rosto – Pedro tem alguns amigos que nos ajudaram a investigar e descobriram algumas coisas. - ela deixou escapar um soluço – Eles vieram buscá-lo. – ouvi um novo soluço – Vão prender meu menino Adela.

E ela chorou.

Seu corpo tremia com os soluços e o desespero da realidade. Não aguentei e abracei-a. Ficamos assim por um bom tempo e sem perceber deixamos o cansaço falar mais alto.

Acordei com seu Pedro acariciando o rosto de sua esposa que estava aconchegada em meus braços e notei seus olhos vermelhos.

- Vá Adela. Armando está precisando de você. – ele pegou a esposa em seus braços e saíram do escritório.

Antes de ir me encontrar com Armando fui até o banheiro jogar água no rosto para acordar direito. Fiquei pensando no que será que aquele espírito de porco tinha aprontado para ser preso. Se bem que só de me lembrar dos apuros que passei com ele já posso até imaginar.

Encontrei Armando na sala conversando com um entregador enquanto assinava algo em uma prancheta e outros homens entraram carregando uma caixa grande. Armando pediu que eu indicasse o caminho até sua academia.

A sala era grande e para mim estava bem equipada, mas pelo visto eu estava enganada já que estava olhando os homens abrirem a grande caixa. Armando entrou na sala indicando onde o melhor local para a instalação do seu novo brinquedo.

- Acho melhor ir cuidar do meu trabalho. – falei baixinho para Armando já que estavam demorando demais para terminassem a instalação – Depois eu volto.

- Tudo bem meu amor. – Armando falou depois de pensar um minuto – Não demora. Precisamos conversar.

Fiz um carinho em seu rosto e sai deixando-o com os entregadores.

p.v. Armando

Eu e meu pai já havíamos percebido que Mário estava cercando Adela e mesmo que ela não dissesse nada desconfiávamos de que essa perseguição já tinha um bom tempo porque ela sempre estava agitada quando ele estava perto.

- Pode ir Adela. – eu estava entrando em casa quando ouvi a voz do meu pai. – O QUE EU TE FALEI MÁRIO! VOCÊ É UM IRRESPONSÁVEL QUE NÃO ESCUTA NADA DO QUE A GENTE FALA!!! – meu pai gritou quando já não ouvia mais os passos de Adela.

Ao entrar na sala notei Mário todo molhado e o balde jogado no chão. Com certeza Adela havia perdido a paciência dessa vez.

- Estava demorando para o aleijadinho aparecer. – Mário riu debochado.

Não consigo entender porque Mário me trata assim. Quando éramos crianças e até parte da nossa adolescência sempre fomos amigos e do dia para noite ele virou uma pessoa mesquinha e perversa sempre tratando os outros com arrogância e superioridade.

- Não precisa tratar seu irmão assim! – meu pai se irritou.

- ELE NÃO É MEU IRMÃO! – Mário gritou me fazendo suspirar.

Um motivo para recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora